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domingo, 21 de abril de 2019

Gripe causa 18 mortes neste ano e registro da doença cresce 156% no Ceará

Os últimos boletins da Sesa revelam que já foram contabilizados 213 casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Ceará, até 2 de abril deste ano. Em 2018, o total desse período marcava 83; escola particular envia nota de alerta a pais e responsáveis, após confirmação de influenza A em três crianças.

O Ceará, seguindo determinação nacional do Ministério da Saúde, antecipou para segunda-feira, dia 22 de abril, nova fase da campanha de vacinação contra a gripe, que até março deste ano, já foi causa da morte de 18 pessoas no Estado, conforme boletim da Secretaria da Saúde (Sesa). São seis óbitos a mais que os contabilizados em igual período do ano passado, quando houve um total de 12 em decorrência da doença, indicada nos boletins como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). As mortes (uma delas em decorrência de influenza A H1N1) ocorreram na Capital, em Caucaia, Frecheirinha, Marco e Russas.

Ao todo, 213 casos da Síndrome foram registrados até 2 de abril deste ano. Em igual recorte de tempo de 2018, o boletim somou 83 ocorrências. O número de 2019 é 156% maior que o do ano passado. No entanto, a coordenadora de imunização da Pasta, Daniele Queiroz, esclarece que "não há motivo para pânico, mas sim, para atenção".

Do contabilizado neste ano, quatro casos são em decorrência do vírus influenza A H1N1 e outros quatro causados pelo vírus influenza A H3/Sazonal, além de 52 por outros vírus respiratórios, 118 não especificados e 35 que ainda estão em investigação, o que corresponde a 16,4% do total. Já durante igual recorte temporal no ano passado, os casos de SRAG por vírus da influenza, com 19 registros, foram os que mais acometeram os cearenses, seguidos de 59 sem etiologia especificada e quatro motivados por vírus respiratórios em todo o território estadual.
Escolas

Com receio da proliferação da doença, colégios particulares de Fortaleza estão enviando comunicados chamando a atenção para os cuidados preventivos em prol do bem-estar das crianças. Na última segunda-feira (15), após três alunos do Infantil 3 e 4, de uma escola do bairro Dionísio Torres, apresentarem diagnóstico positivo de influenza A, a instituição orientou pais e/ou responsáveis que não levassem os filhos à aula. "Por essa razão, solicitamos uma maior atenção e compreensão de vocês no sentido de não trazerem seu filho à escola quando este apresentar qualquer sintoma de um quadro viral. E, especialmente, só retornar às aulas mediante atestado médico que explicitamente assegure condição saudável para essa volta. Importa dizer que essa orientação também se estendeu a todos os nossos colaboradores".

A advogada Camila Prado, 33, decidiu por conta própria afastar a pequena Clara da escola em que estuda após descobrir que a filha, de 2 anos, estava com influenza na primeira semana de abril. "Além de suspender a ida dela, eu notifiquei formalmente a instituição sobre o diagnóstico, porque é um espaço de convivência dela e a doença é contagiosa. Eu me preocupei em compartilhar por pensar que outras crianças poderiam contrair também", justifica.

Para além da sala de aula, a SRAG pode ser evitada desde que cuidados diários mínimos sejam tomados, como explica Daniele Queiroz. "Lavar as mãos ou usar álcool gel, não compartilhar utensílios, arejar os ambientes e usar a etiqueta da tosse, que é tossir, espirrar ou falar protegendo a boca e a narina com lenço ou o antebraço para que não tenha uma dispersão do vírus no ambiente".

Apesar de ter conseguido a cura da filha depois de tratamento medicamentoso durante cinco dias, Camila Prado reforçou os cuidados dentro de casa para evitar novos casos de gripe em sua família. "Hoje, a gente tem em todos os ambientes da casa, álcool em gel 70% para ajudar na higienização das mãos ou de algum objeto que cai no chão", revela.
Vacina

Desde o dia 10 de abril, quando começou a campanha de vacinação, a imunização está disponível para gestantes e crianças de seis meses a menores de seis anos. Em tempo, o balanço da campanha é positivo, já que até as 11h30 de quarta-feira (17), 19.810 doses foram aplicadas, o que coloca o Ceará como o primeiro do Nordeste e o 5º do Brasil com maior cobertura vacinal.

Contudo, esse número deve aumentar, já que a partir desta segunda-feira (22), a vacina será repassada a idosos com 60 anos ou mais, mulheres com até 45 dias pós-parto, doentes crônicos, trabalhadores da saúde, população indígena, adolescentes e jovens sob medida socioeducativa, detentos e funcionários do sistema prisional e professores da rede pública e privada.

