Violência deixou 21 mortos somente no Interior durante o fim de semana
Quarenta e seis pessoas tiveram morte violenta no Ceará, conforme balanço parcial do fim de semana, com base nos registros dos órgãos da Segurança Pública. De sexta-feira passada (11) até as primeiras horas de hoje (14), 30 pessoas foram assassinadas e outras 16 morrem em conseqüência de acidentes de trânsito.
Em Fortaleza, foram registrados 16 homicídios nos seguintes bairros: Barra do Ceará (2), Sabiaguaba (2), Centro, Autran Nunes, Colônia, Aerolândia, Serviluz, Passaré, Bela Vista, Bonsucesso, Jardim das Oliveiras, Dias Macedo, Parque São José e Conjunto Palmeiras.
Já na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), foram registrados 8 homicídios nos seguintes Municípios: Maranguape (3), Caucaia, Eusébio, Horizonte, Itaitinga e Pacatuba.
Já no Interior do Estado, foram anotados seis assassinatos nos Municípios de Crato, Jardim, Ibicuitinga, Pedra Branca, Quixeramobim e Ibaretama.
Em Maranguape, um casal foi fuzilado na tarde de domingo. Apenas uma das vítimas, uma mulher, foi identificada.
Acidentes
Além dos 30 homicídios, outras 16 pessoas morrera em acidentes, a maioria no Interior do Estado. Em um deles, quatro pessoas perderam a vida na colisão de um caminhão com três automóveis e uma motocicleta no Município do Cratro.
Outras três pessoas – todas jovens – faleceram em um desastre ocorrido na manhã de domingo (13) na estrada que liga os Municípios de Santa Quitéria e Hidrolândia.
Veja, a seguir, a relação das vítimas de mortes violentas no fim de semana:
HOMICÍDIOS EM FORTALEZA/CAPITAL
01 – Eriberto Rosa da Silva (bala) – Rua Darlene Cavalcante (Colônia)
02 – Vítima não identificada/sexo feminino (bala) – Rua Professor Valdevino (Sabiaguaba)
03 – Vítima não identificada/sexo masculino (bala) – (Centro)
04 – Francisco de Assis Barroso (Bala) – (Autran Nunes)
05 – Ana Cecília Marçal de Sousa (outros meios) – Rua Grito de Alerta (Barra do Ceará)
06 – Francisco Jonathan Duarte da Silva (bala) – (Aerolândia)
07 – Josian Costa de Oliveira (bala) – Rua Vereador José Monteiro (Serviluz)
08 – Francisco Egnaldo da Silva Mendes (bala) – Av. Juscelino Kubistchek (Passaré)
09 – Vítima não identificada/sexo masculino (bala) – Rua Chile (Bela Vista)
10 – Francisco Alonso da Silva (bala) – (Conjunto Palmeiras)
11 – Raimundo Klinsmann Tomé (pedradas) – Av. Radialista José Limaverde (Barra do Ceará)
12 – Luziano de Vasconcelos Pereira (bala) – Rua das Acácias (Bonsucesso)
13 – Francisco Herrileudo dos Anjos de Sousa (bala) – Rua 02 (Jardim das Oliveiras)
14 – Hilano do Nascimento Almeida (bala) – Av. Marechal Bittencourt (Dias Macedo)
15 – Francinildo da Silva Bastos (bala) – Rua Clarindo Bastos (Sabiaguaba)
16 – João Paulo Assunção da Silva (bala) – Avenida Costa Mendes (Parque São José)
HOMICÍDIOS NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA
17 – Danrley Costa da Silva (facadas) – Rua Suíça/Parque Das Nações (Caucaia)
18 – Francisco Júlio de Oliveira Silva (bala) – (Maranguape)
19 – Antônia Maria Lima do Monte (bala) – R. Inácio Braga (Maranguape)
20 – Vítima não identificada/sexo masculino (bala) – Rua Inácio Braga (Maranguape)
21 – Francisco José Ferreira Gomes (bala) – Rua Guimarães de Prado (Eusébio)
22 – Vítima não identificada/sexo feminino (outros meios) – R. Manuel Nunes (Horizonte)
23 – Alef de Maria Cirino (outros meios) – Unidade prisional CPPL II (Itaitinga)
24 – Francisco Rafael Lima da Silva (bala) – Rua Santiago/B. Planalto Benjamin (Pacatuba)
HOMICÍDIOS NO INTERIOR DO ESTADO
25 – Vítima identificada por “Pedrinho” (bala) – Rua do Cruzeiro/Sede (Crato)
26 – Marlon Wesley Carvalho Bastos (bala) – Feira-Livre/sede (Jardim)
27 – Vítima identificada apenas por Jackson (bala) – (Ibicuitinga)
28 – Lívia de Oliveira (pedradas) – Sede (Pedra Branca)
29 – José Carlos dos Santos (faca) – LATROCÍNIO – Loc. Maracajá (Quixeramobim)
30 – Vítima não identificada/sexo masculino (bala) – Localidade Saco/Oiticica (Ibaretama)
ÓBITOS EM ACIDENTES DE TRÂNSITO
31 – Rafael Bauzis Monteiro (colisão/múltipla) – CE-392/Guaribas (Crato)
32 – Geílson Bento de Araújo (colisão/múltipla) – CE-392/Guaribas (Crato)
33 – Francisco dos Santos Lima (colisão/múltipla) – CE-392/Guaribas (Crato)
34 – José Erinaldo Paulino Bastos ( colisão/múltipla) – CE-392/Guaribas (Crato)
35 – Francisco Rairon Lino da Silva (choque/moto) – sede (Sobral)
36 – Jéfferson Brito (capotamento) – CE-257 (Santa Quitéria)
37 – Leandro Barbosa (capotamento) – CE-257 (Santa Quitéria)
38 – Vítima identificada apenas por Camila (capotamento) – CE-257 (Santa Quitéria)
