O estudante Matheus Ulisses de Andrade Rodrigues, de 26 anos, morto após ser eletrocutado enquanto consertava um ventilador, foi alertado pela própria namorada para que tomasse cuidado momentos antes de levar o choque que o levou a óbito em Iporanga, no interior de São Paulo. Ao G1, neste sábado (2), a jovem contou que Matheus a teria tranquilizado pouco antes de sofrer o acidente.
Conforme apurado pelo G1, o estudante conversava com a namorada, a professora Lediane Regina de Queiroz Gomes, de 22 anos, por meio de um aplicativo de mensagens enquanto consertava o eletrodoméstico. Nas imagens, após Lediane alertar sobre a possibilidade de choque, Matheus a tranquiliza. "Não tem perigo", afirma. Depois disso, ele não respondeu mais às mensagens da namorada.
Lediane conta que estava no município de Cajati no momento do acidente, e que se preparava para voltar para Iporanga, cidade onde o estudante morava com a família. "Meu contrato lá tinha acabado e eu estava para voltar. Até avisei ele por mensagem, mas ele não respondeu".
Pouco tempo após o acidente, a jovem ainda avisou Matheus que iria para Iporanga, no entanto, não foi mais respondida pelo namorado. "Logo em seguida me ligaram avisando do que tinha acontecido e fui direto para lá, mas ele já tinha morrido".
"Ele era uma pessoa maravilhosa, era meigo, gostava de todo mundo. Estávamos juntos há oito anos e tínhamos planos de casar e morar juntos depois que ele se formasse no Instituto Federal, daqui há dois anos. Eu ainda choro muito", desabafa Lediane. O jovem foi sepultado em Iporanga.
Pesadelo
Ao G1, o pai de Matheus Ulisses desabafou sobre a morte do jovem, após afirmar que ainda está em "choque" e muito abalado com a situação. "Parece até um pesadelo. É muito dolorido perder um filho, ainda mais tão jovem, com tantos sonhos pela frente. Ele, que sempre foi dedicado, cuidadoso, esforçado com a faculdade, morreu de uma forma tão fatal".
O autônomo José Valdeci Rodrigues, de 50 anos, relata que, ao receber a notícia, ficou sem reação e chegou a ficar desacordado por alguns minutos. "Eu desabei quando soube. Na hora larguei o celular, e depois só lembro da minha irmã que chegou e tentou me acalmar".
De acordo com ele, o filho completaria 27 anos dia 12 de dezembro. "Não morávamos juntos. Eu moro em Sorocaba, mas sempre mantinha contato com ele. Éramos muito amigos", diz.
Entenda o caso
Segundo a Polícia Militar, Matheus Ulisses foi eletrocutado ao tentar arrumar o ventilador de casa com um alicate sem a proteção de borracha. O acidente aconteceu na região conhecida como Alto do Coqueiro, em Iporanga.
O jovem, que era estudante de licenciatura em física, estava sozinho em casa no momento em que levou o choque. De acordo com a PM, a mãe dele chegou pouco depois e encontrou o jovem desacordado. Ela acionou a emergência de saúde da cidade e, quando as equipes chegaram ao local, já o encontraram morto. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) Campus Registro, onde Matheus estudava, publicou uma nota de pesar nas redes sociais. "É com pesar e consternação que comunicamos o falecimento do nosso estimado aluno do 4° semestre do curso de licenciatura em Física, Matheus Ulisses de Andrade Rodrigues, ocorrido neste fim de semana", escreveu.
Familiares, professores e amigos da vítima também postaram homenagens ao estudante e lamentaram o ocorrido. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Iporanga.
Com informações G1
"Mamata acabou", dispara Bolsonaro sobre Rede Globo
O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar neste sábado, 2, a Rede Globo. Em duas ocasiões distintas, durante conversa com populares e jornalistas, o presidente referiu-se de forma espontânea à emissora, afirmou que a "mamata" havia acabado - numa referência a verbas de publicidade do governo federal - e, mais uma vez, ameaçou adotar critérios rígidos para renovar a concessão da empresa. "Vocês têm que estar arrumadinhos para 2022, hein, eu estou dando o aviso antes!", afirmou.
Esta foi a terceira vez na semana que Bolsonaro veio a público para criticar a empresa e falar sobre a renovação da concessão. Os ataques tiveram início na terça-feira, 29, depois da veiculação pela emissora de uma reportagem sobre o depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra, no Rio, onde Bolsonaro tem casa.
O funcionário afirmou à polícia que, no dia da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-PM Elcio Queiroz, suspeito da participação no crime, teria dito que iria à casa 58, que pertence ao presidente. Ele afirmou ainda que interfonou para a casa e que teria recebido autorização de "seu Jair". A reportagem mostrava que registros do painel da Câmara dos Deputados indicavam a presença de Bolsonaro em Brasília no dia da morte da vereadora.
"Um jornalismo covarde, hipócrita, sacana da TV Globo. O tempo todo me perseguindo, eu e minha família e meus amigos. Para que isso?", disse pela manhã, quando foi a uma concessionária em Brasília pegar uma moto que comprou. Logo em seguida, questionado, ele afirmou que não pediria direito de resposta à empresa. "Se a Globo tiver vergonha na cara, não espera meu processo, me abre espaço." A reportagem do Jornal Nacional ouviu o advogado do presidente.
No início da noite deste sábado, durante conversa com populares, Bolsonaro voltou a falar sobre a emissora sediada no Rio. Ao ver que havia câmeras registrando seu encontro com manifestantes, o presidente questionou. "E a Globo, já acharam quem matou a Marielle? Foi eu mesmo ou não?"
Procurada, a Rede Globo não havia se manifestado até a publicação deste texto.
Ataques
Além dos comentários deste sábado, Bolsonaro criticou a empresa por duas vezes nesta semana, em "lives" no Facebook. A primeira deles foi transmitida logo depois da veiculação da reportagem. A outra vez, na quinta, teve teor semelhante.
Os ataques de Bolsonaro não ficaram restritos à Globo. Nesta semana, ele afirmou que proibiria órgãos do governo federal de assinar a Folha de S.Paulo. Afirmou ainda que anunciantes deveriam "prestar atenção".
Antes mesmo da veiculação da reportagem da Globo, Bolsonaro postou na última segunda-feira vídeo que comparava veículos de imprensa a hienas, mas o apagou duas horas depois. O vídeo exibia um leão, que simbolizaria o presidente da República, rodeado de hienas, que representariam veículos de imprensa, Ordem dos Advogados do Brasil, Supremo Tribunal Federal (STF). Diante da repercussão negativa, o presidente pediu desculpas.
"Me desculpo publicamente ao STF, a quem porventura ficou ofendido. Foi uma injustiça, sim, corrigimos e vamos publicar uma matéria que leva para esse lado das desculpas. Erramos e haverá retratação", disse Bolsonaro na ocasião.
Com informações Uol Notícias
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