As investigações da Polícia Federal apontaram que o chefe de uma facção criminosa, mesmo preso em Pernambuco, continuava a dar ordens de ações criminosas no Ceará
'Siciliano' foi transferido de helicóptero Presídio Federal de Segurança Máxima de Mossoró
Um homem considerado um dos chefes de uma facção criminosa e responsável por ordenar ataques no Ceará, de acordo com a polícia, foi transferido para o Presídio Federal de Segurança Máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, na tarde desta sexta-feira (27). Ednal Braz da Silva, o "Siciliano", se encontrava preso em Limoeiro, em Pernambuco.
Policiais federais do Ceará cumpriram mandado de prisão contra 'Siciliano', na última terça-feira (24), na Operação Torre. Ele é apontado pela polícia como um dos responsáveis pelas explosões às torres de transmissão de energia da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), em Fortaleza e Maracanaú, em abril deste ano. Segundo a Polícia Civil, ele é o dono de um dos seis anéis templários da facção. A Polícia cearense já tinha prendido os outros cinco maiores chefes da organização criminosa, proprietários das joias. Cada anel custa cerca de R$ 7 mil.
A transferência do paraibano Ednal Braz da Silva, o 'Siciliano', de 45 anos, foi realizada em um helicóptero da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), da Polícia Militar do Ceará (PMCE), com apoio da Polícia Federal (PF). A Justiça determinou a inclusão do detento no Sistema Penitenciário Federal após pedido da própria PF.
As investigações da PF apontaram que o Siciliano, mesmo preso em Pernambuco, continuava a dar ordens de ações criminosas no Ceará, inclusive aos ataques ocorridos nos últimos dias. Na cela em que ele se encontrava, foi apreendido um aparelho celular.
Ceará chega ao 8º dia de incêndios criminosos mesmo após operação da PF contra chefes de facção responsável por ataques
Em mais um dia de ataques no Ceará, um caminhão foi incendiado na rodovia BR-222, no município de São Luís do Curu, Litoral Oeste, nesta sexta-feira (27). O estado chega ao 8º dia seguido de ações criminosas que atingem coletivos, prédios, transportes escolares e veículos particulares. Ao todo, já foram contabilizados ao menos 89 ataques em Fortaleza, na Região Metropolitana e no interior.
As ações continuaram mesmo após a Polícia Federal cumprir seis mandados de prisão preventiva e outros 14 mandados de busca e apreensão, nesta quinta-feira (26), contra chefes da facção criminosa que ordenaram e executaram os ataques no Ceará.
As ações tiveram início no dia 20 de setembro. Até o momento, a polícia capturou 80 pessoas suspeitas de envolvimento nos atos, dentre os quais, pelo menos 23 adolescentes.
Ainda durante a noite desta quinta-feira (26), em Fortaleza, os ataques incendiários atingiram o carro de uma autoescola no Bairro Aerolândia; uma loja de motocicletas no Bairro José Walter, onde os mesmos criminosos atiraram contra uma moto da companhia Enel; e um trator que estava dentro de um cemitério no Bairro Ancuri.
O primeiro caso confirmado nesta sexta ocorreu na madrugada, por volta das 2h, quando um grupo de criminosos que estavam escondidos no km 77 da BR-222 rendeu os dois ocupantes do caminhão e atearam fogo no veículo. Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe do Corpo de Bombeiros esteve no local e apagou as chamas.
Presos transferidos
O governo do Ceará informou que mais 100 presos ligados a facções criminosas seriam transferidos de unidades dentro do sistema penitenciário cearense nesta quinta-feira (26), em decorrência da onda de ataques.
O número de transferências previstas se soma aos 150 detentos remanejados na quarta-feira (25), além de outros 257 internos realocados no começo da semana, o que totaliza 507 presos transferidos desde o início dos atentados.
Segundo o secretário da Segurança do Ceará, André Costa, a onda de violência é uma reação de detentos que querem a volta de "regalias" nos presídios do estado.
Frota volta a circular normalmente
Desde a noite de quarta-feira (25), a frota de ônibus de Fortaleza voltou a circular normalmente, segundo o Sindicato das Empresas de Ônibus do Ceará (Sindiônibus). Por causa dos ataques na capital, os veículos operaram parcialmente na terça-feira e tiveram de ser escoltados por policiais. O apoio dos agentes de segurança deve continuar com a escolta dos coletivos e a presença da polícia dentro dos ônibus.
Durante os oito dias de ataques, outros serviços também foram prejudicados pelos criminosos. Foram alvos de incêndio carros da empresa Enel, um veículo da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), caminhões de coleta de lixo, transportes escolares e prédios públicos.
Com informações G1
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