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O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), com o apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, desencadeou na manhã desta terça-feira a Operação Os Intocáveis, em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, e outras localidades da cidade, que prendeu ao menos cinco suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Os presos são integrantes da milícia mais antiga e perigosa do estado.
Para a ação, que mobiliza cerca de 140 policiais, a Justiça expediu 13 mandados de prisão preventiva contra a organização criminosa. Os principais alvos da operação são o major da Polícia Militar Ronald Paulo Alves Pereira, o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe da milícia de Rio das Pedras; e o subtenente reformado da PM Maurício Silvada Costa, o Maurição.
Embora o objetivo da ação do MP-RJ seja atacar a milícia que explora o ramo imobiliário ilegal em Rio das Pedras com ações violentas e assassinatos, há indícios de que dois dos alvos de prisão comandem o Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda. Os principais clientes do grupo de matadores profissionais são contraventores e políticos.
Major PM é preso
O major Ronald, de 43 anos, é investigado por integrar a cúpula do Escritório do Crime. Foi denunciado por comandar os negócios ilegais como grilagem de terra e agiotagem. É réu no processo de homicídio de cinco jovens na antiga boate Via Show, em 6 de dezembro 2003, e vai a júri em abril deste ano. O oficial foi preso no condomínio fechado Essence, perto do Parque Olímpico, na Zona Oeste. Segundo moradores, os apartamentos mais caros valem mais de R$ 1 milhão.
Maurição, de 56 anos, é uma espécie de capataz dentro de Rio das Pedras. Dá também ordens sobre as cobranças dos imóveis da facção e controla as vans.
Também foi preso Manuel de Brito Batista, o Cabelo - que atua na quadrilha como contador e gerente armado. O cumprimento do mandado de busca e apreensão durou mais de cinco horas. Ele se negou a responder a perguntas feitas pelos promotores e por agentes da Core e da Draco. Em sua casa foram encontradas chaves de três carros, entre eles dois Corollas. Vasculhando o condomínio, os agentes conseguiram abrir a porta de um Corolla que estava estacionado próximo ao portão de acesso. Dentro dele foi achada uma pistola prateada de calibre 380 com a numeração raspada. Foram encontrados na casa de Cabelo documentos de imóveis e mais de R$ 3 mil em espécie.
Os agentes encontraram Cabelo dormindo em seu quarto, em uma casa no condomínio de luxo Floresta Country Club, na Estrada do Bouganville 442, bloco C1. Ele deu diversas informações contraditórias aos agentes. Indagado se tinha carro, ele negou. Os promotores precisaram chamar chaveiro para abrir um cofre encontrado na sala da residência. Cabelo disse que não se lembrava da senha do cofre, que somente foi aberto após a chegada do chaveiro. Mas não havia nada em seu interior. A descoberta da pistola também foi um dos motivos da demora no cumprimento do mandado de prisão e de busca e apreensão.
Os outros presos na operação são Benedito Aurélio Ferreira Carvalho e Laerte Silva de Lima. Benedito é apontado como "laranja" da organização criminosa. Ele empresta o nome para a abertura de uma empresa de construção civil na Junta Comercial do Rio. Já Laerte é o braço armado da quadrilha. É um dos responsáveis pelo recolhimento e repasse das taxas cobradas aos moradores e comerciantes, além da parte de agiotagem.
Seis meses de investigação
A operação é resultado de seis meses de investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e pela 23ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal. A denúncia, com os pedidos de prisão, busca e apreensão, foi distribuída para o 4º Tribunal do Júri da Capital.
A denúncia do MP aponta a milícia de Rio das Pedras como a responsável pela extorsão de moradores e comerciantes da região com cobranças ilegais de taxas referentes a "serviços" prestados. O grupo também oculta bens adquiridos com proventos das atividades ilícitas e falsifica documentos públicos. Para conseguir a regularização dos imóveis ilegais, o grupo montou uma estrutura hierarquizada. Cada integrante da quadrilha tem uma função. Há, por exemplo, contador e até despachantes para o pagamento de propina para agentes públicos. Até então, todas as operações policiais contra a milícia de Rio das Pedras haviam excluído os chefes da organização.
Os suspeitos foram denunciados ainda por praticar agiotagem e utilizar ligações clandestinas de água e energia, além de manter a exploração das atividades típicas das milícias para o domínio territorial: cobrança por serviços de TV a cabo ("gatonet"), gás, taxas de proteção de comerciantes e moradores e transporte alternativo. O Ministério Público do Rio constatou que nenhuma ação é feita sem o comando ou autorização dos denunciados.
Treze atentados nas últimas 24 horas no Ceará. Entre os alvos, quatro escolas e uma subestação de energia
Escola infantil em Caucaia foi atacada e o almoxarifado incendiado com todo o material escolar
Caçamba de recolhimento de lixo incendiada no bairro Papicu na noite de ontem
Os suspeitos de incendiar a caçamba foram presos logo após o atentado no Papicu
Treze ataques criminosos foram registrados nas últimas 24 horas no Ceará, entre o 20º e o 21º dias de atentados no estado. Entre os alvos do vandalismo estão quatro escolas, uma subestação de energia elétrica e um caminhão de coleta de lixo urbano, além de uma ameaça de bomba que levou a Polícia a isolar um prédio público em plena zona nobre da Capital.
