Na última sexta-feira (10), a residência de um garoto de 12 anos na cidade de Sorocaba, interior do estado São Paulo, foi alvo de mandado de busca e apreensão da Polícia Civil de São Paulo. Segundo a Record TV, a polícia suspeitava que o jovem atuava, nas redes sociais, como responsável por um dos perfis do personagem "Homem Pateta". Com desafios de automutilação e suicídio, a conta ameaçava outras crianças através de aplicativos de mensagens — como nos casos da Baleia Azul e da Boneca Momo.
Os perfis do "Homem Pateta", que não possuem, necessariamente, uma ligação entre si, usam a imagem de um homem fantasiado como o personagem da Turma do Mickey, conhecido programa da Disney, com o nome fictício de Jonathan Galindo.
Desde o mês de junho, pelo menos três estados já tinham registrado casos relacionados ao uso do personagem "infantil" em perfis que colocam em risco a saúde de crianças. Além de São Paulo, as polícias dos estados de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul estavam cientes da situação.
Caso de Sorocaba
Segundo informações da polícia, o autor do perfil fazia amizade com crianças e alegava conhecer as famílias, além de dar detalhes sobre onde moravam. Inclusive, enviava mensagens alertando que algo de mal aconteceria caso a vítima não aceitasse o desafio proposto. No entanto, familiares de crianças que receberam as mensagens procuraram a polícia e, dessa forma, chegaram ao garoto em questão.
O jovem confessou o fato de enviar mensagens pelo perfil do "Homem Pateta", mas explicou se tratar "apenas de uma brincadeira". O garoto foi liberado, no entanto, o celular do autor das ameaças está apreendido pela polícia e uma perícia será realizada no aparelho, dando continuidade ao inquérito que corre na Delegacia Seccional de Sorocaba.
Agora, a investigação será enviada à Vara da Infância e Juventude, onde o adolescente pode responder por atos infracionais (menores de 18 anos são inimputáveis no país) como ameaça e instigação ao suicídio. "A investigação realizada demonstra que não existe anonimato na internet e reforça que a Polícia Civil é o filtro permanente da justiça e da legalidade", esclareceu a polícia, em nota, sobre a operação, que foi divulgada apenas ontem (13).
Com informações Yahoo Notícias
Médico que defendeu na TV o uso de vermífugo contra a covid-19 está na UTI
O cirurgião-geral Joaquim Inácio de Melo Júnior, de Goiás, foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Anis Rassi, em Goiânia, após defender publicamente o uso do medicamento ivermectina contra a covid-19.
Em uma entrevista concedida por ele, na semana passada, para a TV Serra Dourada, afiliada do SBT, no estado, ele disse que havia sido diagnosticado com a doença havia oito dias, que estava utilizando o remédio, e que o período de quarentena acabaria no domingo (12). Dois dias antes, no entanto, na sexta-feira (10), o quadro de saúde do médico se agravou e ele foi hospitalizado.
Melo Júnior faz parte de um grupo composto por médicos goianos, chamado Goiânia Frente à Covid-19, que defende o tratamento preventivo contra o novo coronavírus, utilizando medicamentos como a ivermectina, um antiparasitário (vermífugo), cuja eficácia não é comprovada cientificamente.
Apesar de alertas do CRF-GO (Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás) e da SGI (Sociedade Goiana de Infectologia), esse grupo coordenou no início do mês a distribuição de 1.800 kits do remédio na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, no Setor Expansul, em Aparecida de Goiânia. Dezenas de veículos e famílias foram ao local receber o chamado kit-covid.
Ao ser questionando se estava utilizando o medicamento na entrevista concedida semana passada, o cirurgião, ainda em casa, respondeu ironizando: "E (tô) desse jeito aqui, ó", dando tapas no próprio rosto. "Tem 110 dias que eu venho pregando esse tratamento profilático e eu era uma voz quase solitária. Graças a Deus, fizemos um grupo aqui em Goiás", disse.
Mais adiante, na entrevista, quando confrontado pelo posicionamento do Conselho Regional de Farmácia, Melo Júniorrespondeu que era direito dele como médico, com 40 anos de experiência em Medicina, prescrever o medicamento. "Eu tô na ponta. Não tô fazendo pesquisinha randomizada, não, porque não dá tempo. Não dá para esperar um ano para ficar pronto, assim como a vacina, que não vai ter esse ano, não. Esquece! A vacina se chama ivermectina", declarou.
Vídeo para a família
No dia seguinte, após ser levado para o hospital, o cirurgião fez um vídeo e enviou para a família, dizendo-se desidratado e informando que a pressão havia caído. Ele contou, ainda, que haviam suspendido a aplicação de corticoide. "Por incrível que pareça. Para mim, seria o principal, mas aqui, agora, o doutor é o paciente e não o médico", disse, finalizando que estava bem para tranquilizar a família.
Dias antes, na entrevista concedida à TV, ele afirmou que não tinha procurado nenhum infectologista para tratar de si. "Ó, avisa o pessoal que, além de eu ser o médico que estou prescrevendo (ivermectina) nessa campanha toda, eu sou o paciente de mim mesmo. Eu não procurei infecto nenhum para tratar de mim. Eu tratei a mim como tratei todos os meus pacientes", expressou.
Procurada pelo UOL, a família do cirurgião ainda não se pronunciou sobre o caso. Parentes e amigos iniciaram campanha para mobilizar pessoas que já se curaram da doença para doarem plasma para o médico. O Hospital Anis Rassi foi proibido de dar maiores informações sobre o paciente. A reportagem confirmou nesta tarde que ele continua em observação na UTI.
O Cremego (Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás) não quis se posicionar sobre o assunto. Melo Júnior integra a equipe médica do HGG (Hospital Estadual Alberto Rassi), em Goiânia. Em nota, o hospital informou que ele é um cirurgião pioneiro da unidade, com mais de 30 anos de atividade, e que desempenha a função de gerente médico da Clínica Cirúrgica. Em razão da idade e por pertencer ao grupo de risco, ele encontra-se afastado das atividades desde março deste ano.
Com informações Uol Notícias
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