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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Hospital psiquiátrico santa tereza no Crato fecha dia 10


O local se encontra com 63 pacientes, que recebem alta até o começo do próximo ano. 16 se encontram na emergência. São 36 homens e 27 mulheres.
Funcionários da Casa de Saúde Santa Teresa, em Crato, realizaram hoje a última confraternização no local. Todos estão de aviso prévio e se despedem do único hospital psiquiátrico do Cariri, referência no tratamento de pacientes da região e para estados vizinhos. Com uma previsão de fechamento para março do próximo ano, a data acabou sendo antecipada para o dia 10 de janeiro de 2016. Alguns funcionários já não trabalham mais no local a partir do dia 2. As crises sucessivas e verbas insuficientes do Sistema Único de Saúde (SUS) para manter o local são o principal motivo. A casa de saúde há alguns anos supria muito de suas necessidades por meio de doações. São cerca de 45 anos em funcionamento.
Famílias se desesperam por não terem para onde levar agora os pacientes. Mesmo com vários apelos aos governos estadual e federal, parlamentares da região, município e até mesmo a própria sociedade, não houve condições de manter a casa. Desde o início do ano passado, que o local estava já em preparação para o fechamento. A média paga por cada um dos pacientes, de R$ 42, a diária, que acontecia desde o primeiro semestre deste ano, não dava para cobrir todas as despesas.
São cerca de 70 funcionários e todos já se encontram de aviso prévio. “Estamos muito tristes com esse momento, mas é mais desolador ainda para as famílias dos pacientes, que precisam do tratamento e muitas vezes não têm como controlar uma pessoa doente em casa”, afirma o auxiliar de limpeza, José Ailton da Silva, há 16 anos trabalhando no local. Ele disse que a partir do próximo dia 2 de janeiro, não estará mais no hospital.
A Casa de Saúde recebe pacientes de estados como o Pernambuco, Piauí e Paraíba. Até maio deste ano, se encontrava com cerca de 200 pessoas internadas, fora os atendimentos e acompanhamentos que aconteciam, durante a semana. Agora são apenas 63. O espaço ficava lotado, diante da carência de tratamentos psiquiátricos na região. Desde outubro que se intensificou a saída dos pacientes.
Para a direção do hospital o valor que era repassado para os pacientes do SUS, há vários anos não estava sendo suficiente para manter os custos da instituição, por não ter sido corrigido. Ao longo de mais de 10 anos, o local vinha lutando para se adaptar à Lei Antimanicomial. Enquanto isso, famílias ficam atônitas, sem ter ideia do que fazer com pessoas que sofrem de distúrbios mentais em suas famílias, principalmente os mais agressivos.

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