Seis associações de procuradores da República divulgaram nota à imprensa para repudiar “tentativas de desqualificar” a atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nas investigações da Operação Lava Jato, que estão em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF).
A manifestação foi divulgada ontem à noite, após o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusar o Ministério Público Federal (MPF) de agir com “abuso de poder. No mesmo discurso, Renan classificou de “esdrúxulo” e “ridículo” o pedido de prisão dele, do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-senador José Sarney. A prisão foi solicitada ao Supremo e rejeitada pelo ministro Teori Zavascki.
Imparcialidade
Na nota, as entidades afirmam que Janot está cumprindo seu dever de forma imparcial e de acordo com a lei. Os membros de MPF, diz a nota, vão continuar atuando com “serenidade na defesa dos direitos e garantias constitucionais”.
“No momento em que um membro do Ministério Público move o sistema de Justiça para responsabilizar faltosos, é natural a reação adversa dos chamados a se explicar. Quando a sociedade assiste ataques ao procurador-geral da República, presencia exatamente o mesmo comportamento, apenas com a diferença de que entre os investigados com os quais lida o chefe do MPU, por força da Constituição, incluem-se algumas das maiores autoridades do país. O PGR, assim como o Ministério Público, age sempre com total imparcialidade, de acordo com a lei, sem olhar a quem”, diz a nota.
A manifestação é assinada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG), Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Associação Nacional do Ministério Público Militar (ANMPM) e a Associação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (AMPDFT).
Agência Brasil
Desaprovação a governo Temer chega a 55%, diz pesquisa
O governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) é desaprovado por 55,4% dos brasileiros, de acordo com levantamento do Instituto Paraná Pesquisas feito nesta semana para o site de VEJA. A pesquisa mostra ainda que pouca esperança de mudanças nos rumos da economia com Temer no governo.
De acordo com a pesquisa concluída nesta quarta-feira, o primeiro mês da administração de Temer tem aprovação de 36,2%. Não sabem ou não opinaram 8,3%.
O desempenho de Temer é igual ao que esperado por 52,7% dos entrevistados. Para 23,3% ele vai pior do que se esperava, e para 18,6% se mostrou melhor do que a expectativa.
A desaprovação à gestão do peemedebista é ainda maior entre as mulheres: atinge 59,1%, enquanto os homens puxam o índice para baixo - 51,5%.
O índice chega a 64,7%, o mais elevado, na Região Nordeste, que historicamente deu ampla vitória eleitoral à presidente afastada Dilma Rousseff. Entre os mais pobres (salário de até 1.446 reais) a desaprovação é de 58,2%.
Já a aprovação só atinge índices superiores ao patamar de 40% entre os idosos e na região Sul do país. Ele é aprovado por 41,4% dos entrevistados com 60 anos ou mais e por 44,2% dos moradores do sul do país.
VEJA
Economia - O afastamento de Dilma não deve impactar a economia para 44,6% dos entrevistados. Eles acham que a situação - de recessão e alta no desemprego - vai permanecer como está. A economia vai melhorar na opinião de 33,2% e pode se degradar, na avaliação de 19,3%.
A pesquisa também revela a comparação do início da gestão de Temer com a de Dilma. Mais uma vez, quase a metade dos entrevistados considera que pouco mudou: 48,8% acham que a administração do peemedebista tem sido igual à da petista, para 28,9% ele está indo "melhor" que ela, e para 16,9%, tem desempenho pior.
Impeachment - Questionados sobre o afastamento de Dilma, 66,7% afirmaram que não consideraram o impeachment um golpe contra a democracia - principal mantra de defesa da petista. A tese só convenceu 29,5%, que acharam que houve golpe.
Para 53,5%, Temer conseguirá chegar ao fim do mantado, em 2018, enquanto outros 40,3% acham que o peemedebista sofrerá um impeachment ou será afastado do cargo antes.
A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, conforme o instituto. Foram entrevistados 2.004 eleitores entre os dias 11 e 14 de junho, em 162 cidades de 24 Estados brasileiros.
Fonte: Msn Notícias
Renan sinaliza a aliados que pretende aceitar pedido de impeachment de Janot
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou a aliados que quer dar seguimento ao pedido de impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O peemedebista não tem conseguido esconder sua revolta com a atuação do procurador, que pediu sua prisão ao Supremo Tribunal Federal.
