A Polícia Militar atirou bombas durante o protesto de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que ocuparam o prédio da Presidência da República em São Paulo, na Avenida Paulista, na tarde desta quarta-feira (1º). Segundo os manifestantes, o ato é contra o governo do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB).Ao menos cinco pessoas foram detidas, entre eles uma mulher. A confusão começou por volta de 16h30 na esquina da Avenida Paulista com a Rua Haddock Lobo, quando a polícia foi prender um manifestante. O homem, que faz parte do MTST, foi abordado após soltar rojões. Outros manifestantes foram atrás para tentar evitar a detenção. Houve tumulto e a polícia usou bombas de gás e spray de pimenta para dispersar a multidão. Os manifestantes derrubaram uma guarita móvel da PM. Além dos detidos, a PM também apreendeu uma mochila com rojões.
Dois policiais imobilizaram mulher que se manifestava
O ato começou pacífico. O grupo estava com bandeiras vermelhas e prometia acampar em frente ao edifício da Presidência, que fica na esquina com a Rua Augusta. Lá também funciona uma agência do Banco do Brasil. A fachada foi pichada.O G1 procurou a assessoria de imprensa da Presidência, mas não obteve retorna até as 15h20.Segundo Guilherme Boulos, coordenador do MTST, a ocupação não tem prazo para ser encerrada. "Ocupamos o escritório da Presidência da República, o prédio, por tempo indeterminado até que o governo recue nesse corte irresponsável", disse.Ele afirma esperar que a mobilização tenha o mesmo direito que tem sido dado aos manifestantes que ocupam a calçada em frente ao prédio da Fiesp, também na Paulista, há mais de 70 dias."Seria uma hiprocrisia sem tamanho a policia querer nos tirar daqui. Ha três meses tem gente acampada na Fiesp, nas mesmas calçadas da Avenida Paulista, sendo tratadas com filé mignon e selfie", afirmou.Na Marcha, o MTST estima mais de 7 mil pessoas. No acampamento, entretanto, ainda não há número definido. Eles pretendem fazer um esquema de revezamento para manter a ocupação. A Polícia Militar não informou número de manifestantes.
G1
Câmara aprova reajustes para PGR, Executivo, Legislativo e Judiciário
A Câmara aprovou na noite desta quarta-feira (1°) reajustes salariais para servidores dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e para a Procuradoria Geral da República. A aprovação desses reajustes é resultado de um acordo entre a base governista e a oposição, pelo qual os deputados começaram a votar um pacote de 15 projetos de reajuste para o funcionalismo público federal. Até a última atualização desta reportagem, a votação não tinha terminado. Só para servidores do Judiciário, o reajuste variará entre 16,5% e 41,47%. Ministros do Supremo Tribunal Federal terão aumento de 16,38%, com o salário passando dos atuais R$ 33.763 para R$ 39.293,38. A soma de todos os reajustes previstos nos 15 projetos pode gerar impacto de mais de R$ 50 bilhões em quatro anos nas contas públicas. A votação dos aumentos se dá em um momento em que o governo prevê um rombo de cerca R$ 170 bilhões nas contas públicas para este ano. Embora defenda medidas de ajuste fiscal para reverter esse déficit, deputados governistas defenderam, no plenário da Câmara, a aprovação dos aumentos aos servidores. O primeiro projeto votado e aprovado pelo plenário foi o que concede reajuste entre 16,5% e 41,47% dos salários de servidores do Judiciário.
O valor será dividido em oito parcelas, a serem pagas em quatro anos. Na época em que a correção salarial foi acertada entre Judiciário e Executivo, no ano passado, o Ministério do Planejamento previu um impacto de R$ 5,99 bilhões ao ano após o pagamento da última parcela.
Só neste ano, o impacto da proposta será de R$ 1,1 bilhão. Perguntado nesta quarta sobre qual seria o custo da aprovação de todos os 15 projetos em pauta, o líder do governo, deputado André Moura (PSC-SE) afirmou, após hesitar por alguns instantes, que seria de R$ 8,5 bilhões até 2019.
No entanto, só o projeto de lei 4.250 de 2015 dá reajuste a mais de 500 servidores do Executivo, com gasto de mais de R$ 14,6 bilhões até 2019, conforme estimativa que consta da justificativa do texto, de autoria do então ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.
Salário de ministros do STF
O segundo projeto aprovado pelo plenário da Câmara foi o que aumenta os salários de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em 16,38%, dos atuais R$ 33.763 para R$ 39.293,38. O impacto anual da proposta supera R$ 710 milhões.
O custo adicional só considerando os 11 ministros do STF será R$ 2,17 milhões por ano, segundo a previsão descrita no projeto. Mas a elevação do teto salarial tem um efeito cascata sobre as remunerações de todos os magistrados federais, como juízes federais e ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tribunal Superior do Trabalho (TST) e Superior Tribunal Militar (STM). Assim, o impacto total chega a R$ 717 milhões.
Salário PGR
Após aumentar o salário dos ministros, os parlamentares também reajustaram a remuneração do procurador-geral da República para o mesmo valor- R$ 39.293,38. O reajuste também gera efeito cascata para procuradores federais. O impacto da proposta, previsto na justificativa, supera R$ 258,6 milhões em 2016.
Ministério Público
A Câmara aprovou ainda projeto que reestrutura as carreiras de servidores do Ministério Público Federal e que também implica em aumentos salariais. Segundo a assessoria técnica do DEM, o custo previsto só para 2016 é de R$ 334 milhões. Em quatro anos, deve ultrapassar R$ 1 bilhão.
Servidores do Senado e da Câmara
Já para os servidores do Senado e da Câmara foi aprovado reajuste de cerca de 20% em quatro anos – até 2019. O impacto não foi especificado nos projetos.
Servidores do Executivo
Para servidores do Executivo federal, foi aprovado projeto que reestrutura carreiras, cria gratificações e dá aumentos salariais. A justificativa da proposta, elaborada em 2015 pelo então ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, diz que serão beneficiados 195,5 mil servidores da ativa e 397,9 aposentados. A previsão de impacto é de cerca de R$ 15 bilhões até 2019.
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