Gracyanne Barbosa é mesmo um monumento. Do alto de seu 1,75m, a rainha de bateria da União da Ilha, de 35 anos, sustenta o corpo trincado com uma dieta extremamente rigorosa. São 40 ovos por dia, uma média de 1.200 por mês! Mas a força da musa — que malha todos os dias e faz mais de 250 eventos fitness por ano — não se resume apenas a braços, barriga e pernas sarados. Sua verdadeira garra vem desde antes da fama. Nascida em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a bela precisou vestir a capa de fera já aos 16 anos, quando passou em Direito para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos vestibulares mais concorridos do estado. Sem medo de enfrentar as adversidades e contra a vontade da mãe, Gracy embarcou com uma mala de roupas, R$ 300 e muitos sonhos para a Cidade Maravilhosa. Antes de conseguir se estabilizar, passou fome, dormiu na rua e se virou como faxineira.
— Cheguei ao Rio sem a menor pretensão de me tornar uma pessoa famosa. Achei que seria fácil arrumar um emprego, mas era muito novinha. E penei. Com poucos dias na cidade, eu me vi sem um lugar para passar a noite. E foi nesse momento que enfrentei um dos maiores perrengues da minha vida. Dormi na rua, num banco de praça em Copacabana. Lembro que, na frente desse local, tinha um hostel, mas o dono só recebia gringos. Um dia, ele me viu deitada na praça e me fez uma proposta: “Você faxina os quartos e eu te deixo dormir aqui”. Essa era minha malhação diária — relembra Gracy durante esta entrevista na mansão que ela divide com o marido, o cantor Belo, a mãe e a irmã, na Barra.
Bem-humorada, ela topou posar para a Canal Extra em frente a um carro do ovo — aqueles que andam pelos bairros cariocas anunciando 30 ovos por R$ 10 — e ainda relembrou os tempos de faxineira nas fotos. Foi conciliando o trabalho doméstico com os estudos que a menina esguia — sem os músculos que hoje ostenta — conseguiu entrar num ambiente que mudaria os rumos de sua vida.
Kajuru fala sobre prótese peniana e diz que Witzel precisa usar o cérebro antes de ‘acionar a boca’
Jorge Kajuru se aposentou da televisão em 2014, mas o estilo franco, sem medir palavras ou se preocupar com o que vão pensar do que fala segue o mesmo. Cego do olho direito e com apenas 6% da visão do esquerdo, decorrência da diabetes, ele conta outras consequências da doença, como a impotência, e diz que vai propor leis para melhorar o atendimento aos portadores da enfermidade. O senador revela bastidores de suas demissões na TV, de conversas com Jair Bolsonaro e critica o governador Wilson Witzel pela atuação da polícia.
Por que decidiu ser senador?
Eu estava cansado de ser demitido das emissoras porque políticos pediam a minha cabeça. Fui demitido várias vezes. Em 2004, estava ao vivo na Band, no Mineirão, antes de um Brasil x Argentina, critiquei o governador Aécio Neves e ele ligou para o dono da Band pedindo minha cabeça. Agora decidi enfrentá-los no campo deles. O (ex-governador de Goiás) Marconi Perillo, que também pediu minha demissão, perdeu a eleição para senador contra mim. O único dono de TV que foi sincero comigo foi o Silvio Santos. Ele disse: “Kajuru, politicamente é inviável ter você em rede nacional. Vou te botar só para o interior de São Paulo”. Depois, com a doença, fui perdendo a visão e em 2014 me aposentei.
O quanto a diabetes te afetou? Você enxerga quanto?
Perdi 100% da visão do olho direito, descolamento total da retina. A do olho esquerdo estava em 28%, mas vem caindo, caindo, hoje é de 6%. Outro dia fui discursar no Senado e alguns senadores me viram com um montão de folhas, ficaram desesperados achando que eu ia levar horas. Mas é porque a letra é gigante, senão não enxergo (risos). Agora, tem certas pessoas no Congresso que é melhor nem ver mesmo. O Aécio só passa escondido para o gabinete dele na Câmara.
Ficou famosa uma entrevista em que você disse que, por causa da diabetes, fez um implante no pênis que te deixa em permanente ereção...
Não tenho culpa, sou um Samu, à disposição 24 horas (risos). Todo diabético tem o risco de ficar impotente. Eu fiquei, com 48 anos. É uma questão de saúde. Minha mulher disse: “Kajuru, eu botei silicone, você vai botar uma prótese. No bilau, é a mesma coisa”. Até porque se eu não concordasse, ia acabar com o casamento. Mas é um assunto sério, a doença. Já estou apresentando leis para garantir melhor atendimento a quem tem diabetes. Em 2009, fiz a operação da diabetes, a que você tira um pedaço do intestino delgado e liga ao duodeno. Depois o Romário e o Faustão fizeram também, eu fui o cobaia. A da prótese foi só em 2011.
O senhor chamou atenção na votação para presidente do Senado ao anunciar que seu voto seria decidido pelos seus seguidores nas redes sociais...
Foi uma ideia do (ex-senador) Pedro Simon, que é um consultor meu informal. E vou fazer sempre que tiver votações importantes, como a Reforma da Previdência. O povo é quem sabe o que o afeta, as pessoas acompanham. Vou abrir votação nas minhas redes sociais.
O dia da eleição para o Senado foi um circo, teve até voto a mais na urna. Como está a relação com os colegas?
Eu me dou bem com quem me trata bem, há respeito. Naquele dia, eu falei: “Gente, vamos refletir, temos de nos unir. Ninguém faz nada sozinho. Sozinho você não é nem corno”. O Collor começou a rir, a Leila do Vôlei caiu sentada na cadeira de rir. Ela é minha melhor amiga no Senado.
E o presidente Jair Bolsonaro? O senhor vai ser oposição ou será aliado do governo?
Quando tiver o que criticar, eu vou bater doído. É meu jeito. Ele foi muito ingênuo nessa história do WhatsApp, né? (as conversas vazadas com o ex-ministro Gustavo Bebianno). Eu aprendi com o Boni, ex-TV Globo: tem coisas que você não fala nem para si mesmo. Conversei por telefone com ele uma vez. O Davi Alcolumbre me visitou em Goiás para pedir voto para presidente do Senado. E combinou de o Bolsonaro ligar para ele na hora, fazendo um teatro de que foi coincidência. O Bolsonaro diz que não, mas estava fazendo campanha para o Davi. Aí ele falou assim: “Deixa eu falar com o doido do Kajuru”. Eu também chamei ele assim, falei: “Presidente, doidos somos nós dois, pelo menos não somos ladrões”.
O governador do Rio, Wilson Witzel, foi uma das novidades dessa eleição. Ele ficou marcado por dizer que vai mandar a polícia “atirar na cabecinha”...
(interrompe) Antes de acionar a boca, tem que acionar o cérebro, né? Tem coisas que não dá. Outro dia teve execução de 13 em Santa Teresa...
Você veio do jornalismo esportivo. Como vê essa tragédia do Ninho do Urubu e a postura do Flamengo?
Se não tiver uma punição séria, forte, em dinheiro, não adianta. O Flamengo já decepcionou uma vez, na tragédia, e agora de novo em relação à indenização. Fico com vergonha.
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