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segunda-feira, 20 de junho de 2016

Equipes do Souza Aguiar relatam irregularidades na internação de Fat Family



Fat Family posou para fotos no hospital Foto: Reprodução
Extra

Funcionários do Hospital Souza Aguiar relataram ao EXTRA diversas irregularidades que aconteceram durante a permanência do traficante Fat Family e que também costumam marcar a passagem de outros presos sob custódia dentro da unidade de saúde.
— Ele recebia visitas além dos advogados. Eles (os bandidos internados) dão um jeito de receber visita. Não sei como — disse um técnico do hospital, sem se identificar: — Esse paciente tinha condições de andar. Ele teria condições de ser transferido para um presídio e voltar para a cirurgia amanhã (segunda-feira).
Segundo uma médica, que também não quis se identificar, os policiais que fazem a custódia dos presos às vezes se ausentam por alguns momentos do seu posto. A sensação é de insegurança no hospital.
— Às vezes, eles somem. Não ficam perto. O paciente sai do sexto andar (onde fica a sala de custódia) e vai andando para os outros andares, sem nenhum controle. Deveria ter segurança privada no hospital — relatou.
Fontes da Secretaria municipal de Saúde afirmam que há 12 presos em custódia nos hospitais da rede hoje, alguns com situação clínica estável, quando o paciente já deve ser transferido, outros até com alta médica. De acordo com outros funcionários do Souza Aguiar, a cirurgia no maxilar de Fat Family estava marcada só para hoje — uma semana depois de ele ter dado entrada no hospital — porque não havia material cirúrgico.
O Sindicato dos Médicos do Rio vai denunciar os governos estadual e municipal ao Ministério Público por terem desrespeitado a Portaria nº 183, que vigora desde 2002, determinando que o acautelado, que não corre mais risco de morte, seja transferido para os hospitais do sistema prisional, já que os hospitais são despreparados. Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária afirmou que já estava reservada uma vaga na UPA Dr. Hamilton Agostinho de Castro, que fica dentro do Complexo Penitenciário de Gericinó, para Fat Family após a cirurgia maxilar.
Morto durante invasão
Morto durante a invasão ao Hospital Souza Aguiar, Ronaldo Luiz Marriel de Souza, de 35 anos, trabalhava como segurança na SuperVia. Na noite de sexta-feira, ele fazia um bico na segurança de uma boate gay, na Lapa, quando houve uma briga. Ao tentar controlar a confusão, Ronaldo foi atingido por uma garrafada na cabeça e levado para o hospital.

Ronaldo Luiz Marriel de Souza, morto durante invasão de bandidos
Ronaldo Luiz Marriel de Souza, morto durante invasão de bandidos Foto: Reprodução

Segundo amigos, Ronaldo tinha uma filha adolescente, e a mulher espera um bebê. O segurança morreu durante cirurgia no abdômen, onde foi atingido pelo disparo.
Já o técnico de enfermagem Júlio César saía da unidade, falando ao telefone, quando foi atingido por um tiro de fuzil, que perfurou o fígado. Até ontem à noite, ele estava no CTI, em estado gravíssimo.


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