Pesquisas realizadas pelo Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Federal do Ceará (UFC) para entender os mecanismos de infecção do SARS-CoV-2 (coronavírus) e a forma como ele interage com o organismo humano concluiu que moléculas criadas em laboratórios podem bloquear o vírus.
As moléculas sintéticas, chamadas de peptídeos, foram criadas com base em proteínas encontradas em plantas como mamona, acácia-branca e erva-estrelada. E apresentaram grande potencial de bloqueio da ação do vírus, explicou a UFC.
Todas as moléculas testadas no estudo apresentaram algum tipo de interação com o vírus da Covid-19, mas duas tiveram destaque (Mo-CBP3-PepII e PepKAA) pela eficiência em proteger as células contra a infecção.
A pesquisa gerou publicação no International Journal of Biological Macromolecules.
Aprofundar os estudos
O uso de peptídeos contra o coronavírus já teve pedido de patente realizado, informou a Universidade. O objeto deve ganhar estudos mais aprofundados, possivelmente servindo para o desenvolvimento de novos medicamentos.
“Agora estamos planejando testar a eficácia dos peptídeos em proteger outros tipos de células humanas. Isso nos permitirá avaliar a amplitude de eficiência deles”, afirmou Pedro Filho Noronha de Souza, pesquisador do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFC.
Um segundo estudo do Departamento é um desdobramento da primeira pesquisa, publicado no Journal of Biomolecular Structure and Dynamics. Ele tem como foco peptídeos criados a partir da principal proteína do corpo humano, que é usada como entrada para o vírus, a ACE2, localizada na superfície da membrana das células.
“Para entrar nas células, o SARS-CoV-2 utiliza o receptor ACE2 das nossas células. Então, naturalmente, existe uma atração do vírus por essa proteína. Por isso, estamos usando ela como fonte para produzir peptídeos que atuem contra o SARS-CoV-2”, explicou Pedro.
Pesquisa inédita
Segundo o pesquisador, uma das principais vantagens dessa metodologia é a baixa chance de toxicidade das moléculas para o organismo, já que são derivadas de proteínas humanas.
O primeiro estudo, publicado em julho de 2020, foi considerado inédito na época, por ter sido pioneiro na utilização de moléculas sintéticas no combate ao coronavírus.
Também participam do trabalho de pesquisa os professores da UFC José Tadeu Oliveira e Cleverson Freitas, e os estudantes de doutorado Francisco Eilton Lopes, Jackson Amaral e Felipe Mesquita, além da professora Raquel Montenegro, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da UFC.
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Brasil tem maior alta de mortes por Covid-19 entre 10 líderes mundiais
Em seu pior momento da pandemia , o Brasil se destaca entre os piores países no combate à Covid-19 neste momento. Na contramão do mundo, o país registrou alta de óbitos na última semana, diferentemente de 8 das outras 9 nações que compõem o top-10 global de mortes provocadas pela doença, de acordo com análise do jornal O Estado de S. Paulo com base em dados do site Our World in Data, projeto da Universidade de Oxford.
Na última sexta-feira (5), em comparação com o dado de 14 dias atrás, a média de mortes por Covid-19 subiu 30,5% no Brasil, passando de 1.037 óbitos diários em 18 de fevereiro para 1.353 na sexta. O único outro país do top-10 mundial a registrar alta foi a Índia (+8,9%).
Mesmo países que também enfrentam variantes mais transmissíveis viram as mortes caírem nos últimos dias. O Reino Unido , por exemplo, acumula queda de 49,4% no mesmo período que os óbitos cresceram 30,5% no Brasil. Nos EUA , a queda foi menor que a britânica no período, 8,7%. Espanha (-32,1%), Alemanha (-26,8%), México (-24,7%), França (-13%), Rússia (-9%) e Itália (-7,3%) também viram as mortes caírem. A média global de óbitos pela doença provocada pelo novo coronavírus recuou 9,7% entre a última sexta e 14 dias antes.
Entre os dez países com mais mortes, o Brasil superou os Estados Unidos na quinta com a maior média de mortes por milhão de habitantes . Na última sexta, 15% de todos os casos e mortes do mundo - considerando a média móvel - eram brasileiros.
"Temos alta mobilidade da população, resistência ao cumprimento de medidas de distanciamento, variantes mais transmissíveis, sistema hospitalar perto do limite e má gestão e comunicação por parte do governo. Aí se formou a tempestade perfeita", avalia Ricardo Parolin Schnekenberg, médico brasileiro doutorando em Oxford e colaborador do Imperial College London.
De acordo com os dados oficiais, até sábado (6), o Brasil contabilizava 264.325 mortes e quase 11 milhões de casos . Em 24 horas, foram registrados 1.555 óbitos e 69.609 diagnósticos.
Informação IG
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