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domingo, 29 de setembro de 2024

Surto recente de febre Oropouche foi causado por nova linhagem viral

 

Constatação é de estudo liderado pela Fiocruz
Agência Brasil    https://www.miseria.com.br/
Foto: Conselho Federal de Farmácia
Pesquisa liderada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que o início do surto de febre Oropouche em 2024 foi causado por uma nova linhagem viral que surgiu na Região Amazônica. Os resultados do estudo constam em um artigo revisado por pares e aceito na revista científica internacional Nature Medicine. A versão preliminar já foi divulgada na semana passada para garantir o compartilhamento antecipado dos achados, mas o texto ainda passará por novas revisões antes da divulgação definitiva.

O súbito aumento da transmissão da doença nos dois primeiros meses de 2024 gerou um alerta epidemiológico no Amazonas. As preocupações cresceram com o avanço das ocorrências, que chegaram a todas as regiões do país. Mas dados dos anos anteriores já vinham sendo monitorados com mais atenção pelas autoridades sanitárias.

Entre agosto de 2022 e fevereiro de 2024, foram contabilizadas mais de 6 mil ocorrências de febre Oropouche em cerca de 140 municípios da Região Norte. A pesquisa da Fiocruz envolveu o sequenciamento do genoma de vírus referentes a 382 casos registrados em quatro estados: Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. As análises revelaram que as infecções foram causadas pela nova linhagem do vírus causador da doença, identificada por OROV BR-2015-2024.

Considerada as características genéticas do patógeno, os pesquisadores avaliam que seu surgimento se deu, provavelmente, entre os anos de 2010 e 2014 no estado do Amazonas. A nova linhagem seria fruto de um rearranjo genético entre cepas que circulavam no Brasil e outra com circulação no Peru, Colômbia e Equador. Desde então, ela teria se espalhado silenciosamente até provocar a epidemia recente.

Rearranjos genéticos, como o que deu origem à OROV BR-2015-2024, ocorrem quando uma mesma pessoa ou animal é infectado simultaneamente por duas linhagens virais diferentes. Assim, no processo de replicação viral, pode surgir uma cepa que combina elementos dos dois patógenos.

De acordo com nota divulgada nesta sexta-feira (27) pela Fiocruz, os pesquisadores concluíram que a OROV BR-2015-2024 apresenta alterações na superfície da partícula viral que podem facilitar o escape de anticorpos.

“Pessoas infectadas anteriormente pelo vírus Oropouche podem ter proteção reduzida contra a nova linhagem. Além disso, um estudo preliminar, feito por outro grupo de cientistas, e ainda não revisado por pares, indica que a nova cepa se replica mais rapidamente nas células do que a primeira linhagem do vírus Oropouche isolada no Brasil, nos anos 1960”, registra o texto.

A febre Oropouche é uma doença causada por um arbovírus. Não existe tratamento específico, mas o paciente deve permanecer em repouso e ter acompanhamento médico. Podem ser prescritos analgésicos e antitérmicos comuns para aliviar os sintomas, que são muito parecidos com os da dengue. Eles duram geralmente entre 2 e 7 dias e incluem febre, dor de cabeça, dor nas costas e nas articulações, podendo ainda ocorrer tontura, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos. Em alguns casos, há também ocorrência de encefalite.

A transmissão, no entanto, não ocorre pela picada do Aedes aegypti e sim de outros mosquitos, sobretudo pelo Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Eles se proliferam principalmente durante períodos de calor em ambientes úmidos, como em áreas próximas a mangues, lagos, brejos e rios. Mas não são restritos a áreas rurais, estando presente em espaços urbanos com disponibilidade de água e matéria orgânica, sobretudo próximo a hortas, jardins e árvores. O Culex quinquefasciatus, uma das espécies popularmente chamada de pernilongo, também pode atuar eventualmente como vetor.

No Brasil, surtos esporádicos da doença têm sido registrados na Região Amazônica desde a década de 1970. Durante a recente disseminação, casos da doença foram registrados em todas as regiões do país. Embora uma parcela deles sejam ocorrências importadas, envolvendo viajantes que retornaram da Região Amazônica, diferentes estados também detectaram infecções de transmissão local.

Em julho desse ano, foram registradas na Bahia as primeiras mortes pela doença já ocorridas no mundo. A situação tem gerado preocupações de organismos sanitários nacionais e internacionais.

