
O tsunami causado pelo terremoto de magnitude 8,8 que aconteceu na Península de Kamchatka, na Rússia, na manhã de quarta-feira (30) pelo horário local – noite de terça-feira (29) no Brasil – alcançou diversas regiões ao longo do Oceano Pacífico. O terremoto é o mais forte desde 2011, quando tremores e tsunami atingiram Fukushima, no Japão.
Até agora, os impactos mais severos do tsunami foram registrados no Extremo Oriente Russo, mas os alertas e impactos se estenderam para o Japão, alguns países da América e regiões insulares. Não há registro de mortes até o momento.
As autoridades seguem monitorando o risco de novas ondas nas próximas horas. Entre os países que emitiram alertas estão Rússia, Japão, Estados Unidos, México, Guatemala, Equador, Peru, Chile e Costa Rica.
As medidas incluíram evacuações em massa, suspensão de atividades marítimas e recomendações de não aproximação das áreas costeiras.
Veja os países que emitiram alerta
- Rússia (principalmente Península de Kamchatka e Ilhas Curilas)
- Japão (várias prefeituras costeiras incluindo Hokkaido, Kanagawa e Wakayama)
- Estados Unidos (Havaí, Alasca, costa oeste incluindo Oregon, Washington e Califórnia)
- México
- Guatemala (com risco avaliado como baixo)
- Equador (incluindo as Ilhas Galápagos)
- Peru
- Chile
- Países da América Central com costa no Pacífico
Onde chegou o tsunami
As ondas do tsunami alcançaram localidades costeiras na Rússia, do norte do Japão, partes da costa oeste da América do Norte, o Pacífico Central e, com menor intensidade, zonas costeiras da América do Sul.
Na Rússia, ondas de 3 a 5 metros atingiram a Península de Kamchatka e as Ilhas Curilas. Em Severo-Kurilsk, portos foram inundados e embarcações destruídas; em Yelizovo, instalações de processamento de pescado e até um jardim de infância sofreram danos. Mais de 2 mil moradores foram evacuados, e há relatos de feridos leves.
Foto de 30 de julho de 2025 mostra a cidade de Severo-Kurilsk, nas Ilhas Curilas do Norte da Rússia, atingida por tsunami — Foto: Governo da Região de Sacalina/AFP
No Japão, o tsunami alcançou cidades costeiras da ilha de Hokkaido, como Kushiro e Iwate, com ondas de até 1,3 metro. Cerca de 1,9 milhão de pessoas receberam ordem de evacuação em 21 prefeituras costeiras. O governo mantém vigilância em toda a costa do Pacífico, de Hokkaido até Kyushu.
No Havaí (EUA), ondas de 1 a 1,2 metro chegaram durante a madrugada, afetando praias como Haleiwa e Hanalei. O governador declarou estado de emergência, voos foram cancelados em Maui e moradores próximos à costa foram retirados.
A costa oeste dos Estados Unidos (Alasca, Oregon, Washington e Califórnia) registrou aumento do nível do mar e manteve alertas de tsunami. No Canadá e no México, medidas preventivas também foram tomadas.
Em Guam, na Micronésia e em outras ilhas do Pacífico, alertas recomendaram evacuação preventiva.
Na América do Sul, Chile e Equador receberam alertas de ondas de até 3 metros, incluindo nas Ilhas Galápagos.
Na Costa Rica e em países da América Central, recomendações de evacuação foram emitidas, embora os efeitos tenham sido mais brandos.
Os impactos do tsunami até agora
Rússia: Ondas de 3 a 5 metros atingiram o porto e a zona costeira de Severo-Kurilsk, particularmente na ilha de Paramushir. Também foram relatadas ondas de até 4 metros no distrito de Yelizovo, com registro de portos parcialmente inundados e danos em instalações de processamento de pescado.
Japão: 1,9 milhão de pessoas evacuadas. Ondas de até 1,3 metro atingiram o litoral norte. Moradores foram vistos buscando abrigo em áreas elevadas. Tsunami atingiu a costa do Pacífico, especialmente em Hokkaido, com ondas de até 1,3 metros nas cidades costeiras como Kushiro, Iwate, Takahagi e Hitachinaka.
