Foto Thiago Gadelha / SVM |
Numa casa antiga do bairro Pio XII, em Fortaleza, o rack de mogno sobre o piso de ladrilho avermelhado abriga — entre CDs, porta-retrato e um bibelô de cerâmica — uma televisão de tubo. A sala de estar da dona Maria Augusta Silva, 87, é um cenário nostálgico para muitos, mas também retrata a realidade de 2 milhões de pessoas que ainda moram em lares com esse tipo de TV, no Ceará.
Os dados são do Módulo de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, os números ainda são de 2021.
Na Capital, o quantitativo de moradores em residências com televisão de tubo chega a 386 mil. Entre eles, está a dona Maria Augusta, citada acima.
Como os remédios e alimentos estão todos caros, não tenho condições de comprar a TV [de tela] fina. Então, fico com essa mesmo, mas uma vez por outra dá aquele ‘papoco’ e fica falhando a imagem”, relata a dona de casa Maria Augusta.
“Por isso, agora, eu só uso a partir de 19 horas para assistir à missa e ao jornal. Não ligo mais durante o dia, porque tenho medo de quebrar”, completa.
Com informações do Diário do Nordeste.via https://elberfeitosa.blogspot.com/
3 a cada 5 partos realizados no Ceará são cesáreas
Foto Solen Feyissa / Unsplash |
Com a indicação correta, a cesárea pode salvar vidas de mães e bebês. O Brasil e o Ceará têm batido recordes de nascimentos por meio de cirurgias, mas realizar mais cesáreas não é sinônimo de salvar mais pessoas. Pelo contrário. Quando praticada em excesso, sem real necessidade, não se observa o mesmo benefício diretamente relacionado ao aumento de procedimentos. Pior: começa a haver prejuízos.
A proporção de partos cesáreos realizados no Ceará tem crescido constantemente ao longo das últimas duas décadas, com exceção de dois anos — 2015 e 2017 — quando o indicador apresentou discretas reduções em relação ao ano anterior. Em 2000, início do período analisado pelo Diário do Nordeste para esta reportagem, as cesarianas representaram 27,2% dos partos ocorridos no Estado.
Em 10 anos, esse percentual saltou para 48,9%, com a cirurgia realizada em quase metade dos partos. No ano seguinte, 2011, a proporção de cesáreas ultrapassou a de partos vaginais pela primeira vez no Ceará — posto que não perdeu mais desde então. No intervalo analisado, o ápice foi atingido em 2021. Nos dois anos seguintes, cujos dados ainda são preliminares, esse comportamento se mantém.
No ano de 2021, o mais recente da série histórica com dados consolidados, três em cada cinco partos realizados no Ceará foram cesáreas. Ao todo, 73.883 mulheres deram à luz um ou mais bebês por meio de cirurgia — 61,4% dos 120.266 nascimentos registrados. Com isso, o Ceará foi o 9º estado com maior percentual de cesáreas em todo o País. No Nordeste, ficou na 3ª colocação, atrás do Rio Grande do Norte (64,4%) e da Paraíba (61,5%).
Nacionalmente, o levantamento aponta que a cesárea foi feita em mais da metade (57%) dos partos realizados no Brasil em 2021. Metade dos estados tem indicador maior que o nacional, e os dois extremos estão localizados na região Norte do País. Enquanto Rondônia (RO) tem a maior proporção (68%), Roraima (RR) apresenta o menor percentual de cesarianas (32,6%). Os dados foram coletados pelo Diário do Nordeste no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde (MS).
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Com informações do Diário do Nordeste.via https://elberfeitosa.blogspot.com/
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