Na noite dessa quarta-feira, 15, Renan participou de festa junina na casa da senadora Kátia Abreu (PMDB-MS). Antes disso, entretanto, se reuniu com Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Eduardo Braga (PMDB-AM) na casa do ex-presidente José Sarney em Brasília. Os peemedebistas tiveram que acalmar Renan, que mostrou-se decidido a aceitar o impeachment de Janot.
Ele relembrou aos colegas de partido que existem ainda cinco pedidos de impeachment contra o procurador-geral da República a serem analisados pelo Senado e que pretende buscar, em algum deles, os argumentos necessários para acolher a denúncia.
Segundo os senadores, Renan está irritado com as decisões do procurador-geral. O desconforto ficou claro durante a festa junina de Kátia, quando Renan trouxe para as rodas de conversa, por diversas vezes, o nome de Janot.
O presidente do Senado abordou diferentes convidados mostrando em seu celular uma reportagem sobre o procurador-geral. No título, Janot afirmava que a manutenção de sigilo da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado geraria crise entre os Poderes.
Renan argumentou com os senadores que, dessa forma, Janot estava “estimulando vazamentos” e que isso era uma “irresponsabilidade”. O presidente do Senado foi alvo de um dos vazamentos da delação de Machado e apareceu em um diálogo chamando Janot de “mau-caráter”.
O presidente do Senado cogita ainda que Janot tenha orientado as gravações feitas por Sérgio Machado. “São conversas totalmente induzidas, é uma delação orientada. Como pode grampear um senador com foro? Só com autorização judicial”, disse Renan aos convidados, na festa.
De acordo com Renan, a delação de Machado não possui “materialidade” e, para trazer essa característica para a colaboração premiada, o delator teria sido orientado a fazer gravações com o político. Ele fez um paralelo com o caso Delcídio Amaral e afirmou que, ao negociar acordo de delação, o ex-senador teria se comprometido a voltar ao Senado e fazer gravações com colegas para fortalecer o depoimento.
Confraternização
Muitos senadores marcaram presença na festa junina oferecida por Kátia Abreu (PMDB-MS). Inicialmente divididos em duas mesas, uma do governo e outra da oposição, os parlamentares se reuniram em um só grupo com a chegada do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Renan chegou mais tarde, acompanhado de Eunício Oliveira e Eduardo Braga e conseguiu acomodar todos ao seu redor. Apesar de o assunto ser majoritariamente político, a conversa seguiu descontraída. Regado a uísque e entre uma reclamação e outra contra Rodrigo Janot, o presidente do Senado conduziu a conversa com brincadeiras e vários casos.
Ele explicou, por exemplo, porque não quis autorizar o pagamento de passagem e hospedagem para a autora do processo de impeachment, Janaína Paschoal, participar das reuniões da comissão. “Com todo respeito, ela é muito chata!”, justificou, aos risos, para os colegas. Segundo ele, a jurista poderia poupar o Senado dessa despesa, já que recebe altos honorários “pagos pelo PSDB”, brincou.
O petista Lindbergh Farias (RJ) zombou dos apelidos da tropa de choque de Dilma na comissão do impeachment. “Gravamos um vídeo juntos e alguém comentou dizendo que eu era o petralha, a Vanessa Grazziotin seria a Penélope Charmosa; a Gleisi Hoffmann era a Narizinho e a Fátima Bezerra, a Maria Bonita”, contou, arrancando risos da mesa.
Muitas piadas também foram feitas com o senador Zezé Perrella (PTB-MG), que não estava presente. Os demais disseram que o colega tem fama de organizar boas festas, sempre com a presença de moças mais jovens.
Alguns deputados também participaram da festa junina de Kátia, mas longe da mesa dos senadores. André Fufuca (PP-MA) passou para cumprimentar os demais, enquanto Tiririca (PR-SP) chegou a cantar uma música com o sanfoneiro.
A festa na casa de Kátia foi uma homenagem ao ex-senador do Democratas José Jorge, que também é ministro aposentado do Tribunal de Contas da União (TCU). Com bom trânsito partidário, Jorge realizava todos os anos uma festa junina em Brasília, prestigiada por diferentes nomes da República. Kátia presenteou o convidado e anunciou que gostaria de manter a tradição.
Fonte: Estadão Conteúdo
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