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sábado, 23 de novembro de 2024

Em relatório final sobre tentativa de golpe, PF aponta Bolsonaro como “líder da organização criminosa”

 



O relatório final da Polícia Federal, com 884 páginas, sobre o plano de golpe de Estado no Brasil, aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como o “líder” de um grupo de 37 pessoas que, segundo a investigação, planejou mantê-lo no poder após a derrota nas urnas. A informação é da CNN Brasil.

De acordo com o documento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (21), Bolsonaro “permeou por todos os núcleos” da organização criminosa.

Esses núcleos foram classificados pela PF como: Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral, Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado, Núcleo Jurídico, Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas, Núcleo de Inteligência Paralela e Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.

Ainda de acordo com a PF, Bolsonaro, apesar de transitar por todos os núcleos, atuou diretamente no Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral.

O relatório, cujo conteúdo integral segue sob sigilo sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, foi parcialmente acessado pela CNN Brasil.

A investigação da Polícia Federal conclui que o objetivo da “organização criminosa” era manter o ex-presidente no poder.

Após 1 ano e 10 meses de apurações, a PF indiciou Bolsonaro e outras 36 pessoas, incluindo ex-ministros de seu governo, como Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Braga Netto (Defesa e Casa Civil).

Entre os indiciados, estão ainda o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

O inquérito aborda o envolvimento dos indiciados nos atos de 8 de janeiro de 2023, em “planos golpistas” durante a eleição presidencial de 2022 e em um suposto esquema para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

(Gazeta Brasil)

Dois generais cearenses estão entre indiciados pela PF em inquérito sobre tentativa de golpe - Um é de Iguatu

 O relatório da PF, agora, está no Supremo Tribunal Federal (STF) sob análise do ministro relator Alexandre de Moraes

Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

A Polícia Federal indiciou, nesta quinta-feira (21), dois generais cearenses a partir do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. As investigações apontaram Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira como envolvidos na trama conspiracionista da transição entre o Governo Bolsonaro e o Governo Lula. O próprio ex-presidente também virou alvo com outros 36 nomes. Estevam Theophilo foi comandante de Operações Terrestres (COTER) do Exército Brasileiro durante a gestão de Bolsonaro e Paulo Sérgio foi ministro da Defesa no último ano de mandato de Jair Bolsonaro.
Ambos foram alvo da operação Tempus Veritatis (Hora da Verdade, em latim), da PF, em fevereiro deste ano no âmbito desse inquérito. O primeiro comandava o COTER, apontado como a unidade do Exército com maior contingente de tropas sob sua administração e, por isso, seria "fundamental" para a tentativa de golpe.
Já o segundo seria um dos integrantes da "alta cúpula" do Governo que articulavam um golpe muito antes do resultado da última eleição presidencial — vencida por Lula (PT).
O relatório da PF, agora, está no Supremo Tribunal Federal (STF) sob análise do ministro relator Alexandre de Moraes. O material deve ser enviado para apreciação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode oferecer denúncia contra os indiciados à Justiça se verificar a existência de elementos suficientes para tal. Se o STF acolher a denúncia, eles viram réus no processo.

Quem são os cearenses - Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira é natural de Fortaleza. Ao longo da sua trajetória no Exército, chegou a comandar a 10ª Região Militar (10ª RM), instalada no Centro da capital cearense. Ele também comandou a 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, em Cuiabá (MT), e a 12ª Região Militar, em Manaus (AM), e foi diretor de Educação Técnica Militar, no Rio.
Oliveira ascendeu ao comando do COTER em novembro de 2019, quando seu irmão, general Guilherme Theophilo - que disputou o cargo de governador do Ceará em 2018 -, era secretário da Segurança Pública de Bolsonaro. Estevam Theophilo ficou no cargo até o fim de novembro de 2023, ou seja, prosseguindo no comando durante parte do terceiro Governo de Lula. 

Nascido em Iguatu, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira também tem longo currículo no Exército, ao qual se alistou em 4 de março de 1974, na Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Em 1977, ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras, tornando-se aspirante a Oficial da Arma de Infantaria três anos depois.
Já como coronel, com 30 anos de carreira militar, foi designado para o cargo de Adido de Defesa, Naval, do Exército e Aeronáutico junto à Embaixada do Brasil no México, onde permaneceu por dois anos. Também desempenhou as funções de Chefe da 1ª Seção e Subdiretor na Diretoria de Avaliação e Promoções.

Como atuaram - Os dois estariam envolvidos numa execução mais direta da trama golpista, que contava com outros quatro eixos de atuação, segundo a PF.
O Núcleo de Oficiais de Alta Patente, do qual ambos faziam parte, tinha como missão influenciar e incitar apoio às ações dos demais núcleos para consumação do suposto golpe, utilizando, inclusive, do poder atribuído a eles pela alta patente militar que detinham - fosse para proteger colegas ou intimidá-los, aponta, ainda, a PF. 

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