O governador Camilo Santana determinou a criação imediata de uma força-tarefa para capturar o bando que matou no final da tarde desta quinta-feira, 30, três policiais militares no Distrito de Juatama, em Quixadá, no Sertão Central.
A determinação foi divulgada pelo próprio governador através de seu perfil na rede social Facebook esta noite. Ainda na postagem Santana classificou como lamentável o ocorrido.
Acompanhe a postagem:
"Comecei hoje o dia com uma enorme alegria pela emocionante solenidade de formatura de 216 novos oficiais da PM e dos Bombeiros. E encerro este mesmo dia com a profunda tristeza de receber a informação de que três guerreiros da nossa gloriosa Polícia Militar tombaram sem vida durante um confronto com bandidos. Ao mesmo tempo em que manifesto todo o meu pesar e solidariedade aos familiares e amigos dos nossos policiais, reforço que não descansarei enquanto essas quadrilhas não forem presas ou expulsas do nosso Estado. Não recuaremos um milímetro no combate a esses bandidos e estarei sempre apoiando nossas forças de segurança em cada uma de suas ações.
Sobre o lamentável episódio em Quixadá, já determinei uma força-tarefa para atuar imediatamente no cerco em toda a região no sentido de prender cada um dos criminosos para que recebam a punição devida da Justiça".
Sargento morto em confronto com bandidos, em Quixadá, estava em seu último dia de serviço
O Sargento da Polícia Militar do Ceará, Francisco Guanabara Filho, de 50 anos, foi morto na quinta-feira (30), durante confronto com bandidos em Quixadá. O militar havia dedicado três décadas da sua vida à corporação da PM, ao Estado, à segurança dos cidadãos e à paz social. Hoje sua vida chegou ao fim de forma brutal, através de tiros de fuzil.
O que torna ainda mais impactante a notícia da morte do Sargento Guanabara é que ele estava em seu último dia de serviço.
Estava prestes a entrar para a reserva. Nesta sexta-feira (01/07), ele teria folga e, a partir de segunda-feira (04), estaria de férias com perspectiva de entrar, ao final dela, na reserva. Seu último dia de serviço nos quadros da PM, porém, foi também seu último dia de vida.
Sem dúvida alguma, um herói do Ceará. Trabalhou incansavelmente pelo bem-estar da sociedade e, quando esta estava para lhe retribuir com o devido descanso, a brutalidade da bandidagem ceifou-lhe a vida. Triste, mas também inspirador. O exemplo de apego à profissão, sua dedicação ao trabalho e disposição para defender o que é correto devem, com certeza, motivar a todos a trilhar o caminho da honradez, da justiça e da cidadania.
Sargento da PM baleado em Quixadá segue internado
SGT Campos |
De acordo com informações, o militar foi atingido com um tiro na perna. O sargento foi socorrido e segue em estável e segundo o médico que o atendeu no IJF, ele não sofreu fratura e nenhuma artéria foi atingida. Foi feita uma limpeza e saturação no local do tiro.
Uma pessoa que teve contato com o PM no hospital, “ele está consciente, bem fisicamente, mas muito abalado psicologicamente”.
Três mortos
O sargento Guanabara, o cabo Joel e o soldado Antônio Filho foram os três militares mortos nesta quinta-feira, durante um confronto com criminosos fortemente armados na estrada Joatama, em Quixadá.
O tiroteio com o bando aconteceu durante uma abordagem, feita após os policiais receberem uma denúncia de que os homens realizariam um ataque a um carro-forte. De acordo com informações, os criminosos estavam em uma Hilux e teriam utilizado um caminhão para fazer um bloqueio na estrada. Além dos mortos e do policial ferido, outros dois agentes foram feitos reféns, mas foram liberados pelos bandidos.
Mais detalhes no decorrer do dia.
Estudo mostra que país tem 29 homicídios de crianças e adolescentes por dia
Um estudo divulgado nesta quinta-feira (30/06) mostra que o país ocupa o terceiro lugar em homicídios nessa faixa etária em um conjunto de 85 nações analisadas. Em 2013, último ano com dados disponíveis, foram assassinados 10.520 crianças e adolescentes no Brasil, o que resulta em uma média de 29 casos por dia.
A maioria das vítimas era negra, do sexo masculino e foi atingida por disparo de arma de fogo. “É um número bárbaro, extremamente elevado”, afirma o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, autor do estudo e coordenador do Programa de Estudos sobre Violência da Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais), responsável pela série Mapa da Violência.
O estudo tem como base dados do Sistema de Informações de Mortalidade, do Ministério da Saúde, e compila estatísticas disponíveis desde 1980.
Jacobo frisa que, apesar de os números serem chocantes, o ritmo de crescimento da violência contra crianças e adolescentes vinha caindo. De acordo com o estudo, a alta dos homicídios foi de 174% na década de 1980, baixou para 63% na década de 1990 e para 7% na primeira década do século 21.
Os números totais de assassinatos apresentaram um declínio entre 2003 e 2010, mas voltaram a subir continuamente desde então. A alta de 2010 a 2013 foi de 21%. As causas naturais ainda são as maiores responsáveis pelas mortes de crianças e adolescentes, mas vêm caindo com constância.
A participação dos homicídios no total de mortes de crianças e adolescentes no país subiu de 9% em 2003 para 14% em 2013. No entanto, o ritmo de crescimento dessa participação caiu de 365% na década de 1980 para 56% na década passada e para 20% no período de 2010 a 2013.
Na avaliação do pesquisador da Flacso, políticas públicas como a campanha do desarmamento implantadas desde o início do século são as responsáveis pela contenção do ritmo de aumento da violência. A sociedade brasileira, afirma Jacobo, começou a se conscientizar de que o país é violento.
