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quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Estudo mostra que mais de 65% das pessoas apresentam pelo menos um sintoma dois anos após a Covid-19

 

Dois anos após a infecção pelo coronavírus, quase 60% de pacientes que foram hospitalizados e 67,5% daqueles que não estiveram internados relatam pelo menos um sintoma pós-Covid-19. Os dados são de um estudo realizado na Espanha, publicado no periódico científico JAMA nesta terça-feira (15). De acordo com a pesquisa, os sintomas foram semelhantes entre hospitalizados e não hospitalizados.

As evidências sugerem que indivíduos que apresentam sintomas prolongados da doença relatam pior qualidade de vida relacionada à saúde. Sintomas prolongados de Covid-19 têm sido relatados em diversos estudos conduzidos ao longo da pandemia.

Uma pesquisa nacional chamada Covitel, que avalia de maneira ampla fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, apontou que para cerca de 65% dos brasileiros, a infecção pela Covid-19 provocou sequelas, que incluem a perda de olfato e do paladar. Uma outra análise, divulgada em maio, revelou que dois anos após a infecção pelo coronavírus, metade dos pacientes internados em um hospital da China ainda apresentavam pelo menos um sintoma.

No estudo recente, os especialistas avaliaram um total de 360 ​​pacientes hospitalizados e 308 pacientes que não foram internados. A falta de ar (dispneia) foi mais prevalente no início da doença entre os pacientes hospitalizados do que entre os não hospitalizados, enquanto a perda de olfato (anosmia) foi mais prevalente entre os não hospitalizados.

Para o estudo, os pacientes hospitalizados foram avaliados em média de 23 meses após a alta hospitalar. Já os que não precisaram de hospitalização foram avaliados em média de 23 meses após o início dos sintomas.

O número de pacientes que mostraram pelo menos um sintoma pós-Covid dois anos após a infecção foi de 215 (59,7%) entre os hospitalizados e de 208 (67,5%) entre os pacientes não internados.

Mundo chega a 8 bilhões de habitantes com população idosa em crescimento


O planeta Terra atingirá nesta terça-feira (15) a marca de 8 bilhões de habitantes, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU). O mundo chega ao patamar com tendência de diminuição no ritmo de crescimento e expansão das populações idosas de diferentes nações. De acordo com o relatório World Population Prospects 2022 da ONU, a expectativa de vida no mundo atingiu 72,8 anos em 2019, o que representa um aumento de quase nove anos desde 1990. Ainda que tenha caído para 71,0 anos em 2021, como reflexo da pandemia, a projeção é de que a longevidade média global chegue a 77,2 anos em 2050. Até a metade do século, as Nações Unidas estimam que o número de pessoas com mais de 65 anos será maior do que o dobro do número de crianças com menos de 5 anos de idade. “Hoje, nós temos 1,1 bilhão de idosos, de 60 anos ou mais, no mundo. Em 2100 chegaremos em 3,1 bilhões. A população idosa vai triplicar”, esclarece o doutor em demografia e pesquisador aposentado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) José Eustáquio.

Um dos fatores que tem contribuído para a inversão da pirâmide etária –com encolhimento da população jovem e expansão do número de idosos– é a redução da taxa de fecundidade em diversos países. Segundo informações das Nações Unidas, em 2021, a fecundidade média da população mundial era de 2,3 nascimentos por mulher ao longo de uma vida. Em 1950, o número era de 5. Até 2050, a expectativa é de que a média global seja reduzida para 2,1 nascimentos por mulher. Os dados da ONU também demonstram que a expectativa de vida ao nascer, em 2019, era maior para as mulheres do que para os homens: 73,8 e 68,4, respectivamente. A vantagem feminina em sobreviver é observada em todos os continentes. Quanto ao crescimento populacional, o demógrafo explica que, embora a população mundial continue em crescimento, o ritmo é cada vez menor.

“Vai chegar no crescimento zero em 2086 e, a partir de 2087, a população mundial começa a cair. É claro que tem países que a população já está diminuindo e tem países que a população cresce muito, como a Nigéria, por exemplo, que a previsão é de que passe os Estados Unidos e se torne a terceira maior população do mundo.” De acordo com as estimativas da ONU, há uma probabilidade de 95% de que, em 2100, a população global esteja entre 8,9 bilhões e 12,4 bilhões. José Eustáquio explica que existem linhas de interpretação divergentes sobre o que representa chegar aos 8 bilhões de habitantes. Enquanto alguns veem o cenário com otimismo, outros consideram um possível colapso. Para o demógrafo, “o meio ambiente não está aguentando essa capacidade de carga” e estamos em uma situação em que “é insustentável o tamanho da população e o tamanho da economia”. Eustáquio, no entanto, ressalta que vê com otimismo a tendência de diminuição populacional, porque assim “você pode cuidar da qualidade de vida das pessoas”.

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