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sábado, 2 de março de 2019

Quatro mulheres foram assassinadas em Crato nos últimos seis meses


Silvany foi morta em praça pública, Rogéria e Cidcleide dentro de suas casas e Geane no meio da rua 

(Foto: Reprodução)
Por Demontier Tenório///miseria.com.br
Um levantamento feito pelo Site Miséria mostra que quatro mulheres foram vítimas de crimes de feminicídio no curto intervalo de meio ano no município de Crato. Duas delas foram assassinadas no centro da cidade e outros duas nos bairros Mutirão e São Miguel o que representa mais de uma a cada dois meses. Isto significa muito mais que o dobro da média considerando que, nos últimos dez anos 33 mulheres foram assassinadas em Crato. Nesse intervalo, 2017 foi o mais violento com cinco mulheres assassinadas.

A matança desenfreada dos últimos seis meses em Crato começou no dia 19 de agosto com o assassinato da professora  Silvany Inácio de Sousa, de 26 anos, que morava no bairro Seminário e foi executada a tiros em plena Praça da Sé por seu ex-companheiro Elson Siebra de Deus, de 47 anos, residente em frente ao logradouro, o qual continua preso.

Já no dia 5 de setembro a vendedora Rogéria Lima Alves, de 32 anos, que residia no bairro Mutirão, foi morta a tiros dentro de sua casa e seu namorado José Elson Moreira da Silva, de 32 anos, saiu ferido. Segundo ele, dois homens encapuzados chegaram numa moto batendo à porta e se passando por policiais. Ao entrar no imóvel com armas em punho levaram a filha da vítima para um dos quartos e o casal para o quintal. Rogéria foi executada e Elson lesionado com um tiro na perna direita.

No dia 16 de setembro Cidcleide Bezerra Campos, de 41 anos, foi morta com uma facada pelo ex-marido Francisco Zilmário Figueiredo da Silva, de 48 anos, o ”Mário Mecânico”, que tentou o suicídio dentro da casa dela no bairro São Miguel. O casal estava separado, pois o relacionamento era conflituoso e ele foi tentar reatar o relacionamento. Mário se auto-esfaqueou no pescoço e escapou no Hospital São Camilo estando preso.


Mais recentemente, na última quinta-feira (28), Geane Tavares de Sousa, de 29 anos, que residia no centro de Crato, foi morta a tiros pelo ex-companheiro o vigilante Paulo Roberto Carlos Ramalho, de 34 anos, residente no bairro Pinto Madeira, o qual atirou na própria boca e segue em estado grave no Hospital Regional do Cariri. Ele tentava reatar o relacionamento contra a vontade da jovem que foi assassinada perto da Prefeitura de Crato após sair da Farmácia Vasconcelos onde estagiava.

Adolescente foi estuprada por seis tios durante 10 anos no Ceará



Kamila Brito, titular da Delegacia de Defesa da Mulher 
Uma adolescente de 17 anos foi estuprada pelos próprios tios durante 10 anos no Crato, cidade da Região do Cariri, no Ceará. Dos seis denunciados, cinco foram presos na manhã desta sexta-feira (1º) e um está foragido. A mãe sabia dos abusos desde 2016.

Os suspeitos foram denunciados pela adolescente, anonimamente, no fim de 2018. Após a investigação foram expedidos 6 mandados de prisão pela justiça. Os nomes foram omitidos para preservar a vítima.

De acordo com a polícia, os estupros começaram após a morte do pai da vítima, quando ela tinha apenas 7 anos de idade. Durante a investigação, os agentes descobriram que a denúncia foi feita pela própria adolescente.

A vítima morava com a mãe e os tios, irmãos do pai dela, num sítio, mas em casas diferentes. A mãe da jovem teve conhecimento dos estupros em 2016 mas, segundo ela, não procurou a polícia por medo.

A vítima vai passar por tratamento psicológico para tratar o trauma sofrido ao longo dos 10 anos. Os suspeitos, detidos com mandados de prisão temporária, vão responder por estupro coletivo de vulnerável.

De acordo com Kamila Brito, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) do Crato, os 30 dias em que os tios da vítima ficarão presos serão suficientes pra ouvir todos os depoimentos necessários e concluir as investigações. Depois desse prazo, eles ficar à disposição da justiça.

Os presos foram levados à DDM do Crato, onde serão ouvidos para, em seguida, serem levados à cadeia pública do Crato. A vítima e mãe também prestaram depoimento.

Portal G1

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