A Coronavac, vacina contra o novo coronavírus que vem sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, deve começar a ser distribuída em massa e gratuitamente a partir de janeiro de 2021. Foi o que informou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), durante entrevista concedida a uma rádio de Minas Gerais.
"A quantidade necessária para iniciar a imunização da população brasileira, pode ser aplicada já no início de janeiro com o SUS, com aplicação gratuita em toda população. A melhor notícia que poderíamos ter é a vacina", afirmou Doria.
A vacina, conforme estimativa do governador, deve receber autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para distribuição até o início do próximo mês de dezembro.
Antes disso, até outubro, devem ser concluídos os testes da fase 3, realizados em 9 mil voluntários por todo o Brasil. Este é o último estágio antes da distribuição. "Abril do ano que vem já teremos, com toda segurança, a imunização e a tranquilidade que as pessoas poderão celebrar festas, atividades, eventos musicais ou esportivos, sem risco para sua saúde ou sua vida'', garantiu.
Na semana passada, João Doria declarou que o Butantan vai abrir um programa para angariar R$ 130 milhões em doações para investir em equipamentos e tecnologia para, assim, conseguir dobrar a capacidade de produção da vacina.
Técnicas inovadoras
Os pesquisadores do Instituto Butantan, na capital paulista, resolveram utilizar técnicas inovadoras de biotecnologia para desenvolver a vacina alternativa contra a Covid-19. O instituto espera que a nova abordagem sirva como uma espécie de plano B, caso as vacinas feitas pelo modelo tradicional, já em teste em alguns países, não tenham resultado satisfatório.
Segundo o Butantan, a vacina que o instituto está desenvolvendo utiliza um mecanismo usado por algumas bactérias para enganar o sistema imunológico humano: elas produzem pequenas bolhas, ou vesículas, feitas com material de suas membranas para atrapalhar as células de defesa. Dessa forma, o sistema imunológico passa a atacar também as bolhas, diminuindo a agressão contra as bactérias.
Os pesquisadores do instituto pensam em fazer o mesmo, fabricando essas bolhas em laboratório, mas, em vez de usar a membrana das bactérias, vão acoplar nas vesículas proteínas de superfície do novo coronavírus. Assim, em contato com o sistema de defesa, as bolhas criariam uma memória imunológica no organismo, estimulando a produção de anticorpos específicos contra o coronavírus.
A pesquisa está sendo apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Estudo descobre 21 remédios que bloqueiam a Covid-19
Nesta segunda-feira (27), um estudo publicado na revista científica "Nature" conseguiu identificar 21 remédios existentes, usados para tratamentos das mais diferentes doenças, que conseguem impedir a replicação da Covid-19 no corpo do paciente.
O grupo de pesquisa foi composto por cientistas de vários países e ainda detectou que quatro medicamentos funcionam melhor quando são usados com o antiviral remdesivir - que, segundo um estudo britânico, obteve bons resultados em testes clínicos e foi criado com o objetivo de combater o ebola.
Para isso, os cientistas fizeram diversos testes aprofundados e analisaram uma das maiores coleções mundias de remédios, com 12 moléculas, chamada de ReFrame.
Após a análise inicial, foram separados 100 componentes com atividades antivirais comprovadas em laboratório. Desses, 21 apresentaram eficácia no bloqueio da reprodução do vírus em doses com concentrações seguras nos pacientes.
"Esse estudo expande significativamente as possibilidades de opções terapêuticas, sobretudo, porque muitas das moléculas já têm os dados de segurança clínica no homem. Com a base da nossa análise, a clofazimina, hanfangchin A, apilimod e ONO 5334 representam as melhores opções a curto prazo", destacou Sumit Chanda, diretor do Programa de Imunidade e Patogênese da Sanford Burnham Prebys.
Os pesquisadores continuarão com os estudos e agora testarão essas 21 substâncias em modelos de pequenos animais e minipulmões, que foram desenvolvidos em laboratório e que imitam o tecido pulmonar real.
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