Ao menos um terço dos estados já está em alerta crítico ou intermediário para a ocupação de leitos públicos de UTI para a Covid. Segundo boletim divulgado pela Fiocruz, nove unidades da federação e dez capitais estavam nessa situação até a última segunda (10).
Pernambuco é o único estado que aparece com mais de 80% das vagas preenchidas. Em seguida, vêm Distrito Federal, Pará, Espírito Santo, Ceará, Goiás, Piauí, Bahia e Tocantins, com taxas de 74% a 61% --Roraima e Mato Grosso do Sul estavam sem dados.
As capitais vivem a situação mais crítica, com destaque para Goiânia, que já chega a 94% dos leitos para casos graves ocupados. Depois há Fortaleza (88%), Belo Horizonte (84%) e Recife (80%). Acima dos 60% também estão Vitória, Porto Velho, Brasília, Salvador, Maceió e Macapá.
O levantamento, feito pelo grupo Observatório Covid-19, mostra que esses índices subiram rapidamente no último mês. Apenas cinco dias antes, por exemplo, só havia três estados em alerta intermediário, o que sugere que nesta quinta (13) o cenário já pode ser pior.
Ômicron não é bem-vinda, diz OMS após fala de Bolsonaro
Depois de o presidente brasileiro minimizar os impactos da nova variante, diretor da Organização Mundial da Saúde afirma que "nenhum vírus que mata pessoas é bem-vindo" e que não se trata de uma doença leve. A Organização Mundial da Saúde (OMS) refutou declarações do presidente Jair Bolsonaro que minimizaram os impactos da nova variante ômicron do coronavírus e sugeriram que ela seria "bem-vinda".
"Não é hora de declarar que esse é um vírus bem-vindo. Nenhum vírus que mata pessoas é bem-vindo. Especialmente quando essa mortalidade e esse sofrimento são evitáveis com o uso apropriado da vacinação", declarou o diretor-executivo do programa de emergências em saúde da OMS, Michael Ryan. Ao ser questionado nesta quarta-feira (12/01) sobre as declarações do presidente brasileiro, feitas no mesmo dia, Ryan afirmou que embora a ômicron possa ser "menos grave como uma infecção viral num indivíduo, isso não significa que se trata de uma doença leve". Há muitas pessoas mundo afora em hospitais, em UTIs, com dificuldade de respirar, o que "obviamente deixa muito claro que esta não é uma doença leve", acrescentou ele, em coletiva de imprensa em Genebra.
"É uma doença que pode ser prevenida por vacinas, é uma doença que pode ser evitada ao se adotar fortes precauções pessoais para evitar a infecção e ser vacinado", reforçou. Bolsonaro fez as declarações sobre a variante do coronavírus numa entrevista dada ao site Gazeta Brasil. "A ômicron, que já espalhou pelo mundo todo, como as próprias pessoas que entendem de verdade dizem: que ela tem uma capacidade de difundir muito grande, mas de letalidade muito pequena. Dizem até que seria um vírus vacinal”, disse o presidente.
"Segundo algumas pessoas estudiosas e sérias, e não vinculadas a farmacêuticas, dizem que a ômicron é bem-vinda e pode sim sinalizar o fim da pandemia", acrescentou Bolsonaro afirmou ainda que a variante não tem causado mortes e que o óbito de um homem em Goiás relacionado à ômicron, o primeiro em decorrência da variante confirmado no Brasil, seria de uma pessoa que já apresentava "problemas seríssimos". A vítima tinha 68 anos e sofria de doença pulmonar crônica e hipertensão arterial.
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