Com embalagem tecnológica atraente e promessa de ser menos prejudicial, o cigarro eletrônico, na verdade, é um grande vilão. Classificado como um “Dispositivo Eletrônico para Fumar (DEF)”, incluindo cachimbos e charutos eletrônicos, ele oferece riscos graves à saúde, podendo causar dependência e as mesmas doenças provocadas pelo cigarro tradicional, como câncer, enfisema pulmonar e bronquite.
Os DEFs são aparelhos formados por uma bateria que aquecerá o cartucho onde um líquido composto por substâncias diversas serão convertidas em fumaça. Neste conteúdo podem existir, além da nicotina (extraída da planta do tabaco e altamente viciante), drogas ilícitas e elementos tóxicos como níquel, estanho, chumbo, cromo e nitrosaminas (compostos cancerígenos), junto a aromatizantes que mascaram o gosto e o cheiro, gerando a falsa impressão de que é benigno, alerta o pneumologista Ricardo Coelho, chefe do Serviço de Pneumologia do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh (CH-UFC). O especialista ainda destacou outros danos causados pelo cigarro eletrônico a curto prazo como rouquidão, gengivites, problemas oculares, inflamação pulmonar grave, além de problemas neuropsiquiátricos como depressão, ansiedade, perda de memória. Queimaduras e lesões no rosto por explosão da bateria também podem acontecer com o uso desse dispositivo.
Cigarro eletrônico não é tratamento para quem deseja parar de fumar
O uso do cigarro eletrônico se popularizou como uma forma alternativa, quase uma espécie de tratamento para vencer o vício. Já se sabe, com os malefícios existentes, que não é uma boa escolha, inclusive, podendo causar ainda mais dependência.
A atitude segura para quem deseja parar de fumar consiste em buscar o acompanhamento médico. Será realizada, segundo o médico, a reposição de nicotina através de adesivos e “chicletes”, associada ao uso de medicamento antidepressivo específico (Bupropiona) e à terapia cognitiva- comportamental individual ou em grupo. Essas três medidas devem ser realizadas em conjunto para o sucesso do tratamento.
A Sociedade Cearense de Pneumologia e Tisiologia (SCPT) lançou, no dia 29 de agosto, a campanha de alerta ao uso do cigarro eletrônico. Segundo a SCPT, um único dispositivo como esse pode conter níveis de nicotina equivalentes a 60 cigarros comuns.
No Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh, o Serviço de Psiquiatria do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) desenvolve o Projeto Inspira Ação que, desde 2015, se dedica ao tratamento do tabagismo. O atendimento acontece nas terças-feiras, das 13h às 17h. Para ter acesso, o paciente pode ser encaminhado pelo Serviço de Regulação da Prefeitura de Fortaleza e/ou de outros ambulatórios do Complexo, via interconsultas. O Projeto desenvolve também pesquisa sobre motivação para parar de fumar, proporcionando consultas e terapia em grupo para as pessoas selecionadas. Inscrição e detalhes sobre a pesquisa estão disponíveis no link: [bit.ly/pesquisa-inspira-acao]bit.ly/pesquisa-inspira-acao.
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