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quinta-feira, 16 de julho de 2020

Coronavírus: pandemia leva número recorde de fumantes a largar o cigarro


Mais de um milhão de pessoas no Reino Unido largaram o cigarro desde o começo da pandemia de coronavírus, mostra um levantamento feito por uma organização britânica que alerta para os perigos do tabaco.

Quarenta e um por cento dos entrevistados disseram ter largado o cigarro por causa do surgimento da covid-19.

Outro levantamento, esse da University College London (UCL), aponta que o número de pessoas que pararam de fumar desde o começo do ano até o mês passado é o maior já registrado. As pesquisas da UCL são feitas mensalmente desde 2007. 

Autoridades alertam que fumantes correm riscos maiores de sofrerem sintomas graves de covid-19.

Entre 15 de abril e 20 e junho, 10 mil pessoas foram entrevistadas sobre seus hábitos de fumo pela empresa de pesquisas YouGov, a pedido da organização britânica Action on Smoking (conhecida como Ash).

A partir dessa amostra, os estatísticos fizeram uma estimativa de quantas pessoas teriam abandonado o cigarro em todo o país.

Os riscos para saúde não são o único fator para muitos largarem o cigarro. Pesquisadores dizem que o isolamento contribuiu para a queda no fumo — com menos eventos sociais e também maior dificuldade em se obter cigarros com o fechamento de muitos estabelecimentos.

Já o estudo da UCL vem ouvindo mil pessoas por mês na Inglaterra sobre seus hábitos de fumo desde 2007.

Neste ano, 7,6% das pessoas que fazem parte do estudo disseram ter largado o cigarro — um número que é quase 30% maior que a média.

"Mais de um milhão de fumantes conseguiram parar de fumar desde que a covid-19 chegou ao Reino Unido mas uma quantidade cinco vezes maior segue fumando", diz a diretora da Ash, Deborah Arnott.

Estima-se que o Reino Unido tinha cerca de 7 milhões de fumantes em 2019.

A entidade está lançando uma campanha contra o tabagismo com dinheiro do Departamento de Saúde voltado para pessoas nas áreas com o maior número de fumantes do país.

Terrence Craggs, que vive em Newcastle, largou o cigarro depois de passar um tempo no hospital — mesmo tendo diagnóstico negativo para covid-19.

"Eu não conseguia respirar", disse ele à BBC. "Eu ficava ofegante o tempo todo. A pandemia é mais um incentivo para largar os cigarros, apesar de ser mais difícil fazer isso neste momento por causa do estresse."

Quais são os riscos?

Dados de um app chamado Zoe Covid Sympton Tracker, que ajuda a detectar sintomas de covid-19, indicam que fumantes têm probabilidade maior (14%) de desenvolverem três sintomas clássicos da doença, na comparação com não-fumantes: febre, tosse persistente e falta de ar.

O app foi criado por pesquisadores dos hospitais britânicos Guy's and St Thomas' e King's College London, com dados de mais de 2,4 milhões de pessoas.

A análise mostra que fumantes que tiveram diagnóstico positivo de covid-19 tinham duas vezes mais chances de serem hospitalizados do que os não-fumantes.

Isso corrobora dados dos Estados Unidos, que mostram que fumantes com coronavírus têm 1,8 vez mais chances de morrer.

Mas existe evidência nos dados da Zoe de que fumantes podem ter probabilidade menor do que os não-fumantes de serem diagnosticados com covid-19. Ainda assim, os fumantes que contraíram a doença tiveram sintomas mais graves da doença.

Alguns estudos no mundo sugerem que fumar pode até ter um efeito protetor contra o coronavírus. A pesquisadora Jamie Hartmann-Boyce, do Centro de Medicina Baseado em Evidências da Universidade de Oxford, disse que existe uma razão "biologicamente plausível" para isso: a nicotina pode estar bloqueando os receptores usados pelo vírus para invadir as células.

Mas ela afirma que não há clareza sobre a representatividade clínica dos dados.

"Isso não é consistente em vários estudos e não está claro se os dados destes estudos são confiáveis", ela diz.

Fumar, em vez de usar nicotina de mascar ou em adesivo, é "mortal", ela afirma. Qualquer benefício potencial do cigarro seria muito menor do que os males causados por ele.

A recomendação das autoridades de saúde da Inglaterra é: "Há evidências fortes de que fumar tabaco está geralmente associado a um aumento no risco de se desenvolver infecções respiratórias virais".

"Fumar causa dano aos pulmões e vias respiratórias e prejudica o sistema imune, reduzindo a sua capacidade de lutar contra infecções."

Com informações R7 via BBC News Brasil

Crime desvendado - Pai e filho juntos na cadeia por mandarem matar o prefeito

Sete meses de investigação sigilosa desaguam na elucidação da pistolagem em Granjeiro

Vicente Tomé e o filho, Ticiano Tomé, foram presos hoje, sete meses após o crime

Pai e filho agora estão atrás das grades. Foram detidos numa megaoperação da Polícia Civil que resultou na captura de outras 11 pessoas, todas tidas com envolvimento direto ou indireto no assassinato do prefeito, fato registrado na manhã do dia 24 de dezembro do ano passado, na véspera do Natal.
Uma demorada e sigilosa investigação policial vinha sendo realizada pela Polícia Civil por ordem direta do governador do estado, Camilo Santana (PT), que cobrou da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) uma investigação rápida e eficaz para o esclarecimento total do crime e a identificação de seus autores e comparsas.  O Ministério Público Estadual (MPE) acompanhou tudo e respaldou o pedido da Polícia para a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos.
Em uma das fases da investigação, a Polícia descobriu que um dos carros usados pelos criminosos foi levado do Ceará para o estado do Piauí e depois colocado à venda em uma loja de automóveis usados na cidade de Timon, no Maranhão. Nesta operação, foram presos Carlos Alberto Ferreira Cavalcanti (que trafegava no carro suspeito em Teresina, Piauí) e Rondinere Francino de Andrade, dono da revenda de veículos no Maranhão que havia colocado o carro à exposição para venda em sua loja, em Timon.
Outro preso hoje durante a operação policial foi José Plácido Cunha, o “Castelo Tomé”, irmão de Vicente Tomé e, portanto, tio de “Ticiano Tomé”, o atual prefeito. Ele já havia sido detido temporariamente, mas acabou solto.  É acusado de participação na trama e de esconder um dos veículos usados no crime. A caminhonete apreendida tinha placas de Maracanaú, onde “Castelo Tomé” foi detido na manhã de hoje.

De amigos a inimigos - “Vicente Tomé”, ex-prefeito de Granjeiro e considerado um dos “caciques” da política local, e seu filho, “Ticiano Tomé”, era amigos e aliados políticos de João Gregório Neto, o “João do Povo”. Nas últimas eleições para prefeito, eles se aliaram numa chapa que acabou vencedora, com João prefeito e Ticiano, vice.
Mas, ao longo dos dois primeiros anos de administração houve um rompimento dessa aliança e o então vice, Ticiano Tomé, passou a acusar o prefeito de envolvimento em desvio de verbas públicas na Educação. “João do Povo” foi denunciado pelo vice e acabou sendo alvo de uma investigação federal. A briga levou o “cacique” Vicente Tomé a convocar seus aliados e juntos montar um plano para derrubar o prefeito.
O acirramento da briga política se transformou em inimizade pessoal com troca de ameaças. Para a Polícia, não há mais nenhuma dúvida de que “Vicente Tomé” comandou uma espécie de consórcio da morte, em que, junto com outros oponentes do prefeito, juntou dinheiro para financiar o assassinato de “João do Povo”.

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