
O isolamento social rígido valerá por uma semana em todo o Estado; na Capital, será estendido por mais três dias.
O governador Camilo Santana (PT) decretou, nesta quinta-feira (11), lockdown em todo o Ceará. A medida passa a valer a partir deste sábado (13) até o próximo dia 21 de março. Consequentemente, as restrições em Fortaleza, antes vigentes até o dia 18, também serão estendidas.
Durante a vigência do decreto, poderão funcionar apenas atividades consideradas essenciais, construção civil e indústria, informou Camilo.
O chefe do Executivo ponderou que 181 municípios cearenses têm classificação de risco "alto" ou "altíssimo" para transmissão da Covid-19. Neste contexto, diante da escalada de casos e internações, a pressão aumenta no sistema de saúde.
"Mesmo abrindo novos leitos, nós decidimos decretar o isolamento social rígido em todo o Estado. Já há pessoas esperando, na fila, por um leito de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e enfermaria, apesar de todo o esforço que estamos fazendo. É duro tomar essa decisão, mas é necessária", afirmou.
De acordo com o Governo do Estado, no período de vigência do isolamento social rígido, o Campeonato Cearense estará suspenso. Copa do Brasil e do Nordeste, no entanto, continuam. A paralisação acontece após a 1ª rodada da segunda fase da competição, disputada na última quarta (8), já sem nenhuma partida na Capital.
Na Capital, o lockdown foi decretado no último dia 5 de março com validade até 18 de março. Embora houvesse uma recomendação para que as regiões em situação crítica adotassem a restrição, municípios comandados pela oposição resolveram não acatar a medida - que agora passa a ser definida em decreto estadual.
Ampliação de leitos
Em virtude do avanço da segunda onda da Covid-19 no Ceará, novos leitos foram abertos e unidades de campanha anexas reativadas. Em dezembro passado, estavam ativos 186 leitos no Estado, número que refletia a situação de queda pré-segundo ciclo epidêmico.
Atualmente, já são mais de 3,5 mil leitos voltados exclusivamente para o atendimento de pessoas que contraíram o novo coronavírus, sendo 1.013 de UTI e mais de 2.600 enfermarias.
sobral24horas.com/
Marco Aurélio chama Moraes de "xerife" e Fux de "autoritário"
Troca de farpas aconteceu durante sessão que discutiu caso de Daniel Silveira.
O ministro Marco Aurélio Mello não poupou seus pares de críticas na sessão desta quinta (11), no Supremo Tribunal Federal, ao discutirem o caso Daniel Silveira (PSL-RJ). O decano quis trazer ao plenário uma proposta para discutir a substituição da prisão do parlamentar por medidas cautelares – a proposta foi criticada por Moraes e rejeitada por Fux, provocando a troca de farpas entre ministros.
O atrito começou após Moraes anunciar que adiaria o julgamento do recebimento da denúncia contra Silveira, pautado para hoje. O ministro relembrou que abriu prazo para a defesa se manifestar e, por isso, retiraria o caso da discussão do plenário. Moraes também destacou que, por conta disso, avaliaria o pedido de liberdade provisória, apresentado pela defesa do deputado, e a conversão da prisão por medidas cautelares, proposta pela Procuradoria-Geral da República.
Marco Aurélio, porém, quis levar a substituição da prisão para o plenário. Na opinião do decano, como a detenção de Silveira foi validada pelo colegiado, o mesmo deveria ser feito em relação à sua soltura.
– Lembro-me [de] que esse ato (da prisão) deixou de ser individual para ser ato do colegiado. Prestei endosso do ato, numa situação excepcionalíssima, por isso creio que posso propor – e essa proposta não depende da aquiescência do relator. Posso propor que o tribunal afaste a prisão – disse.
Fux tentou intermediar, mas Moraes interrompeu e disse que a proposta era um “desrespeito ao relator”.
– Presidente, me perdoe, com todo o respeito que tenho ao ministro Marco Aurélio, se assim for, amanhã trago uma lista que eu queira me manifestar e peço para apregoar, mesmo o relator não trazendo ao processo. Isso é um desrespeito ao relator – disparou.
Marco Aurélio rebateu Moraes e disse que não estava desrespeitando o relator, “ainda mais se o relator é um xerife”. Quando Fux anunciou que rejeitaria a proposta e adiaria o julgamento, o decano não poupou o presidente da Corte e disse que ele era um “autoritário”.
– Já disse que Vossa Excelência é autoritário. Vossa Excelência tudo pode, Vossa Excelência não submete ao colegiado proposta de um colega. Muito bem, paciência, os tempos são estranhos e Vossa Excelência colabora para serem mais estranhos ainda. Não aceito mordaça – criticou Marco Aurélio.
*Estadão

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