Mudanças climáticas

Os pesquisadores alertam que surtos e epidemias geralmente surgem por uma combinação de fatores e levantam a possibilidade de que a disseminação recente da febre Oropouche tenha sido influenciada pelas mudanças climáticas, que vêm gerando eventos extremos na Amazônia. Junto com o desmatamento e a degradação ambiental, essas alterações no clima poderiam afetar o comportamento do mosquito vetor, contribuindo para maior exposição da população. Essa hipótese ajudaria a explicar porque a nova linhagem circulou por quase 10 anos antes de causar um surto de grandes proporções.

O estudo também confirmou o padrão sazonal da febre Oropouche. Foi observada uma alta disseminação do vírus nas estações chuvosas e transmissão baixa, embora persistente, nas estações secas. Esta dinâmica estaria associada à maior proliferação do vetor no período de chuvas.

Os pesquisadores concluíram ainda que a disseminação da doença ocorreu pela combinação entre deslocamentos de vetores e de seres humanos infectados. “Em cerca de dois terços dos casos, a dispersão do vírus foi compatível com o alcance de voo dos insetos, ficando abaixo de 2 km por dia. No entanto, em aproximadamente um terço dos registros, foi observada uma dispersão de mais de 10 km por dia, indicando associação com o deslocamento humano”, registra a nota de divulgação da Fiocruz.

O estudo mobilizou unidades da Fiocruz sediadas em cinco estados: Rio de Janeiro, Amazonas, Rondônia, Pernambuco e Paraná. O trabalho também contou com a cooperação de unidades dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens), que são integrados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ficam sob gestão dos governos estaduais. Houve ainda envolvimento de outros órgãos públicos e instituições científicas.


Eleições Juazeiro do Norte: confira as pesquisas previstas para a última semana de campanha


Quatro novas pesquisas eleitorais já foram registradas junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE); confira os institutos.
Cícero Dantas   https://www.miseria.com.br/
Foto: Reprodução

Quatro novas pesquisas eleitorais já foram registradas, até a manhã deste domingo (29),  junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e devem ser divulgadas no início da última semana de campanha eleitoral pela Prefeitura de Juazeiro do Norte.

Na próxima terça-feira (1), a Anza Comunicação apresentará seu primeiro levantamento de intenções de votos no pleito eleitoral do município. Assim como o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), que divulgará sua pesquisa na quinta-feira (3). 

AtlasIntel apresentará uma nova pesquisa na próxima quarta-feira (2). No último levantamento, realizado entre 13 e 18 de agosto, Gledson Bezerra (Podemos) liderava a corrida eleitoral com 54,3% da preferência do eleitor, seguido por Fernando Santana (PT), com 38,1%. Sued Carvalho (UP) apresentou 2,1% das intenções de voto.

Já na quinta-feira (3), o Instituto Opinião apresentará uma nova rodada de intenções de votos. No último levantamento, realizado entre 26 e 27 de setembro, Fernando Santana (PT) estava à frente nas intenções de votos com 49,9%, seguido por Glêdson Bezerra (Podemos) com 37,1%; Sued Carvalho (UP) com 1,9% e Lino Alves (PCO) com 0,7% .

Confira as pesquisas que devem ser divulgadas nesta semana

  • Anza Comunicação Estratégica 

Data de registro: 25/09/2024
Data de início da pesquisa: 27/09/2024
Data de término da pesquisa: 30/09/2024
Data de divulgação: 1/10/2024
Entrevistados: 600
Contratante: Innovate Tecnologia

  •  AtlasIntel

Data de registro: 26/09/2024
Data de início da pesquisa: 26/09/2024
Data de término da pesquisa: 1/10/2024
Data de divulgação: 2/10/2024
Entrevistados: 800
Contratante: Jornal O Povo

  • Instituto Opinião 

Data de registro: 27/09/2024
Data de início da pesquisa: 29/09/2024
Data de término da pesquisa: 1/10/2024
Data de divulgação: 3/10/2024
Entrevistados: 800
Contratante: Opinião/CE Comunicação

  •  IPESPE

Data de registro: 27/09/2024
Data de início da pesquisa: 28/09/2024
Data de término da pesquisa:  30/09/2024
Data de divulgação: 3/10/2024
Entrevistados: 800
Contratante: Rede Integrada de Comunicação

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