Os casos mais recentes desta onda de atentados, que chega nesta terça-feira (22) ao seu 21º dia, começou ainda na madrugada de segunda-feira, quando bandidos causaram incêndio em um Ecoponto localizado no bairro Conjunto Esperança, na zona Sul de Fortaleza. E se estenderam por todo o dia, culminando na madrugada de hoje na explosão de artefatos em uma subestação de energia elétrica situada na Avenida Cônego de Castro, esquina com a Rua Leblon, no bairro Vila Peri.
O ataque aconteceu por volta de 2 horas e o barulho provocado pela explosão dos artefatos pode ser ouvido em bairros distantes dali. Equipes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e da Força Nacional de Segurança foram mobilizadas para atender à ocorrência, mas nenhum suspeito foi detido.
Na noite desta segunda-feira, uma quadrilha ateou fogo em um caminhão-caçamba cujos ocupantes faziam o recolhimento de lixo urbano à serviço da Prefeitura de Fortaleza na Rua Valdetário Mota, no bairro Papicu, na zona Leste de Fortaleza. Rapidamente o fogo consumiu o veículo inteiro. Cerca de uma hora depois, policiais militares do 8º e do 22º Batalhões da PM (Papicu), prenderam no bairro Serviluz quatro suspeitos do atentado, sendo três adultos (dois homens e uma mulher) e um adolescente. Os quatro foram encaminhados a uma delegacia da Polícia Civil.
Escolas incendiadas
Quatro escolas públicas foram alvo de criminosos nas últimas 24 horas. O primeiro ataque ocorreu por volta de 22 horas na creche da Escola de Ensino Infantil e Fundamental Maria Corina Arruda, localizada na Rua Alaíde Mateus, no distrito de Jurema, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O almoxarifado do estabelecimento foi destruído pelas chamas.
Por volta de 23h30, bandidos atearam fogo em uma escola de ensino infantil e fundamental situada no Distrito de Tapuio, no Município de Aquiraz.
Já na madrugada desta terça-feira, o alvo do vandalismo foi uma unidade de ensino no Interior, uma quadrilha formada por pelo menos seis homens, ateou fogo em uma escola na zona rural de Quixadá.
Segundo informações da Polícia Militar, o crime aconteceu por volta de 1 hora, na localidade de Junco, distrito de Custódio, quando seis bandidos transitando em três motocicletas, invadiram a escola João Araújo Torres, renderam o vigilante, fazendo ameaça com uma arma de fogo, e atearam fogo no prédio. Uma sala de aula e a cozinha da unidade de ensino foram atingidas.
O município de Ibaretama (a 130Km de Fortaleza) foi mais uma vez alvo da ação de criminosos. Na madrugada desta terça-feira (22) uma escola na localidade de Pedra e Cal, zona rural do Município foi invadida e incendiada. O ataque a escola Estevão de Souza Freire, aconteceu durante a madrugada, mas só foi percebido na manhã de hoje quando os funcionários chegaram para trabalhar. Os bandidos utilizaram um coquetel molotov no atentado. A cantina e o depósito onde são guardados os materiais de limpeza foram atingidos pelo fogo.
Veja a relação dos últimos ataques criminosos no Ceará:
Dia 21 de janeiro/Segunda-Feira (20º Dia de ataques)
1 – Incêndio no Ecoponto do Conjunto Esperança (CAPITAL)
2 – Incêndio na Escola de Ensino Fundamental Geralda Bonifácio Rodrigues, em Saquinho (ITAREMA)
3 – Incêndio no Liceu José Maria Monteiro, Distrito de Almofala (ITAREMA)
4 – Incêndio a ônibus escolar no Distrito de Panã (ITAREMA)
5 – Ameaça de bomba no Tribunal de Turmas Recursais/Av. Santos Dumont/ B. Aldeota (CAPITAL)
6 – Caminhão caçamba incendiado na Rua Valdetário Mota/B. Papicu (CAPITAL)
7 – Incêndio na Creche/Escola de Ensino Infantil e Fundamental Maria Corina Arruda/Rua Alaíde Mateus, no Distrito Jurema (CAUCAIA)
8 – Incêndio em Escola de Ensino Infantil e Fundamental no Distrito de Tapuio (AQUIRAZ)
9 – Incêndio em caminhão de coleta de lixo (JAGUARUANA)
Dia 22 de janeiro/Terça-Feira (21º Dia de ataques)
1 – Explosão de artefato na subestação da Enel na Av. Cônego de Castro/B. Vila Peri (CAPITAL)
2 – Incêndio na Escola de Ensino Infantil e Fundamental João Araújo Torres, na localidade de Junco, Distrito de Custódio (QUIXADÁ)
3 – Bomba incendiária jogada na sede da Câmara de Vereadores (PARACURU)
4 – Incêndio criminoso na Escola Estevão de Souza Freire (IBARETAMA)
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