Morreu aos 88 anos, na noite de quarta-feira (27), o ex-prefeito de Juazeiro do Norte, Carlos Alberto da Cruz, após agravamento do quadro de saúde em função da Covid-19. O falecimento foi confirmado via redes sociais pela filha do gestor e ex-candidata a prefeita do município, Ana Paula Cruz, que lamentou a perda.
"Com profundo pesar e tristeza no coração, comunico falecimento do nosso pai, no Hospital Otoclínica, em Fortaleza, por complicações no tratamento da Covid-19", disse.
Carlos Cruz nasceu no dia 3 de dezembro de 1932 em Juazeiro do Norte, na Região do Cariri. Na vida pública, foi vereador, prefeito do município por dois mandatos seguidos (1998 a 2004) e deputado estadual por cinco mandatos.
Ele estava internado desde o último dia 20 de janeiro em uma unidade de saúde particular da Capital, quando recebeu o diagnóstico de Covid-19. O ex-político deixa esposa, filhos e netos. O local do sepultamento não foi divulgado.
"A nossa família agradece as sinceras manifestações de condolências enviadas pelos amigos e que Deus, em infinita bondade, nos conforme nesse momento difícil", ponderou Ana Paula Cruz no comunicado.
Site miséria
Nova onda da Covid-19 leva Prefeitos a cobrarem auxílio emergencial e renegociação de dívidas dos municípios com a União
Os novos prefeitos deflagraram a primeira mobilização para pressionar o Congresso Nacional e o Governo Federal a adotarem medidas urgentes contra os efeitos da segunda onda da pandemia da Covid-19. O presidente da Associação dos Prefeitos do Ceará (Aprece), Júnior Castro, manifestou, preocupação com os desdobramentos do fim do auxílio emergencial para milhares de cearenses.
A preocupação exposta pelos gestores municipais é com o avanço da doença que ameaça reduzir o ritmo das atividades econômicas e, como consequência, fechamento de empresas, desemprego e mais pobreza. Os impactos serão, também, nos cofres públicos com uma possível queda na arrecadação tributária.
MEDIDAS URGENTES
O grito dos prefeitos ganha eco por meio da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) que considera ‘’imperativa a adoção de novas medidas emergenciais que respeitem as limitações decorrentes do combate à disseminação do vírus, e que assegurem aos governantes locais o atendimento de suas populações com o mínimo de dignidade’’.
A CNM alertou, ainda, por meio de nota, ‘’preocupação com o avanço da pandemia da Covid-19 em todo o território e a inexistência de um plano nacional de superação das dificuldades e de retomada do desenvolvimento nesta segunda onda, em contraste com as ações adotadas em 2020’’.
A nota da entidade dá ênfase à crise sanitária que coloca em risco a vida de milhares de pessoas e corrói o orçamento doméstico de milhões de trabalhadores e desempregados.
‘’Vivenciamos um momento de extrema dificuldade, uma vez que nossas equipes de saúde estão sobrecarregadas e a expansão rápida do vírus prejudica o planejamento de novas ações para o combate aos efeitos da pandemia’’, observa a CNM.
O que está acontecendo na Região Norte do Brasil, conforme a nota da Confederação Nacional dos Municípios, é a prova do recrudescimento da grave crise sanitária que assola a todos os Estados e que exige a adoção de medidas urgentes, como aquisição imediata pelo governo federal de todas as vacinas disponíveis, prorrogação do decreto de estado de calamidade pública no Brasil, Manutenção do auxílio emergencial e parcelamento especial das dívidas com o RGPS (Regime Geral de Previdência Social) e encontro de contas da previdência entre Municípios e União.
VEJA EM DETALHES AS REIVINDICAÇÕES DA CNM AO CONGRESSO NACIONAL E AO GOVERNO FEDERAL
1 – Aquisição imediata pelo governo federal de todas as vacinas disponíveis
A vacinação é o único caminho para superar a crise sanitária e possibilitar a retomada do desenvolvimento econômico e social do país. Assim, reivindicamos a aquisição imediata de todas as vacinas disponíveis, incorporando-as ao Plano Nacional de Imunização (PNI), para que Estados e Municípios possam vacinar grupos de risco e trabalhadores da linha de frente, diminuindo a circulação do vírus.
