Poucas horas depois de deixarem sua casa, que corria risco de desabar no bairro Jardim Alvorada, na região Noroeste de Belo Horizonte, uma mulher e seus três filhos acabaram soterrados após um desabamento no mesmo local.
Moradores e vizinhos de Maria Stela confirmaram que ela e os meninos de seis, oito e dez anos estão entre os soterrados e os bombeiros trabalham para resgatar as vítimas. O pai das crianças também estava no local no momento do desabamento, mas foi resgatado com vida. A família estava entre as 35 pessoas desabrigadas depois que um barranco cedeu atingindo um muro e colocando em risco 12 casas no local na tarde desta sexta-feira (24)
Em entrevista à RecordTV Minas, ela disse que o marido tinha ajudado a vizinha a fazer a mudança e que tinha deixado a casa acompanhada dos três filhos somente com a roupa do corpo.
No entanto, a mulher voltou ao local e está entre as vítimas de um soterramento que ocorreu às 10 horas da noite de ontem, quando o barranco cedeu, arrastando casas que já estavam ameaçadas.
O líder comunitário do Jardim Alvorada, Sílvio Cesar Camargos, havia alertado que a situação no local estava crítica.
— Já aconteceu vários deslizamentos em outras chuvas. Tem que desocupar porque o bem mais precioso que a gente tem é a nossa vida. Bem material, com todo a dificuldade, depois a gente consegue adquirir.
Mortes em supostos confrontos com a polícia sobem na gestão Doria
O primeiro ano da gestão do governador João Doria (PSDB) terminou com aumento no número de pessoas mortas durante ações policiais. Foram 867 mortes cometidas por agentes, alta de 1,8% na comparação com os 851 casos do ano anterior. O número leva em consideração mortes em operações, por exemplo, mas também quando o policial de folga age para impedir um crime.
O Estado havia conseguido reduzir a letalidade policial em 2018 após um ano recorde em 2017, quando 940 pessoas foram mortas, quantidade que configurou o recorde da série histórica. A alta de 2019 ocorre em meio a um discurso fomentado pelo governador de "mandar bandido para o cemitério".
Em setembro do ano passado, ao comentar dados de criminalidade, Doria disse que a redução da letalidade policial não era obrigatoriedade. Ontem, o coronel Camilo disse que a alta não é desejada, mas decorre da distribuição dos policiais nas manchas criminais, o que leva a uma resposta rápida contra o crime.
"Normalmente, o marginal se entrega, fizemos 214 mil prisões no ano passado. Mas em 0,3% dos casos ele não se entrega e o confronto pode terminar em morte", disse
Em dezembro, nove jovens que participavam de um baile funk morreram em Paraisópolis, na capital, após uma operação da polícia.
O dado, no entanto, não é computado como letalidade policial, pois um inquérito ainda apura a responsabilidade dos agentes no caso. Copyright © Estadão. Todos os direitos reservados
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