O Ceará é o único estado do Brasil em que todo o território tem potencial para a desertificação, podendo se tornar completamente infértil. A área que perdeu a capacidade produtiva já ultrapassa os 16 mil km² ou 11% do território total. A área comportaria mais de dois mil campos de futebol. Isso significa que o solo está degradado e não se adequa mais ao plantio. O Estado fica atrás, em números percentuais, somente do Rio Grande do Norte, em que 12% da área já virou deserto. Os dados foram apresentados pela gerente de Recursos Ambientais da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), Margareth Benício. A sessão solene do Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, na Assembleia Legislativa do Ceará, reuniu, na manhã de ontem, pesquisadores e gestores para pensar formas de combater o avanço da degradação do solo. As áreas que passam pela desertificação no Ceará estão concentradas no médio Jaguaribe, Sertão dos Inhamuns, Irauçuba e nas regiões do entorno. De acordo com Margareth Benício, a reversão da situação é bastante trabalhosa, mas possível. “Pode ser revertido com política de manejo e conservação do solo. É o primeiro passo para não haver agravamento. Agora, as ações precisam ser urgentes”, avisa. É importante também que a seca dê uma trégua. “Se o processo de desertificação já estava muito avançado, é complicado reverter sem água das chuvas”, reforça. O Castanhão está com 8,8% da capacidade. Os 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) estão com apenas 12% da capacidade. “Isso significa uma preocupação muito grande para diminuir o consumo da população”, avisa o secretário do Meio Ambiente (Sema), Artur Bruno, acrescentando que o Estado se compromete a, até o fim de junho, apresentar um plano de recomendações para o uso da água pelas famílias e pelas atividades econômicas. Distribuição da água A Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará (SRH) já diminuiu em 10% a vazão de água nos últimos dois meses. É a SRH que fornece água bruta para a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). Ramon Rodrigues, secretário-adjunto da SRH, ameaça que, caso não haja redução de consumo, a tendência é reduzir ainda mais a força da distribuição da água. “Fortaleza e Região Metropolitana recebem, desde novembro de 2012, água do Castanhão, há 250 km daqui. Tem um alto custo não só para chegar a água. A população do Interior está abrindo mão para que a água chegue a Fortaleza”, diz. Ele informa que, antes de haver a redistribuição da água, reuniões com lideranças comunitárias de todo o Estado aconteceram para que o manejo ocorresse de forma democrática. Se não houver uso consciente, avisa ele, alguém vai ficar sem ela. Outras formas de conseguir obter água estão sendo estudadas, aponta Rodrigues. Os aquíferos das Dunas, em Aquiraz e o da Barra do Cauípe, em Caucaia, os dois na região Metropolitana de Fortaleza, são algumas das hipóteses levantadas. O POVO
CAIXA ELETRÔNICO DA SEDE DO CREA É EXPLODIDO, EM FORTALEZA (CE)
O caixa eletrônico que fica dentro da sede do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE), na rua Castro e Silva, no Centro, foi explodido e todo o dinheiro roubado no início da manhã deste sábado, por volta das 6h30min. De acordo com o presidente do Crea-CE, o geólogo João César de Freitas Pinheiro, dois homens chegaram ao local, renderam e amarraram o segurança e se dirigiram diretamente ao caixa eletrônico do segundo andar. Ninguém foi preso até o fim da manhã de sábado. A quantia levada pelos assaltantes não foi revelada. O presidente do Crea, que estava em São Paulo na manhã de ontem, afirmou que a insegurança no Centro chegou “a níveis inacreditáveis”. Polícia Militar e a Polícia Federal (já que o Crea é um órgão federal) devem investigar o assalto. “Eu faço um apelo às instituições de Segurança Pública porque nós estamos muito fragilizados. Esses assaltos só vão diminuir se houver um trabalho de inteligência no sentido de identificar e prender essas lideranças”, aponta. O POVO
Rio decreta estado de calamidade pública devido crise
O governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, decretou estado de calamidade pública por causa da crise financeira. A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado de hoje (17). No texto, o governador diz que o decreto visa a garantir o cumprimento das obrigações estaduais com a realização dos Jogos Olímpicos, que terão início em agosto.
Nos primeiros oito parágrafos do decreto, são detalahados os motivos que levaram à decretação do estado de calamidade, incluindo a crise econômica que atinge o estado, a queda na arrecadação com o ICMS e os royalties do petróleo, a dificuldade do estado em honrar os compromissos para a realização dos Jogos, dificuldades na prestação de serviços essenciais, como nas áreas de segurança pública, saúde, educação e mobilidade.
Em um trecho é citada a proximidade do evento esportivo e a chegada das primeiras delegações à cidade como justificativa para a adoção da medida.
“Considerando que já nesse mês de junho as delegações estrangeiras começam a chegar na cidade do Rio de Janeiro, a fim de permitir a aclimatação dos atletas para a competição que se inicia no dia 5 de agosto do corrente ano; considerando, por fim, que os eventos possuem importância e repercussão mundial, onde qualquer desestabilização institucional implicará um risco à imagem do país de dificílima recuperação.”
O documento diz ainda, no Artigo 1º, que o estado de calamidade pública ocorre "em razão da grave crise financeira no Estado do Rio de Janeiro, que impede o cumprimento das obrigações assumidas em decorrência da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016". O texto diz também que "ficam as autoridades competentes autorizadas a adotar medidas excepcionais necessárias à racionalização de todos os serviços públicos essenciais, com vistas à realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016" e "as autoridades competentes editarão os atos normativos necessários à regulamentação do estado de calamidade pública para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016”.
Da Agência Brasil
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