Ordens de evacuação foram emitidas para cerca de 1,9 milhão de pessoas em várias prefeituras costeiras. A vigilância se estendeu do norte de Hokkaido até Kyushu, passando por áreas como a baía de Ise e Ibaraki
Estados Unidos (Havaí, Alasca e Califórnia): Autoridades americanas reportaram aumento de nível do mar em várias praias no Havaí, onde foram registradas ondas de cerca de 1 metro. Todos os residentes próximos à costa receberam instrução para evacuar ou buscar áreas elevadas.
Na Costa Oeste do país, alertas foram emitidos desde Kodiak, no Alasca, até La Jolla, Califórnia. Medições iniciais apontaram elevação do nível do mar em diversos pontos.
Ilhas do Pacífico, Guam, Micronésia: Alertas de tsunami foram emitidos para a ilha de Guam, diversas ilhas na Micronésia e outros territórios insulares, prevendo ondas perigosas e recomendando evacuação preventiva.
América do Sul: Alertas para chegada de ondas foram divulgados para as costas do Chile e Equador, ainda que as ondas esperadas fossem significativamente menores em relação àquelas registradas próximas ao epicentro.
Magnitude
De acordo com a universidade americana Michigan Tech, o potencial de danos que cada intervalo de magnitude causa é das seguintes dimensões:
- Até 2,5: Não chega a ser sentido, mas os sismógrafos registram.
- De 2,5 a 5,4: É sentido, mas causa apenas pequenos danos.
- De 5,5 a 6,0: Danos a edifícios e outras estruturas.
- De 6,1 a 6,9: Causam muitos danos em áreas densamente povoadas.
- De 7,0 a 7,9: É um grande terremoto, com danos sérios, como prédios destruídos, em áreas habitadas.
- De 8,0 ou mais: É um terremoto ainda mais forte, que pode destruir totalmente comunidades perto do epicentro.
De acordo com o USGS), um terremoto tem uma única magnitude, mas registro desse número pode ser revisado pelos sismógrafos com novos dados.
A escala para medir terremotos mais conhecida é a Richter, mas na prática ela já está em desuso.
Por g1
Possível reação do Brasil a tarifaço pode afetar preços de remédios

Os medicamentos e produtos farmacêuticos são os principais itens importados pelo Brasil dos Estados Unidos neste ano. A princípio, esses produtos não serão afetados pelo tarifaço de Donald Trump sobre os produtos brasileiros, mas uma eventual retaliação do Brasil pode encarecer produtos como medicamentos para câncer e doenças raras.

No ano passado, o Brasil importou quase US$ 10 bilhões em itens da área médica, como produtos usados em cirurgias, reagentes para detecção de doenças, instrumentos e aparelhos para medicina. Grande parte vem dos Estados Unidos.
A possibilidade de uma retaliação brasileira ao tarifaço dos Estados Unidos preocupa o setor. Segundo o CEO da Associação Brasileira de Indústria de Dispositivos Médicos, Paulo Fraccaro, algumas alternativas para o Brasil seriam a China, a Índia e a Turquia.
“Se nós adotarmos a reciprocidade, esses produtos chegarão mais caros nas prateleiras, na ordem de 30%, e o Brasil vai ter que procurar alternativas”, diz.
O Brasil também importa medicamentos com patentes, especialmente para doenças raras ou aqueles com mais tecnologia, e os Estados Unidos estão entre os principais fornecedores e, no caso de uma guerra tarifária, esses medicamentos poderiam ficar ainda mais caros no Brasil.
No primeiro semestre deste ano, foram importados US$ 4,3 bilhões em medicamentos de alto custo e produtos farmacêuticos, alta de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. A União Europeia é o maior fornecedor, com cerca de 60%.Alemanha e Estados Unidos respondem por cerca de 15% cada.
A maior parte dos medicamentos mais comuns, especialmente os genéricos, são produzidos no Brasil, mas nesse caso, 95% dos insumos farmacêuticos para a produção vêm da China.
Para o presidente-executivo da Associação Brasileira de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), Norberto Prestes, é fundamental investir na pesquisa e na produção brasileira.
“Temos a capacidade, temos pesquisadores brilhantes, que acabam indo para o exterior. Nós deveríamos reter esses talentos aqui e desenvolver nosso sistema para aumentar a nossa soberania nesse quesito”, avalia.
Por Agência Brasil
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