Carla Januário foi agredida pelo namorado e compartilhou imagem dos ferimentos nas redes sociais para encorajar outras vítimas de agressões a denunciar o crime
“E assim termina a realização do sonho de dividir o mesmo teto com a pessoa que você ama, seus sonhos, suas conquistas e até seus defeitos. Você fica sem chão, não sabe o que fazer e se pergunta o por que de tudo isso estar acontecendo. Por vezes perde até a vontade de viver. Se sente um lixo, um nada. Uma dor profunda, que dói na alma".
Este é o desabafo de Carla Regina Januário, uma vendedora de Votuporanga (SP), de 29 anos, que foi vítima de agressões do namorado.
Para conscientizar outras mulheres a denunciarem este tipo de crime, Carla publicou na última terça-feira (14), em seu perfil do Facebook, as fotos dos ferimentos mais recentes, o relato de um relacionamento abusivo e também denunciou o caso à polícia.
Nas fotos, Carla mostra o lábio e olho direito machucado e inchado. Ao final da publicação, ela conclui:
"Desculpem pelo desabafo, mas se você, mulher, estiver passando por isso, é hora de acordar. Diga 'não' a qualquer tipo de violência".
A publicação de Carla tem mais de 1,8 mil curtidas até esta quinta-feira (16), cerca de 100 compartilhamentos e comentários de amigos, familiares e até mesmo pessoas desconhecidas que se solidarizaram com a declaração da vítima.
Agressão - De acordo com Carla, ela e o namorado se relacionavam há dois anos e, há quatro meses, passaram a morar juntos.
A última agressão ocorreu quando ela e o companheiro voltavam para a casa, quando o combustível do carro acabou.
O casal começou a discutir dentro do veículo e houve a agressão. Segundo a vendedora, ela só parou de apanhar quando saiu do carro para pedir socorro. Duas mulheres que passavam pela rua acionaram a polícia.
No mesmo dia, os policiais localizaram o namorado de Carla e ele foi encaminhado para o plantão policial.
O homem prestou depoimento e pagou fiança de um salário mínimo. Ele responde em liberdade pelos crimes de ameaça e lesão corporal.
Trabalhador teria de contribuir 44 anos para ter teto da aposentadoria
A nova proposta de reforma da Previdência, apesar de facilitar o acesso à aposentadoria em relação à versão anterior, pode vir com uma regra que reduz o valor do benefício de quem ganha acima do salário mínimo.
A fórmula de cálculo em estudo pelo governo e pela Câmara, à qual a Folha teve acesso, exigirá 44 anos de contribuição previdenciária para o trabalhador receber o valor máximo do benefício.
A regra prevê que o benefício para quem completar idade mínima e 15 anos de contribuição seja equivalente a 50% da média salarial do trabalhador. A mudança não afeta quem tem direito a um salário mínimo, que tem o valor integral garantido.
Após os 15 anos de contribuição, a fórmula prevê o aumento de um ponto percentual por ano de 16 a 25 anos de contribuição; 1,5 ponto de 26 a 30 anos; 2 pontos de 31 a 35 anos e 2,5 pontos a partir de 36 anos de contribuição, com limite de 100%.
O texto já aprovado pela comissão especial na Câmara exige 40 anos de contribuição para ter acesso ao valor máximo do benefício. O relatório do deputado Arthur Maia (PPS-BA) reduziu os 49 anos previstos na proposta original do governo. Agora uma nova proposta está sendo elaborada para compensar a redução de economia prevista para os próximos anos com a flexibilização da reforma.
Arthur Maia anunciou, na semana passada, que ele e o governo negociam com líderes da base uma nova versão da reforma. Ele adiantou que vai retirar a exigência de 25 anos de contribuição e manter os atuais 15 anos. Afirmou, ainda, que manterá a proposta de idade mínima de 65 anos (homem) e 62 (mulheres).
A expectativa é que mudanças na aposentadoria rural e no benefício assistencial pago a pessoas com deficiência e idosos de baixa renda também sejam retiradas.
Nesse contexto, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou que a redução da proposta não pode ser superior a 50% da economia prevista originalmente. O texto do governo previa cerca de R$ 800 bilhões de ganho com a reforma, mas o relatório aprovado na comissão prevê 75% da economia original.
Folha de S.Paulo
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