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quinta-feira, 27 de junho de 2019

Fernandinho Guarabu, traficante mais procurado do RJ, é morto pela polícia



O traficante Fernando Gomes Freitas, o Fernandinho Guarabu, considerado o mais procurado do RJ, foi morto na manhã desta quinta-feira (27). O chefe do tráfico do Morro do Dendê, na Ilha do Governador, foi morto após ser localizado por policiais militares que faziam uma operação na comunidade.

Outros cinco suspeitos foram mortos no tiroteio, entre eles o braço direito de Guarabu, Gilberto Coelho de Oliveira, o Gil, e o ex-PM Antônio Eugênio, o Batoré. Morreram ainda os traficantes Piu e Logan. Com Guarabu, foram apreendidos um fuzil, quatro pistolas, granadas e drogas.

Guarabu era procurado pela Justiça há mais de 15 anos. O criminoso se valia de uma rede de olheiros e de um esquema de propinas pagas a PMs para se manter no poder.

Era ainda o traficante que estava há mais tempo no comando de um morro no Rio. A recompensa oferecida pelo Disque Denúncia por informações que levassem à prisão do traficante era de R$ 30 mil - a maior do programa.

Após a morte de Guarabu, homens dos batalhões de Operações Especiais e de Choque, além de policiais militares do Grupamento de Ações Táticas do 17º BPM (Ilha), faziam uma varredura na comunidade.

Polícia tinha informações privilegiadas

De acordo com o porta-voz da Polícia Militar, coronel Mauro Fliess, os policiais tinham informações privilegiadas sobre uma reunião das lideranças do tráfico do Complexo do Dendê nesta quinta-feira (26).

"Uma operação planejada e coordenada pelo coronel Sarmento, do Comando de Operações Especiais. Tínhamos informação privilegiada e foi feita a incursão, sempre com toda cautela para as pessoas que residem no local. Houve um confronto provocado pelos marginais que resistiram à prisão".

Segundo Fliess, a operação continua não só dentro da comunidade, mas com ações preventivas no entorno a fim de evitar que moradores sejam coagidos a praticar atos de vandalismo, como queimar ônibus.

"Se isso acontecer, serão presos em nome da Lei. A Polícia Militar não vai admitir a perturbação da ordem", diz o coronel.

"Já são 252 fuzis apreendidos no Rio de Janeiro pela Polícia Militar só em 2019. Isso dá uma média de 1,5 fuzil apreendido por dia, armas de guerra que a Polícia Militar tira de circulação diariamente", acrescentou.

O coronel informou ainda que os agentes checam se houve morte de outras lideranças no tráfico da comunidade. "A alta hierarquia do tráfico local estava reunida e foram confrontados pelos policiais do Batalhão de Choque", explica o porta-voz da corporação.

Chefão tinha forte esquema de segurança

A liberdade de Fernando Guarabu era garantida, segundo a polícia, com uma rede de olheiros e propinas distribuídas a policiais militares.

Guarabu e Gil - o segundo na hierarquia da comunidade -, expandiram seus domínios em relação ao tráfico de drogas, até a Baía de Guanabara.

Para se manter no poder, além da propina paga a PMs, Guarabu tinha olheiros espalhados pela Ilha do Governador, que tem apenas um ponto de entrada por terra: a Ponte do Galeão. Cauteloso, ele ainda colocava olheiros em lajes de residências em ruas ao redor do Dendê.

Segundo a polícia, o traficante teria montado um "exército", e havia, nos acessos à comunidade, bandidos que faziam a "contenção" de seus pontos de drogas.

Guarabu possuía 14 mandados de prisão contra crimes como associação para a prática de tráfico ilícito de substância entorpecente, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, homicídio qualificado mediante paga ou promessa de recompensa.

O criminoso também lucrava com um esquema de exploração da circulação de vans e Kombis na localidade, que cobrava R$ 330 por motorista. O ex-PM Batoré era apontado como o gerente do esquema.

