A morte da jovem Daniele continua impune com a fuga de "Zé do Valério"
Era o começo da manhã do dia 25 de abril passado, quando moradores da localidade de São Gonçalo, um povoado distante 15 quilômetros da cidade de Pedra Branca, no Sertão Central do Ceará (a 285Km de Fortaleza), encontraram o corpo da universitária Daniele Oliveira da Silva, 20 anos, com marcas de violência. Estava seminua e com um tiro no rosto.
A cena do crime brutal foi também o começo de uma triste história que ainda não terminou. O assassino de Daniele “furou” diversos cercos policiais desde então e continua sua fuga desvairada pelo Sertão. Do Ceará ele partiu para o Piauí, onde agora é procurado intensamente.
O vaqueiro José Pereira da Costa, o “Zé do Valério”, logo surgiu na investigação como o principal suspeito do crime. Ele já trabalho na propriedade dos pais da garota, que ganham a vida na fabricação de queijo caseiro.
A mãe de Daniele, Dona Joelma Oliveira, nunca desconfiou das intenções criminosas do ex-empregado com sua filha. Foi surpreendida pela notícia da Polícia de que o vaqueiro já era um assassino. Alguns anos atrás, matou uma mulher no Município de Crateús, nas mesmas circunstâncias da morte da universitária de Pedra Branca.
A última pista
Com a identificação do suspeito, os inspetores da Delegacia de Polícia Civil de Pedra Branca iniciaram a caçada ao criminoso. A pedido da delegada Anarda Pinheiro, a Justiça decretou a prisão preventiva do vaqueiro. Ele desapareceu do Município e passou a ser procurado no Sertão. Caminhou por Senador Pompeu e Quixeramobim. Deu a volta por Boa Viagem e seguiu e trilha em direção a Independência. Prosseguiu até Crateús, de onde alcançou a divisa e chegou ao estado do Piau, ondee trocou tiros com policiais e guardas municipais na noite da última quinta-feira (20).
O confronto se deu no sertão de Carnaubal, região de serra e mata densa no Município de Buriti dos Montes, já em terras piauienses. De lá, teria alcançado a localidade de Juazeiro do Piauí. Foi a última pista obtida pelas autoridades desde o fim de semana passado.
Retrato falado, oferta de recompensa, busca com cães e helicóptero. Tudo isso foi insuficiente para que, nestes 60 dias, assassino fosse, finalmente, encontrado.
Enquanto a família de Daniele chora a sua morte e pede a prisão do assassino, autoridades continuam na caça ao vaqueiro nos confins do Piauí. “Ele é um monstro”, diz Dona Joelma.
(Fernando Ribeiro)
Decreto sobre porte de armas foi revogado para Congresso debater tema
Governo enviou à Câmara novo projeto sobre o assunto, diz Lorenzoni.
A decisão de revogar o decreto sobre regras referentes às armas de fogo foi tomada pelo governo federal para que o Congresso possa discutir o porte do armamento. Segundo o chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministro Onyx Lorenzoni, o governo entregou à Câmara dos Deputados um projeto de lei para discutir a questão.
“No caminho do entendimento, acabamos de protocolizar um projeto de lei que trata do porte de arma para o cidadão, com regime de urgência constitucional. E temos o compromisso do presidente da Câmara de que, no prazo de 30 dias, ele será avaliado em comissões e irá ao plenário", disse Lorenzoni, após conversar com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP], e da Câmara, Rodrigo Maia [DEM-RJ].
Segundo o ministro, os demais pontos estão pacificados e, por isso, foram reeditados em novos decretos. “O governo reeditou um decreto referente à posse de armas, trazendo nesta reedição todos aquele avanços que já estavam consolidados desde o mês de janeiro e aperfeiçoados no mês de maio. Isso, na conversa com Câmara e Senado, foi entendido como uma matéria já bastante pacificada.”
Dessa forma, apenas as novas regras referentes ao porte de armas foram revogadas. Em seu lugar, o governo reeditará as regras anteriores, de 2004. As regras anteriores ficam valendo enquanto o Congresso não vota o projeto de lei encaminhado pelo governo. “Para que não haja um vácuo legal, a gente reedita as regras de 2004”, disse o ministro da Casa Civil.
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Antônio de Oliveira, também foi ao Congresso e destacou a importância de ouvir os parlamentares. “Nesse sentido que se tentou construir, entender que não é a nossa vontade que vai prevalecer. Numa democracia temos que ouvir o Parlamento, ouvir o Judiciário e chegar a um ponto comum”, afirmou.
Questionamentos
No último dia 18, o plenário do Senado aprovou a revogação do decreto presidencial. Por 47 votos a 28, os parlamentares aprovaram projeto de decreto legislativo de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e outros senadores, sustando os efeitos da flexibilização do porte e da posse de armas. A maioria dos senadores argumentou que a alteração das regras para o acesso a armas por meio de decreto era inconstitucional e que isso deveria ser feita por projeto de lei.
O decreto ainda seria examinado pelo plenário da Câmara dos Deputados e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que analisaria eventuais inconstitucionalidades na norma em sessão prevista para esta quarta-feira (26).
De manhã, o porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, havia dito que o governo não revogaria o decreto e que aguardaria o desfecho da tramitação da medida no Congresso Nacional antes de adotar alternativas. Questionado sobre a afirmação do porta-voz, Lorenzoni explicou que ele não estava a par das discussões sobre a revogação, que ocorriam reservadamente.
(Agência Brasil)
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