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sexta-feira, 1 de março de 2019

Chuvas de fevereiro ficam 52% acima da média histórica

Das oito macrorregiões do Ceará, o Cariri foi a única que registrou chuvas abaixo da média no mês de fevereiro. Para o período eram esperados 157,7 mm no Sul do Ceará, mas foram observados apenas 109,8 mm, ou seja, um déficit de 30,4%.

Já a média pluviométrica estadual observada foi de 180,8 mm, o que representa 52,4% acima do esperado que era de 118,6 mm. Os dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) ainda são parciais.

As chuvas seguem localizadas nos municípios cearenses, e a região Centro-Norte, com destaque para o litoral, foi a mais beneficiada com chuvas em fevereiro, que é o primeiro mês da quadra chuvosa (fevereiro a maio). O Maciço de Baturité e o Litoral de Fortaleza registraram, respectivamente, 116% e 105% acima da média para o período. A terceira macrorregião que observou boas precipitações foi o Litoral Norte com desvio positivo de 77,7%.

Os dados da Funceme mostram que até as regiões do Sertão Central e Inhamuns, que historicamente não são beneficiadas com muitas chuvas, registraram em fevereiro 46,9% acima do esperado. A média histórica para essas duas regiões é de 97,7mm e foram observados 143,4mm.

Nos últimos três anos, fevereiro vem registrando chuvas acima da média no Ceará. Em 2017, houve um desvio positivo de 34,8%; em 2018, 66,1% e neste ano, 52,4%. Já em 2016, as precipitações ficaram 55,2% abaixo do esperado para o período e, em 2015, o déficit pluviométrico foi de 18,9%.

As chuvas localizadas ainda não foram suficientes para a recarga dos médios e grandes reservatórios, que são estratégicos para o abastecimento de grandes áreas urbanas, como a Região Metropolitana de Fortaleza. E o que esperar para o próximo trimestre que se inicia hoje? Infelizmente, as previsões não são animadoras referentes a aumento significativo do volume dos açudes.

Os meteorologistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe), do Ministério da Ciência e Tecnologia, e da Funceme divulgam hoje previsão para o trimestre (março, abril e maio) para o semiárido nordestino. O segundo prognóstico com base em modelos estatísticos para o período foi definido no fim da tarde de ontem (28).

Abaixo

O meteorologista Ednaldo Correia de Araújo, do 3º Distrito de Recife do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) adianta que as regiões Centro-Sul e Sul do Ceará devem continuar com chuvas abaixo da média.

"A situação está complicada porque não há previsão de intensas chuvas para as bacias dos principais reservatórios (Orós e Castanhão)", observa Araújo. "Vamos ter de acompanhar e esperar".

A bacia do Salgado fica no Cariri, e a do Alto Jaguaribe está localizada nos Inhamuns, mas é favorecida por chuvas no Sul do Ceará por meio do Rio Cariús. Ednaldo Araújo observa que, em fevereiro, em muitas localidades rurais não houve registro de chuvas acima da média. "Temos tido chuvas localizadas, irregulares na distribuição espacial, e a média estadual não reflete a realidade de muitas áreas".

O meteorologista do Inmet acrescenta que já eram esperadas para a região do Cariri cearense e Centro-Sul do Estado precipitações reduzidas na atual quadra chuvosa. Com informações do Diário do Nordeste.

Condenados a 335 anos de prisão bandidos de facção que torturaram e mataram jovens

As três mulheres foram sequestradas, torturadas e decapitadas no mangue da Vila Velha.
Terminou na madrugada desta quinta-feira (28) o julgamento de cinco réus acusados do seqüestro, tortura, assassinato e ocultação dos cadáveres de três mulheres em Fortaleza. O crime ocorre há um ano, na zona Oeste da Capital. Após mais de 12 horas de sessão, o Conselho de Sentença do 3º Tribunal do Júri condenou os acusados. As penas somadas totalizam 335 anos de prisão.

O réu apontado como mandante do triplo assassinato recebeu uma pena de 85 anos e seis meses de reclusão. Trata-se do traficante de drogas e homicida, Francisco Robson de Sousa Gomes, o “Mitol”, que, atualmente, cumpre pena em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) na Penitenciária Federal de Segurança Máxima do Mato Grosso do Sul (MS). Ele participou do julgamento através de vídeo-conferência e foi sentenciado.

As penas para os outros quatro implicados foram as seguintes: Bruno Araújo de Oliveira (78 anos e seis meses de reclusão), Jeílson Lopes Pires (85 anos), Rogério Araújo de Freitas (78 anos) e Júlio César Clemente da Silva (8 anos e 6 meses). Os cinco foram levados ao banco dos réus depois de denunciados pelo Ministério Público (MP) como autores de triplo homicídio triplamente qualificado, além de destruição e ocultação de cadáver, participação em organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo e prática de tortura.

O julgamento teve início na manhã de quarta-feira (27) e só terminou na madrugada de hoje (28), quando o juiz de Direito, Victor Nunes Barroso, anunciou a sentença.

Ordem para matar

A promotora de Justiça, Joseana França, representante do Ministério Público Estadual (MP-CE) havia pedido a pena máxima para todos os acusados. Segundo os autos, “Mitol” ordenou de dentro da cadeia a morte das três mulheres pelo fato de uma delas pertencer ou ser simpatizante de uma facção rival à sua. As outras duas vítimas foram eliminadas como “queima de arquivo”.

De acordo com a investigação policial, “Mitol” usou um celular de dentro do presídio para ordenar e acompanhar a execução do crime, A quebra do sigilo telefônico autorizado judicialmente revelou os diálogos dele com os seus comparsas. Ainda de acordo com a denúncia do MP, os bandidos cumpriram fielmente as ordens do chefe da quadrilha. O traficante deixou claro que as mulheres deveriam ser mortas no estilo “islâmico”, isto é, que fossem torturadas, esquartejadas vivas e, depois, decapitadas. E assim foi feito e filmado pelos assassinos.

O crime

As vítimas do triplo homicídio foram Nara Aline Mota, 23 anos; Darcyelle Anselmo de Alencar, 31; e Ingrid Teixeira Ferreira, 22. Elas foram sequestradas em uma residência na Barra do Ceará e levadas até o mangue do Rio Ceará, no bairro Vila Velha, na zona Oeste de Fortaleza. Em uma ilhota no mangue ocorreram as cenas de brutalidade. Os corpos somente foram encontrados seis dias depois do assassinato. (CN7)

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