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sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Projeção de salário mínimo de 2020 cai para R$ 1.030


Com a perspectiva do governo para uma inflação mais baixa, o valor do salário mínimo em 2020 deve ser reajustado dos atuais R$ 998 para cerca de R$ 1.030.

Em agosto, a equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) anunciou que o piso salarial poderia subir para R$ 1.039 no próximo ano. O valor, porém, tende a ser revisado diante de um cenário mais suave para os preços no país.

Guedes defende que o salário mínimo seja corrigido apenas pela inflação, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), encerrando o ciclo de reajustes com ganhos reais ao trabalhador.

Uma alta mais modesta no piso salarial pode provocar um alívio nas contas públicas de aproximadamente R$ 5,2 bilhões no Orçamento de 2020.

O valor do piso serve para balizar os pagamentos de benefícios assistenciais, previdenciários, além do abono salarial e do seguro-desemprego.

Nesta semana, o ministro enviou ao Congresso um documento que revisa as projeções usadas na elaboração do projeto de Orçamento do próximo ano.

A estimativa para o INPC de 2019, que norteia o reajuste do salário mínimo para 2020, caiu de 4,02% para 3,26%.

Isso se deve principalmente por causa do comportamento dos preços de alimentos, segundo a SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Economia.

Para a equipe de Guedes, os números "indicam que a inflação deve permanecer baixa e controlada". Isso explica a frustração no valor do salário mínimo para 2020, que pode ficar até R$ 9 abaixo do que foi divulgado anteriormente.

A decisão final será do Congresso, responsável por aprovar o projeto de Orçamento e definir as despesas do próximo ano.

O governo já enfrenta dificuldades em 2020 para cumprir o teto de gastos nos próximos anos – o limite de despesas, criado no governo de Michel Temer (MDB), é reajustado apenas pela inflação. Conceder um aumento acima da inflação (aumento real) seria mais um entrave para a meta.

Dados do Ministério da Economia indicam que a cada 0,1 ponto percentual de alta no INPC, o governo precisa desembolsar R$ 689 milhões a mais do que no ano anterior. 

Esse cálculo, usado na elaboração do Orçamento, considera benefícios pagos pelo piso e também com valores acima do mínimo – como aposentadorias e pensões.

Como o país passa por uma crise fiscal, a economia de recursos é considerada importante pelo governo.O alívio pode ajudar o governo a recompor a previsão de despesas para custeio e tentar afastar o risco de paralisação da máquina pública diante da forte pressão de gastos obrigatórios, como aposentadorias e salários de servidores.

Ministros de Bolsonaro, entre eles Guedes, convocaram a imprensa para um anúncio na segunda-feira (18) sobre modificações no projeto de Orçamento de 2020, considerando as novas projeções e medidas adotadas pelo governo de controle de gasto.

Mas a divulgação foi adiada para a próxima semana.

No documento já encaminhado ao Congresso, o ministro da Economia também atualiza a perspectiva de alta no PIB (Produto Interno Bruto) de 2020, passando de 2,17% para 2,32%.

Com a expectativa de uma economia mais aquecida, o governo deve prever um aumento na arrecadação federal, o que contribui para o ajuste nas contas públicas.

O time de Guedes deve ainda prever uma despesa menor com o funcionalismo público no próximo ano.Mesmo assim, a equipe econômica está convencida de que o aumento nominal – apenas pela inflação – para o salário mínimo é o mais adequado para o próximo ano.

Na prática, o governo interrompe uma política pública que permitiu 25 anos de ganhos reais aos trabalhadores.

O aumento real do salário mínimo foi implementado informalmente em 1994, por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), logo após a adoção do Plano Real. 

As gestões petistas oficializaram a medida.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estabeleceu a fórmula de reajuste pela inflação medida pelo INPC mais a variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes. 

Dilma Rousseff (PT) transformou a regra em lei com vigência para os anos de 2015 a 2019 – Temer, que governou durante a recessão, não mudou a legislação.

Até o fim deste ano, o governo deve apresentar um projeto de lei definindo qual será a nova política de reajuste sob Bolsonaro.

Apesar de oficialmente dizer que ainda não tomou uma decisão sobre o tema, o time de Guedes defende aumentos apenas pela inflação, como determina a Constituição.

Com informações Folhapress

"Guerra" de facções já deixou 197 mortos em Caucaia, sete pessoas foram

Subiu para 197 o número de assassinatos em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A “guerra” urbana travada pelas facções criminosas não tem trégua naquele Município e nas últimas 24 horas deixou, ao menos, mais sete pessoas mortas, entre elas, dois jovens cujos corpos, crivados de balas, foram encontrados na manhã desta quarta-feira (20), as margens de uma estrada de terra no limite de Caucaia com São Gonçalo do Amarante.

Ainda na terça-feira (19), dois homens foram assassinados em Caucaia e outro morreu após ter sido preso por policiais militares. O primeiro crime ocorreu no bairro Padre Júlio Maria, onde Antônio Carlos Pinheiro da Silva, 30 anos, ex-presidiário e agiota foi morto, a tiros, por desconhecidos. O crime ocorreu dentro de um bar, próximo a um camnpo de futebol.

À noite, no mesmo bairro, Flávio Teixeira da Silva, 25 anos, também foi assassinado da mesma forma. Recebeu vários tiros de pistola à queima-roupa, disparados por desconhecidos. De acordo com a Polícia, Flávio estava sendo ameaçado de morte por membros de uma facção e proibido de andar no bairro Padre Júlio Maria. No entanto, ele teria desobedecido a ordem dos bandidos e foi visitar familiares. Acabou morto.

Também na terça-feira, um jovem usuário de drogas invadiu uma residência no Distrito de Jurema. A Polícia Militar foi chamada, houve resistência e os PMs usaram spray de pimenta para imobilizar o suspeito. Ele foi encaminhado a uma delegacia da Polícia Civil e transferido para a UPA após sentir-se mal. Depois de ter sido medicado, o suspeito teria sofrido uma parada cardíaca e morreu na Emergência da UPA de Caucaia. O homem morto não foi identificado, pois não portava documentos.

Mais mortes

Na manhã de ontem (20), dois corpos foram encontrados com marcas de tiros e torturas. Os cadáveres também estavam amarrados e foram deixados na estrada que liga a localidade de Matões, em Caucaia, ao Distrito do Pecém, em São Gonçalo do Amarante. O duplo homicídio ainda está envolvo em mistério e as vítimas sequer foram identificadas.

Ainda na manhã desta quarta-feira, uma briga entre vizinhos terminou em morte no bairro Parque Guadalajara, no Distrito de Jurema, em Caucaia. O aposentado José Newton de Medeiros, 46 anos, foi esfaqueado no peito pelo vizinho, identificado apenas por Patrício, que fugiu após o crime. José Newton ainda foi socorrido pelos vizinhos e levado para a UPA de Caucaia, mas não resistiu. Entre os dois homens havia uma rixa. A vítima foi esfaqueada dentro de casa, na Rua Galiente.

Na noite de ontem, mais um crime em Caucaia mobilizou a Polícia. No bairro Arianópolis, uma garota de 18 anos de idade foi assassinada a tiros, sendo identificada como Larissa Silva Oliveira. Segundo a Polícia, a jovem era usuária de drogas e foi executada com vários tiros na cabeça nas proximidades de sua casa. Os assassinos estavam em um veículo Ônix branco.

(Fernando Ribeiro)

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