O apresentador Silvio Santos (Reprodução)
Prestes a completar 90 anos, Silvio Santos admitiu que sua cabeça não é mais a mesma. Foi em uma carta de agradecimento a Marcondes Gadelha, que publicou recentemente o livro “Sonho Sequestrado”.
No, o autor trata da campanha do apresentador à
Presidência da República, nas eleições de 1989. A carta foi reproduzida no
prefácio da obra.
“Como muito de meus órgãos, incluindo o óbvio, que
não funciona há muito tempo, minha memória a cada dia que passa vai se apagando
vagarosamente”, afirmou Silvio. “Este seu livro me lembra de acontecimentos que
eu já tinha esquecido e me deixa emocionado a cada página que leio.”
“Considero que estava qualificado para exercer a
Presidência da República e tenho certeza de que a equipe que escolheria, no
mínimo, melhoraria as condições das pessoas mais necessitadas neste país”,
continuou o dono do SBT.
“Parte do povo mais humilde do Brasil,
infelizmente, ainda vive debaixo de pontes, em casebres de papelão ou de
madeira, onde, muitas vezes, só tem um prato de feijão para comer e ainda
precisa se preocupar com saúde e com os remédios que precisa tomar”, lamentou.
“Minha atuação seria voltada para esses temas que tanto afligem a nossa pobre
população.”
“Os demais problemas do nosso país seriam
enfrentados também pelo presidente Silvio Santos, mas preservada sempre a
prioridade dada à habitação e à saúde”, afirmou.
Silvio disse estar emocionado com as lembranças que o livro trouxe. “Você, com
seu talento de escritor e generosidade de amigo, me deixou por diversos
momentos com lágrimas de saudade e emoção ai trazer de volta aqueles
compromissos”, contou.
“Hoje, com 90 anos, me pergunto se teria sido bom
para mim, para a minha família, para a minha televisão e para as pessoas que
gostam de mim ter colocado a faixa verde e amarela que estampa a capa deste
excelente livro”, disse, referindo-se à imagem em que aparece com o acessório
presidencial. “Sei, porém, que teria sido bom para a causa. E isso me basta. O
desafio, então, estava aceito em qualquer circunstância.”
Fonte: O Tempo
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