O traficante estendeu seus negócios com venda de botijões de gás, TV a cabo clandestina e internet - práticas de quadrilhas de milicianos.

Com informações G1ra

Justiça determina sequestro de R$ 78 milhões de Lula

O juiz da Operação Lava Jato, Luiz Antônio Bonat, determinou o sequestro e arresto de até R$ 77,9 milhões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A decisão é do dia 18 de junho e foi tomada após pedido do Ministério Público Federal (MPF), em processo que envolve a compra de um terreno onde seria construída uma nova sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do ex-presidente, em São Bernardo do Campo.

O G1 tenta contato com a defesa do ex-presidente Lula.

Entenda o sequestro

No despacho, Luiz Antônio Bonat explica que um pedido do MPF para sequestro de bens de Lula tinha sido negado, em agosto do ano passado, pelo então juiz federal Sérgio Moro, considerando que os bens do ex-presidente já tinham sido bloqueados na ação relacionada do triplex em Guarujá (SP), na qual já há sentença.

“[A decisão de Moro] partia de premissa bastante pragmática, segundo a qual a multiplicidade de constrições [bloqueios] sobre o mesmo patrimônio, decretada por um mesmo Juízo e sem qualquer efeito prático significativo, é providência que mais atrapalha do auxilia à liquidação e destinação dos ativos”, diz um trecho da decisão de Bonat.

Segundo o magistrado, o valor mínimo de reparação de danos na sentença do triplex tinha sido estabelecido em R$ 16 milhões. No entanto, em abril deste ano, o valor foi reduzido para cerca de R$ 2,4 milhões pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), atendendo a um recurso apresentado pela defesa de Lula.

Ainda conforme a decisão de Bonat, com a redução, parte dos bens bloqueados no processo de sequestro relacionado ao caso do triplex poderá ser liberada e, por isso, considerou oportuno rever a decisão e examinar os pedidos do MPF.

O juiz explicou que o bloqueio tem como objetivo a reparação mínima de danos, calculados em R$ 75,4 milhões, correspondente ao total da porcentagem de propina supostamente oferecida pela Odebrecht em razão de oito contratos com a Petrobras, segundo a acusação.

Além disso, Bonat explicou que o MPF estima a pena de multa em R$ 13 milhões “tendo por base a imputação contra o ex-presidente e o seu alegado elevado padrão econômico”.

Porém, Bonat considerou mais razoável estimar uma pena de multa “em patamar mais módico”, de R$ 3 milhões, valor que, segundo ele, poderá ser revisado quando a sentença do caso por publicada.

Desse modo, o valor calculado chega a R$ 78,4 milhões. Considerando que o apartamento em São Bernardo do Campo já teve sequestro decretado, o juiz determinou o desconto de R$ 504 mil, restando o saldo de R$ 77,9 milhões.
A ação do terreno

Na denúncia, apresentada em 15 de dezembro de 2016, os procuradores afirmam que a Construtora Norberto Odebrecht pagou R$ 12,4 milhões pelo terreno onde seria construída uma nova sede para o Instituto Lula, obra que não foi feita.

Ainda conforme a denúncia, o ex-presidente recebeu, como vantagem ilícita, uma cobertura em São Bernardo do Campo, vizinha ao apartamento dele. Para a compra do imóvel, foram aplicados R$ 504 mil, de acordo com a acusação.

Lula responde pelos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro. Outras sete pessoas também são rés no mesmo processo.

Desde dezembro do ano passado, a ação está aguardando sentença.
Outras ações

Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, desde o dia 7 de abril, depois de ser condenado na 2ª instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex em Guarujá (SP).

O ex-presidente tem outra condenação, na 1ª instância, por corrupção e lavagem de dinheiro no processo que apura o recebimento de propina por meio da reforma de um sítio em Atibaia (SP).

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