João do Povo
Um colombiano de 31 anos, que está foragido, é suspeito de ser o homem que atirou e matou o prefeito de Granjeiro, João Gregório Neto, o João do Povo, morto no dia 24 de dezembro do ano passado. A informação foi confirmada, nesta segunda-feira (27) pelo delegado Luiz Eduardo da Costa Santos.
O delegado afirmou ainda que o colombiano morava na região do Cariri e já era investigado ela prática de agiotagem.
Além do colombiano, mais dois suspeitos estão foragidos, são eles José Plácido da Cunha, de 53 anos e Thyago Gutthyerre Pereira Alves, de 31 anos. Outras nove pessoas foram indiciadas pela polícia por envolvimento no crime, além delas, cinco pessoas foram indiciadas por falso testemunho.
A Secretaria da Segurança Pública divulgou, nesta segunda-feira (27), a conclusão da primeira fase das investigações sobre o homicídio. Até agora 17 pessoas ligadas, direta ou indiretamente ao assassinato de 'João do Povo' foram presas ou tiveram medidas cautelares cumpridas.
Apreensões de drogas pela PRF disparam com pandemia
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou um grande aumento na quantidade de drogas apreendidas nas estradas federais brasileiras. No primeiro semestre deste ano, em meio à pandemia do novo coronavírus, a apreensão de maconha mais do que dobrou, subindo 128%, em comparação com o mesmo período de 2019.
Enquanto a PRF ressalta a maior eficácia das ações, especialistas e outras autoridades de segurança alertam para a maior quantidade de drogas circulando no país, resultado da hiper-safra de maconha no Paraguai e também da alta demanda durante o período de confinamento por causa da Covid-19.
Foram apreendidas de janeiro a junho deste ano um total de 316,2 toneladas de maconha nas rodovias federais brasileiras.
A PRF também apreendeu 14,6 toneladas de cocaína, uma alta de 56% em relação a 2019.
A corporação afirma que diminuiu as abordagens de rotina no primeiro semestre, para que seus agentes não se tornassem vetores do coronavírus. Por outro lado, o órgão diz acreditar que investimentos em tecnologia e inteligência, nos últimos dois anos, foram responsáveis pelo aumento nas apreensões.
– Antigamente, as abordagens eram mais aleatórias, até porque nós estamos ligados ao trânsito, então qualquer veículo pode ser abordado pela PRF. Foram muitas abordagens aleatórias e nós confiávamos tão somente no policial que estava na abordagem – afirma a agente Pâmela Vieira, porta-voz da PRF.
Agora, informações de inteligência estão reforçando as abordagens.
– Nós estamos aliando a isso informações de inteligência. Temos um banco de dados que nos mostram tendências, horários, rotas, uma série de informações que nos ajudam a focar a fiscalização para que o pessoal lá na ponta consiga abordar os alvos certos – diz.
Especialistas em crime organizado e autoridades de segurança pública, no entanto, alertam que o aumento nas apreensões também é resultado de um maior volume de drogas que tem circulado no país recentemente.
– Houve uma grande apreensão [de drogas], mas, em períodos em que há uma grande apreensão, há também uma grande passagem – afirma Luiz Fábio Paiva, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência.
Paiva alerta que um dos sinais de que o comércio de drogas se manteve aquecido foi a intensa disputa entre grupos rivais em torno do controle desse mercado.
– Foi um período em que os mercados ilegais se mantiveram ativos, realizando o transporte de drogas, e também houve disputas em torno do controle desses mercados, que, pelo menos aqui no Ceará, foram muito intensas – afirma.
Enquanto a cocaína chega também ao Brasil por via aérea e fluvial, a maconha entra predominantemente por via terrestre, sendo Mato Grosso do Sul e Paraná as grandes portas de entrada. Os dois estados concentraram 75% das apreensões efetuadas pela PRF no semestre.
Esse alto índice tem relação com o aumento na produção de maconha no vizinho Paraguai em tempos recentes, que acaba sendo exportada para o Brasil.
– Nós fazemos fronteira com a República do Paraguai, que tem aumentado a área de plantio de maconha. As safras de maconha lá têm sido muito grandes, favorecidas pelo clima e pelo aumento das áreas de plantio. Essa maconha é exportada e por causa do nosso posicionamento geográfico, das nossas rodovias, da nossa capilaridade, tanto o estado do Paraná como Mato Grosso do Sul são a porta de entrada, de passagem – afirma o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Péricles de Matos, que diz ter havido nos últimos tempos uma “hiper-safra” da droga.
A própria PRF acrescenta outros fatores que podem estar influenciando o aumento na entrada de drogas. Um deles seria seria a menor intensidade da política de combate às drogas no Paraguai, que exporta para o Brasil.
Além disso, a legalização da maconha no Uruguai vem aumentando a demanda pela droga a níveis que o país não consegue suprir. Portanto, o Paraguai exporta ilegalmente a droga para os uruguaios, usando o Brasil como rota.
Fonte: Folhapress
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