Enquanto isso, clínicas particulares de Fortaleza registram, neste mês, aumento de 60% na procura pela vacina contra a influenza em relação ao mês de março. Segundo a pediatra Vanuza Chagas, a busca assídua deve continuar, sobretudo nesta segunda quinzena.

"Só neste mês, já repassamos 600 doses. O que a gente está vendo é a procura de famílias inteiras preocupadas inicialmente com crianças, e isso vai aumentar, porque o pico maior da gripe acontece agora devido às chuvas, que ainda estão constantes e há um aumento na propagação dos vírus", explica a médica.

(Diário do Nordeste)

Defendida no pacote Anticrime, audiência por videoconferência reduz custos e riscos à segurança de presos e agentes durante deslocamentos

Modelo de interrogatório, defendido no pacote Anticrime, implicará uma economia de, no mínimo, R$ 248 milhões aos cofres estaduais. No âmbito federal, a economia chega até R$ 1,2 milhão ao ano.

Modernizar o modelo de interrogatório dos presos, por meio de videoconferências, para reduzir os custos com o deslocamento, é um dos pontos do pacote Anticrime, enviado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública ao Congresso Nacional. Levantamento realizado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) junto ao Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Justiça (Consej) mostra que as escoltas custaram, em média, mais de R$ 248 milhões aos cofres dos governos estaduais em 2018. As informações dizem respeito aos gastos de 22 estados. 

Se ampliada a realização de videoconferências nos três estados com maior população carcerária no país, a economia seria de R$ 140 milhões. Com valores acima de R$ 71 milhões, o estado de São Paulo lidera o ranking dos custos com escolta e deslocamento. Na sequência, Paraná, com um gasto de R$ 58 milhões. Minas Gerais, estado com o terceiro maior número de presos, tem gastos de quase R$ 10 milhões.

Um dos projetos do pacote Anticrime, o PL 822/2019 propõe mudanças no artigo 185 do Código de Processo Penal e na Lei de Execuções Penais. Caso seja aprovado, a decisão do juiz de realizar videoconferência deixa de ter caráter excepcional. Isso possibilitará ampliar a realização de videoconferência (ou outros meios tecnológicos) entre o juiz e o réu preso, desde que atenda finalidades como a prevenção de custos com o deslocamento ou à escolta de preso, além de questões de ordem pública.

“Não faz sentido que, no ano de 2019, acusados sejam transportados centenas de quilômetros em situação de risco e gerando vultosos gastos públicos para atos cuja participação pessoal é absolutamente irrelevante”, afirma o ministro Sérgio Moro.

Sistema Penitenciário Federal

As videoconferências são comumente realizadas nas penitenciárias federais. Estudos técnicos do Depen apontam que, considerando o número total de videoconferências judiciais realizadas em 2018, o valor economizado com a substituição das escoltas pela audiência virtual é de cerca de R$ 1,2 mi.

“Para cada movimentação, é calculado um orçamento. Depende do local de apresentação do preso, da periculosidade que ele acarreta e do número de agentes convocados para o deslocamento”, explica o diretor do Sistema Penitenciário Federal, Marcelo Stona. 

Os recursos contemplam o pagamento de diária aos agentes penitenciários, gasolina, manutenção das viaturas, entre outros.

A segurança dos agentes e dos presos também são fatores que devem ser levados em consideração. “Os réus, muitas vezes, são líderes de facção criminosas e respondem processos em outros estados. Além de reduzir os gastos ao orçamento da União, as videoconferências são mais seguras para preservar a vida dos agentes, do preso e da própria sociedade”, avalia o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Fabiano Bordignon. 

De acordo com o Depen, os principais riscos expostos aos agentes que realizam a escolta de presos custodiados nas penitenciárias federais são fuga, resgate, acidentes de trânsito e queima de arquivo - quando o objetivo não é resgatar o preso, mas sim matá-lo. Esse último ponto é considerado um dos riscos mais críticos, pois não há qualquer preocupação com os efeitos colaterais da ação em relação aos agentes federais ou ao público em geral.

No Sistema Penitenciário Federal, as videoconferências são realizadas em três tipos de audiências: judiciais, oitivas relacionadas aos procedimentos disciplinares de internos e àquelas destinadas ao Projeto de Visita Virtual. Esta última, fruto de uma parceria entre o Depen e a Defensoria Pública da União (DPU) para viabilizar a comunicação dos familiares e dos presos com baixo poder aquisitivo. Já a videoconferência judicial é realizada para atos de persecução penal e até audiência de custódia, o que facilita a ampla defesa e o contraditório.

Fonte: Rede Sinesp

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