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terça-feira, 15 de setembro de 2020

Covid-19: Taxa de ocupação de leitos no Cariri e Sertão-Central ainda preocupa Cosems

A região do Cariri entrou na Fase 4 do Plano de Retomada Responsável das Atividades Econômicas e, com isso, foi permitido avanço em vários setores, como o retorno de 100% do trabalho presencial e ampliado o horário de atendimento de restaurantes.

Com mais gente nas ruas, mesmo com a queda dos casos da Covid-19, a presidente do Conselho das Secretárias Municipais de Saúde do Ceará (Consems), Sayonara Cidade, demonstra preocupação, principalmente por ainda considerar altas as taxa de ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) no Sul e Sertão-Central do Estado.

“A gente já teve um decréscimo considerável no número de casos em todo o Estado, mas temos o Cariri, por exemplo, com alta ocupação de leitos de UTI, o Centro-Sul com 70%. O próprio governador não coloca algumas aberturas no Cariri, ainda temos algumas restrições bem consideráveis, como bares, festas”, observa.
Dos 113 leitos de UTI exclusivos para Covid-19 na macrorregião do Cariri, 80 estão ocupados, que dá uma média de 70,8% de ocupação. No entanto, se considerar apenas as vagas adulto, a taxa é ainda maior: 76,16%. Outras macrorregiões estão abaixo, como Fortaleza (62,99%) e Sobral (46,88%). Por outro lado, o Sertão Central ainda preocupa com 28 dos seus 30 leitos de UTI ocupados, ou seja, 93,33% de ocupação.

Referência para sua macorregião, o Hospital Regional do Cariri (HRC) está com 42 de seus 54 leitos preenchidos, que representa uma taxa de ocupação de 77,78%. Contudo, a diretora da unidade, Demostenia Rodrigues, explica que a mudança é dinâmica e que, dependendo da procura, a capacidade pode ser ampliada novamente.

"No atual cenário, os leitos atendem à demanda", completa.

Queda

Por outro lado, a média móvel de casos tem caído nestas duas regiões que mais preocupam nas últimas quatro semanas. No intervalo entre 23 e 30 de agosto, o número de infectados por dia era de 162,57 no Cariri. Já entre 6 e 13 de setembro, caiu para 18,28/dia. No Sertão Central, no primeiro intervalo, caiu de 44 casos/dias para, nesta última semana, dois infectados por dia, em média.

“É um avanço, precisamos impulsionar a economia, temos declínio do número de casos, mas a gente está fazendo isso com muito cuidado, muita segurança e muita responsabilidade. A nossa estrutura é bem menor do que a da Capital, então, não podemos ir com muita sede ao pote”, acredita Sayonara.

Liberação

A partir da Fase 4, restaurantes poderão abrir das 6h às 23h, mantendo neste período metade da capacidade. Bares, clubes e academias no entanto devem permanecer fechados durante os próximos 14 dias. Já em relação as atividades religiosas estão permitidas cerimônias desde que seja seguido o protocolo sanitário, a ocupação limitada a 50% da capacidade, e mantido o distanciamento físico entre as pessoas.

No setor da cultura continuam autorizadas as atividades de produção artística e cultural sem público, evitando-se as aglomerações. Neste segmento os cinemas devem permanecer fechados, mas há liberação para atividades de cine “drive-in”, com a condição de que aconteçam em espaço amplo e de acordo com as medidas sanitárias. Para o Turismo ficam ainda suspensas as realizações de eventos e espetáculos.

Governo suspende pagamento do auxílio emergencial para mais de 922 mil beneficiários do Bolsa Família

O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) bloqueou, em agosto, o pagamento do auxílio emergencial a 922.600 beneficiários do Bolsa Família. De acordo com o Ministério da Cidadania, a Controladoria-Geral da União (CGU) recomendou o cancelamento de 613.190 benefícios e a suspensão de 309.503, após identificar indícios de que os trabalhadores deixaram de cumprir os critérios de recebimento do benefício de R$ 600.

Com isso, o governo deixou de gastar pelo menos R$ 550 milhões do orçamento destinado ao benefício criado para minimizar a crise social gerada pela pandemia do novo coronavírus.

Segundo o Ministério da Cidadania, as liberações serão retomadas a partir deste mês. A promessa do governo é adicionar ao pagamento de setembro (já de R$ 300) o valor que ficou bloqueado em agosto (R$ 600) para quem foi afetado pela revisão do auxílio.
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