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sábado, 10 de novembro de 2018

Dr. Rey é barrado na casa de Bolsonaro para pedir ministério

O cirurgião plástico e celebridade de televisão Dr. Rey se ofereceu nesta sexta-feira (9),para ser ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro (PSL).

Rey esteve na manhã desta sexta na porta do condomínio do presidente eleito, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, mas não foi recebido pelo capitão da reserva, que estava no momento da visita em reunião com o embaixador da Argentina. Bolsonaro também recebeu nesta manhã o embaixador da Alemanha no Brasil.

Dr. Rey chegou a se candidatar a uma vaga como deputado federal por São Paulo pelo PSC em 2014, mas não conseguiu se eleger. Este ano, chegou a cogitar disputar a presidência da república pelo PRB.

Ele contou que conheceu Bolsonaro quando os dois eram filiados ao PSC. Na chegada ao local, disse ser de direita, assim como o presidente eleito.

Filho de pai americano com mãe brasileira, Rey emigrou para os Estados Unidos aos 12 anos de idade. Ele ficou famoso por um programa de televisão de cirurgias plásticas nos EUA, exibido no Brasil pela RedeTV, motivo pelo qual ficou conhecido como Dr. Hollywood.

Nesta sexta, antes de tentar uma reunião com o presidente eleito, Rey defendeu a extinção do SUS (Sistema Único de Saúde) e a criação no Brasil de modelo semelhante ao existente nos EUA, com a população sendo atendida na rede privada por meio de seguro de saúde.

Segundo Rey, o sistema brasileiro é "terrível" e um "crime contra a humanidade". "Quero trazer para o Brasil um sistema de saúde mais americano, porque o sistema de saúde brasileiro é terrível, é um crime contra a humanidade", disse.

Ele explicou que o modelo que ele pretende é que todos os brasileiros ganhem um "vale" para utilizar no sistema de saúde privado. Ele criticou a demora para atendimento no sistema atual do país.

"Com aquele vale terão 10 ou 12 companhias de seguro que vão competir [pelos clientes]. Que nem nos Estados Unidos. Todo brasileiro terá seguro privado. O que acontece no SUS é um crime. Eventualmente, eu queria fechar o sistema brasileiro. Esperar dois anos para um mamograma nos seios é um crime contra a humanidade."

Rey disse que além da formação como médico, também tem diploma de economia em Harvard. Com essas credenciais, disse poder ocupar cargos diversos, a depender da disponibilidade.

"Seria legal ter no governo alguém da mídia, como eu, ou conhecido internacionalmente. A ideia é criar um governo bem internacional. Espero que eu seja considerado para ministro da saúde, ou com algum cargo lá dentro, ou embaixador brasileiro no exterior porque eu sou muito conhecido lá fora", disse.

O cirurgião celebridade, contudo, não chegou a se reunir com o presidente eleito. Ele mesmo havia dito antes de entrar no condomínio que a conversa não estava agendada e que corria o risco de levar uma "porta na cara". Com informações do Diário do Nordeste.

Moro quer plano anticrime simples para rápida aprovação no Congresso

Juiz falou que a insatisfação popular foi um recado dado pelas urnas e o momento do país pede a aprovação de medidas legislativas para "equacionar" o problema.

O juiz federal Sergio Moro se reuniu na tarde de hoje (8) com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, para discutir a transição de governo. Em janeiro, Moro assumirá o superministério da Justiça e da Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro. O futuro ministro falou que a insatisfação popular com a segurança foi um recado dado pelas urnas e o momento do país pede a aprovação de medidas legislativas para "equacionar" o problema.
Torquato Jardim e Moro se encontraram nesta tarde
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - 08.11.2018

"As eleições transmitiram um recado que há uma insatisfação grande da população com a segurança pública, que é um problema sério, difícil de ser tratado, e precisa ser equacionado. Em parte, equacionado por medidas executivas, independentemente de leis, mas é um momento propício para apresentação de um projeto legislativo", afirmou.

Dez medidas

Moro acrescentou que parte das 10 medidas de combate à corrupção, apresentadas pelo Ministério Público, poderão ser resgatadas em um pacote legislativo que será submetido ao Congresso, mas outros pontos serão descartados. Ele não quis detalhar o que será levado adiante.

"Seria péssimo adiantar algumas dessas ideias sem que elas estivessem suficientemente amadurecidas. (...) A ideia é um plano forte, mas simples, para que seja aprovado em tempo breve no Congresso. [Um plano] anticorrupção e anticrime organizado. São as duas prioridades da próxima gestão".

Perguntado sobre a superlotação dos presídios do país, Moro admitiu que é preciso criar vagas no setor, e defendeu um endurecimento para quem pratica crimes graves. "É inequívoco que existe, no sistema carcerário, muitas vezes, um tratamento leniente, a meu ver, para crimes praticados com extrema gravidade. Casos de homicídio qualificado, de pessoas que ficam poucos anos presos em regime fechado. Para esse tipo de crime, tem que haver um endurecimento", acrescentou. 

Continuidade

O encontro de Torquato e Moro durou menos de uma hora. Em rápidas palavras, o atual ministro desejou sorte ao juiz e disse que, se ele conseguir repetir a atuação "brilhante" que teve na magistratura, também terá sucesso à frente da pasta.

Sergio Moro ressaltou que quer dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado na área e aprofundar o que ele considera os avanços dos últimos anos. "A intenção é dar continuidade ao bom trabalho que vem sendo realizado, aos bons projetos que estão sendo executados, para evitar aí perda de continuidade. Não sou daqueles que assumem reclamando que existe uma herança maldita", disse.

Fonte: R7

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