Por idade
Os dados de 2013 mostram que as mortes por causas externas superam as provocadas por causas naturais a partir dos 14 anos de idade e atingem o pico em termos proporcionais no final da adolescência.
“A principal causa responsável por esse incremento drástico nas causas externas são os homicídios que, representando algo em torno de 2,5% do total de mortes até os 11 anos de idade das vítimas, inicia um violento crescimento na entrada da adolescência, aos 12 anos de idade, quando pula para 6,7% do total de mortes; para 14,0%, aos 13 anos, para 25,1%, aos 14, e assim seguindo, até alcançar seu pico de participação, aos 17 anos de idade, quando atinge a marca de 48,2% da mortalidade”, aponta Jacobo no Relatório Violência Letal Contra as Crianças e Adolescentes do Brasil.
Com uma taxa de 4,3 homicídios por cem mil habitantes, o Brasil é o terceiro país mais violento para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em uma lista de 85 nações. E fica na mesma posição, com uma taxa 16,3, na faixa de 1 a 19 anos. Nas duas situações, o Brasil só não é mais violento que o México e El Salvador, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Estados e capitais
Em números absolutos, a Bahia teve o maior número de assassinatos de crianças e adolescentes em 2013, com 1.171 casos. Entretanto, a taxa por cem mil habitantes mais alta é a de Alagoas, com 43 homicídios, o que representou um aumento de 193% em relação a 2003, quando o Estado era o sétimo mais violento para crianças e adolescentes – na época, o Rio tinha o índice mais elevado.
Entre as capitais, Fortaleza (CE) tem as estatísticas mais altas, tanto em números absolutos (651) quanto na taxa por cem mil habitantes (81). Em 2003, a capital cearense era a terceira menos letal para crianças e adolescentes. Em dez anos, sua taxa por cem mil habitantes cresceu 756%.
Segundo Julio Jacobo, ainda há subnotificação dos casos de homicídios. O problema, atualmente, diz o sociólogo, é que Estados registram muitas mortes sem determinar suas causas. Na Bahia, por exemplo, 4,2 das mortes de crianças e adolescentes de 1 a 19 por cem mil habitantes não tiveram a causa determinada no registro.
Para o autor do relatório, o crescimento da violência no interior do Brasil e em regiões como o Nordeste reflete um descompasso entre o desenvolvimento econômico e a estrutura do Estado, que tem fragilidades na área da segurança pública. “Os novos polos de crescimento atraem investimento, mas também atraem marginalidade. Têm dinheiro, têm bancos, mas a estrutura do aparelho do Estado não acompanha esse processo de modernização”, afirma Jacobo.
PSDB tenta acordo para presidir a Câmara
Em disputa com o Centrão (PP, PSD, PR e PTB) pelo comando da Câmara dos Deputados, integrantes da cúpula do PSDB passaram a defender maior aproximação de seus deputados com a bancada do PMDB. A ideia é construir um acordo para a sucessão do presidente e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que valha tanto para um possível mandato tampão como também para o biênio 2017-2018.
Os dois partidos contam com uma bancada de 107 deputados, mas com potencial de chegar a mais de 140 com a participação do DEM e PPS. Nessa quinta-feira, 30, integrantes dos três partidos vieram a público “rechaçar” a realização de um acordo para indicar um deputado ligado a Cunha, para um eventual mandato tampão. Com um aliado no comando da Casa, Cunha acredita que poderá se livrar da cassação. “É uma aberração. Não acho que esse tipo de acordo consiga juntar nem 50 deputados porque há uma maioria esmagadora pela cassação dele. É o tipo de negociação que não acredito que tenha respaldo dentro do próprio Centrão”, afirmou o primeiro vice-líder do PSDB, deputado Daniel Coelho (PE).
“Não vi nenhuma liderança do DEM, do PSDB, do PPS defender algo nesse sentido. Não há essa hipótese”, ressaltou o vice-presidente do DEM, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA).
Racha
Um possível racha dentro do Centrão na disputa pelo comando da Casa também tem sido acompanhado de perto pela cúpula do PSDB. Uma reunião para afinar a estratégia dos partidos da antiga oposição deve ocorrer na próxima semana, com o objetivo de manter o grupo unido na disputa pelo comando da Casa. A ideia é também ratificar o distanciamento de Eduardo Cunha, que também passou a ser visto como um problema pela cúpula do Palácio do Planalto.
O aprofundamento do mal-estar com a permanência do deputado no cargo foi externado ontem pelo líder do governo, deputado André Moura (PSC-SE). Ele defendeu ao Estado que, seja pela via da cassação do mandato ou pela renúncia, a instabilidade política na Casa não pode mais perdurar. “Tenho certeza que passou da hora de encontrar a solução para o problema. Isso está prejudicando o País. Não temos mais alternativa”, afirmou Moura. As declarações do líder ocorreram apenas quatro dias depois de Cunha se encontrar com o presidente em exercício Michel Temer, no Palácio do Jaburu.
No rastro do líder do governo, o membro da Mesa Diretora da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), também reforçou ontem o discurso de que a permanência de Cunha pode ter reflexos na governabilidade. Primeiro-secretário da Casa, Mansur defendeu que o impasse provocado pela situação do peemedebista não pode continuar atrapalhando o andamento dos trabalhos legislativos, uma vez que a Casa não está funcionando sob o comando do presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA). “É importantíssimo que a gente dê um basta nisso”, pregou.
Reviravoltas
Pelas redes sociais, Cunha voltou a dizer que não pretende renunciar. Integrantes da Comissão de Constituição e Justiça devem votar o recurso contra o processo de cassação aprovado no Conselho de Ética no dia 12. Como a expectativa é de que a cassação chegue ao plenário só na véspera do recesso parlamentar os deputados só devem julgar o futuro do peemedebista em agosto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo
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