Esperamos uma ação urgente e um planejamento efetivo e transparente, cuja ausência impede a previsibilidade na ampliação da demanda pelos serviços de saúde. É fundamental uma prática construtiva imediata, visando à nação brasileira, sem a promoção de disputas políticas, porque nosso fazer político, especialmente neste momento, é uma questão de vida ou morte para a população.
2 – Prorrogação do decreto de estado de calamidade pública no Brasil
O estado de calamidade pública que vigorou no Brasil até 31 de dezembro de 2020, por força do Decreto Legislativo 6/2020, trouxe enormes benefícios de ordem legal e burocrática para o enfrentamento da pandemia de Covid19. Com o seu fim, vários instrumentos fundamentais para a mitigação da calamidade foram interrompidos. Mecanismos como contratações e compras emergenciais, flexibilidade orçamentária e suspensão de impeditivos relacionados à negativação dos Entes foram retirados exatamente quando a pandemia atinge uma escala ainda maior do que a enfrentada no ano passado. Assim, defendemos que o Decreto vigore até que a situação volte à normalidade.
3 – Manutenção do auxílio emergencial
Sabe-se que, para a manutenção do auxílio emergencial, será necessário um extremo esforço fiscal. No entanto, a dificuldade na retomada das atividades econômicas em função da segunda onda da pandemia e a consequente não recuperação dos postos de trabalho, requerem a manutenção dos benefícios, que são cruciais para milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade e um fôlego para a combalida economia, promovendo maior circulação de recursos e a consequente geração de impostos.
4 – Cumprimento da Emenda Constitucional 99/2017
O movimento municipalista, preocupado com o grave problema de liquidez, reivindica que sejam disponibilizadas linhas de crédito para o pagamento dos precatórios, conforme previsto em Emenda Constitucional. Além de injetar recursos na economia, a proposta promove fôlego fiscal aos Municípios, sem risco para a União, visto que tem como garantia o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e outras transferências federais.
5 – Parcelamento especial das dívidas com o RGPS e encontro de contas da previdência entre Municípios e União
Um dos graves problemas fiscais dos Municípios hoje é o endividamento com o Regime Geral de Previdência (RGPS). Por esse motivo, um novo parcelamento especial dessas dívidas é essencial para resgatar a capacidade de ação dos Entes que estão sufocados pela cobrança desses débitos. Em 2020 foi suspensa a cobrança desses débitos, porém, neste ano, o problema retornou agravado. É preciso que o novo parcelamento limite os pagamentos totais a um percentual razoável da receita e desconsidere juros e multas. São centenas de Municípios todos os meses com repasses zerados de FPM por conta das retenções dessas dívidas.
Também é fundamental promover o real encontro de contas, conforme aprovado pelo Congresso Nacional em 2017, a fim de permitir o conhecimento do exato valor devido pelos Municípios brasileiros ao RGPS e, ao mesmo tempo, o valor que o RGPS deve aos Municípios. Nossa expectativa é que, após repactuadas essas dívidas, teremos um alívio do caixa da maioria das cidades do Brasil, promovendo justiça fiscal e liberando recursos preciosos para o enfrentamento da pandemia.
Cumpre-nos, ao encerrar, contar com a sensibilidade das altas autoridades do País, com uma visão de presente e futuro, que passa necessariamente pela viabilidade administrativa, política e financeira dos Entes federados locais, que, ao lado do povo, geram emprego, renda, oferecem educação, saúde, assistência social e fomentam o desenvolvimento. No aguardo do atendimento ao pleito com a agilidade e a presteza indispensáveis ao momento, lembramos que os Municípios são a face visível da Federação brasileira.
Informações da CNM
Nenhum comentário:
Postar um comentário