O hacker Walter Delgatti Neto, detido pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira, 2, afirmou em depoimento anterior à corporação que se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio da Alvorada para discutir o sistema das urnas eletrônicas. As informações constam na decisão judicial, obtida pelo Terra.
De acordo com Walter Delgatti Neto, durante o encontro, Bolsonaro indagou se ele seria capaz de invadir as urnas eletrônicas com acesso ao código-fonte dos equipamentos. Contudo, o hacker afirmou aos investigadores que essa proposta não avançou.
Segundo informações prestadas por Walter Delgatti Neto, a reunião com Jair Bolsonaro teria sido intermediada pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que também é alvo da operação da Polícia Federal realizada nesta quarta-feira.
Delgatti Neto informou aos investigadores que somente poderia ter acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas dentro da sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que ele "não teria a possibilidade de ir até lá".
"...Apenas pode afirmar que a Deputada CARLA ZAMBELLI esteve envolvida nos atos do declarante, sendo que o declarante, conforme saiu em reportagem, encontrou o ex-Presidente JAIR BOLSONARO no Palácio do Alvorada, tendo o mesmo lhe perguntado se o declarante, munido do código fonte, conseguiria invadir a Urna Eletrônica, mas isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do Tribunal, e o declarante não poderia ir até lá, sendo que tudo que foi colocado no Relatório das Forças Armadas foi com base em explicações do declarante", diz trecho da decisão.
Delgatti ainda pontuou que Bolsonaro "não teve qualquer relação com a invasão ao sistema do CNJ" e que nenhuma outra pessoa "além do declarante e da Deputada [Zambelli] tiveram envolvimento na invasão ao sistema do CNJ". Também acrescentou que ele foi pago para ficar à disposição apenas da parlamentar.
Fonte: Terra
Procurador de justiça acusado de matar delegado no CE tenta fugir da Polícia e é baleado
O procurador de justiça aposentado Ernandes Lopes Pereira, de 73 anos, foi preso pela quarta vez por matar o delegado da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) Cid Júnior Peixoto do Amaral, que tinha 60 anos, no Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), em 2008. No cumprimento do mandado de prisão, ele investiu contra os policiais e foi baleado.
A prisão ocorreu em uma chácara na região do Caub, no Distrito Federal (DF). A ação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da PC-CE, foi detalhada em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (3).
Segundo o diretor do DHPP, delegado Ricardo Pinheiro, esta foi a segunda tentativa de cumprir o atual mandado de prisão contra o procurador de justiça, que se encontrava na condição de foragido. Na primeira, em fevereiro deste ano, ele conseguiu escapar ao jogar o carro em que estava contra os policiais. "Era uma região de mata, ele desembarcou do veículo e entrou no matagal e não foi possível cumprir o mandado naquela região", explicou.
Já último dia 27 de julho, após ter o endereço localizado pela investigação, Ernandes foi novamente abordado pelos policiais, em uma ação conjunta com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Mais uma vez o foragido investiu contra os agentes, que responderam atirando.
"Ele foi abordado ao sair de casa, iniciou uma perseguição, ele jogou o veículo em direção aos policiais do Distrito Federal, então havia a necessidade de realizar um disparo para que parasse de jogar o veículo", detalhou o titular da 2ª delegacia do DHPP, Felipe Moreira. Segundo ele, Ernandes foi atingido de raspão no braço, o que não comprometeu a prisão.
Segundo o delegado, além do cumprimento efetivo do mandado de prisão expedido pela comarca do Eusébio, no Ceará, o procurador foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio pelo crime de desobediência, ao jogar o veículo contra os policiais.
QUARTA PRISÃO
Felipe Moreira explicou ainda que o procurador sempre recorria de medidas judiciais para conseguir liberdade, mas que a atual decisão judicial pela prisão é definitiva.
"Ele sempre recorria ao Poder Judiciário na tentativa de conseguir habeas corpus, até então vinha conseguindo. Essa decisão foi expedida no começo do ano, já é uma decisão definitiva, com a condenação transitada e julgada, então ele vai cumprir uma pena de 13 anos e 9 meses referente a essa prática criminosa, e a gente espera que não caiba mais nenhum recurso e a gente consiga recambiar esse preso até o Ceará e que ele cumpra a pena aqui", disse.
CONDENAÇÃO POR MORTE DE DELEGADO
Ernandes Lopes Pereira foi condenado pela 1ª Vara da Comarca do Eusébio à pena de 16 anos de prisão, mas a defesa do procurador de justiça recorreu e a pena foi reduzida para 13 anos e 9 meses de prisão, no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).
A primeira vez que Ernandes foi preso foi em flagrante, após o crime, no dia 13 de agosto de 2008. A segunda e a terceira vez se deram em Brasília, em março de 2019 e março de 2021.
O procurador de justiça matou Cid Júnior Peixoto do Amaral com um tiro, na mansão do réu, na Lagoa da Precabura, no Eusébio. O delegado estava como convidado de Ernandes. Em primeiro depoimento, o procurador alegou que o disparo foi acidental. O delegado morreu na presença da mãe e da esposa dele.
Na coletiva, a Polícia Civil também detalhou a prisão de outros dois foragidos - integrantes de um grupo criminoso - que também foram localizados fora do Estado.
Os três foragidos foram capturados em Brasília, no Distrito Federal, e no Município de Luziânia, em Goiás, com apoio das polícias Civil do Distrito Federal (PCDF) e de Goiás (PCGO). Dois suspeitos já foram recambiados para o Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste via http://blogdowilsonfilho.blogspot.com/
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