39 – Bruna Laura Letícia Sampaio (colisão) – CE-282/Distrito Alencar (Iguatu)
40 – Vítima não identificada/sexo masculino (queda/moto) – CE-176 (Arneiroz)
41 – Bento de Sousa Oliveira (capotamento) – Sede (Quiterianópolis)
42 – Antônio Alves Filho (choque) – Sítio São José (Senador Pompeu)
43 – Francisco Coelho Viana (colisão/moto) – Curva do Serrote (Solonópoles)
44 – Reginaldo Rodriogues de Oliveira (colisão/moto) – D. Canindezinho (Nova Russas)
45 – Aluísio Camelo (atropelamento) – BR-116 (Cascavel)
46 – Anielly Cunha dos Santos (colisão/moto) – CE-060/Alto da Betânia (Quixeramobim)
Revolta e indignação na tropa da PM: às vésperas da formatura, militares são excluídos da lista das promoções
Os sentimentos no seio da tropa da Polícia Militar estão divididos. Enquanto para alguns o momento é de empolgação e reconhecimento pelas promoções que deverão ocorrer nos próximos dias, para outros, a fase é de decepção e desestímulo. Muitos PMs que aguardavam ansiosos suas novas divisas ou estrelas, tiveram seus nomes inexplicavelmente excluído da lista dos que receberão novas patentes e graduações.
A desagradável surpresa veio na última sexta-feira (12), quando foi publicada a mais recente versão do Boletim do Comando Geral (BCG). Nele, foram publicados os nomes de todos os militares que serão promovidos nas solenidades já marcadas para os próximos dias e que serão realizadas na Capital e Interior.
Sem qualquer informação ou aviso prévio, vários policiais militares foram retirados da lista. A exclusão seria pelo fato de muitos estarem, no momento, respondendo a processos administrativos disciplinares (PAD) ou criminais por conta de atos praticados no exercício do trabalho. Segundo alguns, isso contraria a Lei das Promoções, cujo projeto tramitou na Assembleia Legislativa e recebeu mais de uma centena de proposta de emendas.
No fim de semana, nas redes sociais, dezenas de policiais militares se manifestaram diante de sua exclusão da lista dos que serão promovidos nos próximos dias. Alguns se disseram revoltados e prometeram atitudes radicais, como pedir exoneração de seus cargos. Outros postaram mensagens em forma de desabafo.
Veja a seguir, a transcrição do desabafo de um PM postado nas redes sociais no domingo:
“LÁGRIMA DE UM PM”
“Ontem, fiquei muito triste quando olhei a relação dos policiais militares que serão promovidos e vi que o meu nome não constava. Senti naquele momento o chão desabar e toda a minha empolgação em vestir a túnica branca ir por água abaixo. Logo, eu, que dediquei mais de 30 anos a uma instituição militar que tanto amo e, de repente, me ver traído por ela. Já tinha comprado, com muito esforço, a minha farda de gala e, todas as noites, sonhava com a solenidade e eu desfilando juntamente com os meus companheiros, para orgulho de nosso familiares e amigos; e pensava ansioso na hora da madrinha colocar minha nova graduação. Tudo isso foi somente um sonho quando li aquela relação. Fiquei desapontado, chorei até secar minhas lágrimas. Me senti como um noivo abandonado no altar.
Aí, pensei: o que eu foz de mal à minha gloriosa PM para merecer ser tratado como um “nada”, para passar por tanta angústia? Logo eu, que doei parte da minha vida para salvar vidas, para promover a paz social, para muitas das vezes ser chamado de herói, quando, arriscando minha vida, trocava tiros com bandidos. Logo eu, que sempre procurei me pautar na dignidade e no decoro para não envergonhar minha gloriosa. Logo eu, que passei várias e várias noites acordado, velando o sono da sociedade. Logo eu, que muitas vezes fui convocado, mesmo estando de folga, para apoiar operações policiais. Logo eu, que, em virtude da minha profissão, já fui alvo de balas de marginais. Mas, após uma breve reflexão na leitura daquele informativo policial (boletim do Comando Geral), vi que é porque respondo a um processo criminal. Processo este que foi contraído em um enfrentamento com bandidos. Ora, na nossa profissão policial quem não tem processo em função do trabalho ou tem muita sorte ou é omisso.
Depois da reflexão passou a tristeza e veio a indignação por saber que fiquei de forma exatamente por conseqüência da missão. Acho que poderia ser diferente, pois deveríamos ser mais valorizados. Hoje, eu e dezenas de guerreiros estamos desapontados e desestimulados, mas iremos seguir em frente com o mesmo garbo, com o mesmo dinamismo e compromisso com a causa da segurança pública. Afinal, a sociedade não pode pagar pelo preço da injustiça. Fiquem com Deus e orem por nós”.
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