Pela primeira vez desde que as suspeitas sobre a compra da vacina Covaxin pelo governo federal foram reveladas, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que vai mandar apurar a denúncia. “É lógico que vai abrir inquérito”, disse, ao ser perguntado se a Polícia Federal investigaria o suposto esquema de corrupção denunciado pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Bolsonaro não deixou claro, porém, se estava se referindo à própria denúncia ou ao denunciante. “Olha a vida pregressa desse deputado”, disse aos jornalistas, durante evento, nesta sexta-feira, em Sorocaba, interior de São Paulo.
Por várias vezes, ele afirmou também que “o fato não foi consumado”, ou seja, a compra não se efetivara. O governo, entretanto, fechou um contrato de compra de 20 milhões de doses do imunizante indiano, no valor de R$ 1,6 bilhão. O valor não foi pago, mas chegou a ser empenhado (reservado formalmente no orçamento). “Me acusam agora de corrupção. Não recebi uma p... de vacina. Não paguei um centavo e só falam em corrupção.” Ele também citou casos de corrupção em governos anteriores como antítese de sua gestão. Citando Ceagesp, BNDES, Petrobrás e a 'compra de papéis na Venezuela', afirmou antes de seu governo “era só roubalheira”.
O contrato da Covaxin, o único firmado por meio de uma empresa intermediária, não com o próprio fabricante, já é alvo de investigação do Ministério Público Federal e da CPI da Covid. O deputado Luis Miranda e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, prestam depoimento na tarde desta sexta-feira à CPI.
Nenhum comentário:
Postar um comentário