A esposa do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), Paola da Silva Daniel, recebeu parcelas do auxílio emergencial, criado para assistir os desempregados durante a grave crise social acentuada pela pandemia do novo coronavírus, enquanto ocupava um cargo no Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que é vinculado ao Ministério do Meio Ambientes. As informações são do jornalista Ancelmo Gois, do Globo.
Paola ocupava o cargo de coordenadora de gestão de pessoas no órgão desde 16 de outubro. O salário do posto é de R$ 5,6 mil por mês.
Mesmo com um salário maior do que a média dos brasileiros, a esposa do parlamentar preso recebeu, de acordo com dados do sistema de pagamento da Caixa, quatro parcelas do benefício emergencial, somando um montante de R$ 1.800.
O recebimento das parcelas fere as regras que dão direito ao auxílio, já que o beneficiário não deve possuir emprego formal ativo. O regramento diz ainda que agentes públicos, ocupantes de cargos de confiança, cargos comissionados e titulares de mandato efetivo estão fora do escopo da ajuda emergencial.
Ainda conforme as regras estipuladas pelo Ministério da Cidadania, pasta que gere o benefício, o trabalhador que conseguir um emprego deve cancelar o auxílio no sistema.
Nas redes sociais, Paola se descreve como advogada formada pela Universidade Estácio de Sá, com pós-graduação em Ciências Criminais.
De acordo com a apuração de Ancelmo Gois, a Caixa identificou três pedidos de pagamento do benefício para a esposa do deputado apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido): O primeiro deles, no dia 12 de abril, foi negado por falta de informações. O segundo, protocolado no dia 27 do mesmo mês, teve a mesma resposta. Somente na terceira tentativa, feita em 6 de junho, é que o recurso foi liberado.
Questionada pelo veículo, Paolo disse que preencheu todos os requisitos legais para receber o auxílio e que está tentando devolver parte das verbas. Segundo o Globo, dados da Caixa mostram dois pagamentos para a advogada em dezembro. Ela, no entanto, demonstrou desconhecer o pagamento.
"Minha última parcela do auxílio foi em novembro. Moro em Petrópolis e precisava do dinheiro para custear minha despesa até meu local de trabalho. Após meu primeiro vencimento, procurei uma maneira de devolver essa última parcela, pesquisei e observei que era bem burocrático e que continha muitas dificuldades, dificuldades estas que ainda estou tentando solucionar. No mais, fiz tudo dentro da legalidade", alegou ao jornal.
Daniel Silveira, marido de Paola, está preso desde a semana passada, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi preso em flagrante depois de ter publicado um vídeo insultando, de forma violenta, ministros da Corte.
Informação Yahoo Notícias
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