Em meio ao crescimento dos casos de Covid-19 com necessidade de internação, uma preocupação que começa a rondar os municípios cearenses é a possibilidade de faltar oxigênio medicinal, um insumo hospitalar indispensável para tratar os pacientes neste momento. Em live nas redes sociais, na manhã deste domingo (7), o prefeito do município de Redenção, Davi Benevides, fez um alerta à população local de que já há dificuldade de aquisição do gás no mercado.
Em janeiro deste ano, em Manaus, no Amazonas, a ausência de oxigênio hospitalar ensejou um caos na rede de saúde da cidade com pacientes morrendo sem conseguir respirar, um caso de repercussão nacional.
A situação, inclusive, está sendo investigada em vários níveis para apontar as responsabilidades. Autoridades como o prefeito da capital amazonense, o governador do estado e até o ministro da Saúde estão sendo questionados pelo episódio manauara.
No Ceará, a aquisição do oxigênio é responsabilidade dividida. O estado cuida da parte da rede estadual e os prefeitos ficam responsáveis pela aquisição para os equipamentos municipais. A dificuldade, que acende a luz de alerta neste momento, é para as prefeituras.
“É muito importante que todos entendam que precisam cumprir as medidas de distanciamento. Todos precisam ajudar. Nós já estamos tendo dificuldade em adquirir oxigênio. Então, todos precisam ajudar. O peso na rede de saúde é muito grande”, disse o prefeito.
Outro forte sinal de alerta em relação ao fornecimento foi um ofício encaminhado por uma das empresas do setor para autoridades de saúde atestando que, devido ao crescimento de até 4 vezes no consumo dos gases hospitalares, há a possibilidade real de a empresa não conseguir atender a demanda.
A Secretaria de Saúde do Estado atesta a veracidade do ofício encaminhado pela empresa A& G Gases, mas garante que para a rede estadual, o estoque está garantido. O maior fornecedor da rede estadual é a White Martins, que possui fábrica no Estado.
Na última sexta-feira, o Ministério Público Estadual encaminhou recomendação a autoridades como prefeitos e secretários de Saúde de 34 municípios para garantir o abastecimento de oxigênio nas unidades hospitalares com um estoque de, pelo menos, 10 dias.
Pfizer confirma que governo rejeitou oferta de 70 milhões de doses de vacinas
A farmacêutica Pfizer confirma que o governo brasileiro rejeitou a oferta de 70 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 já em agosto de 2020, de um total de três propostas. Em nota divulgada em 7 de janeiro, o laboratório diz que a proposta inicial encaminhada em 15 de agosto previa a entrega de doses já em dezembro de 2020 e que, com base em acordo de confidencialidade firmado em julho de 2020 com o Ministério da Saúde, não poderia comentar detalhes da negociação em curso.
Reportagem publicada neste domingo (7) na Folha de S.Paulo detalha as três ofertas. Do total de doses prometidas, 3 milhões estavam previstas até fevereiro, ou o equivalente a cerca de 20% das doses já distribuídas no país até agora. Embora tenha feito reuniões anteriores com representantes do governo, a farmacêutica fez a primeira oferta em 14 de agosto de 2020, segundo informações obtidas pela Folha.
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A proposta previa 500 mil doses ainda em dezembro de 2020, totalizando 70 milhões até junho deste ano. A Pfizer aumentou a oferta inicial quatro dias depois, elevando para 1,5 milhão o número de doses ainda em 2020, com possibilidade de mais 1,5 milhão até fevereiro de 2021 e o restante nos meses seguintes. Sem aprovação do governo, uma nova proposta foi apresentada em 11 de novembro.
Com o passar do tempo, governos de outros países foram tomando o lugar do Brasil, e as primeiras doses ficariam para janeiro e fevereiro —2 milhões de unidades. Nesta semana, diante do agravamento da crise e do aumento da pressão de governadores, o Ministério da Saúde Saúde anunciou que prepara contratos com Pfizer, Janssen e Moderna para obter 151 milhões de doses entre maio e dezembro de 2021.
O contrato com a Pfizer deve ser assinado nos próximos dias, depois que o presidente Jair Bolsonaro sancionar projeto de lei aprovado pelo Congresso que cria um ambiente jurídico mais favorável para que as cláusulas exigidas pela farmacêutica sejam atendidas, como a que isenta a empresa de responsabilidade por eventuais eventos adversos.
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