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quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Ferida, esposa escapa da morte e denuncia o marido em Mimoso do Sul


Após ser esfaqueada pelo próprio marido, mulher de 42 anos procurou a Polícia para denunciá-lo (Foto: Beto Barbosa)
A violência doméstica é um dos grandes problemas da nossa sociedade e a cada dia a gente se depara com situações que nos testam como seres humanos.
Um relacionamento que não vai bem, por exemplo, poderia ser encerrado somente com um pedido de divórcio em consenso, mas há homens que não pensam assim. Alguns preferem levar a vida a dois para as páginas policiais desse mundo cruel, que julga, sem saber, e que expõe, muitas vezes, crianças que vivem em lar insalubre.
E violência contra a mulher parece até reportagem repetida em jornais. E, o que é pior: a sociedade teima em não enxergar e a gente só fica sabendo quando vira tragédia. Infelizmente.
E as estatísticas de violência contra a mulher só aumentam. Na comunidade de Ponte do Itabapoana, na cidade de Mimoso do Sul, na madrugada desta terça-feira (05), uma dona de casa de 42 anos por pouco não foi mais uma vítima fatal da agressão do marido. Ela chegou a ser esfaqueada na cabeça, mas conseguiu escapar.
Sua filha, menor de idade, acabou sendo raptada pelo pai, que acabou deixando a criança na casa de sua irmã, antes de fugir.
A mulher que sofreu a tentativa de homicídio do próprio marido foi socorrida para um hospital da região e não corre risco de morte. Ela acionou a Polícia Militar, que fez buscas na região para encontrar o agressor, mas não obteve êxito.
Ela foi encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil de Mimoso do Sul, onde requereu medida protetiva contra o marido que tentou matá-la. Em depoimento, ela disse que no momento que foi esfaqueada não havia briga. O marido havia chegado em casa embriagado e “ele sempre fica agressivo quando está bêbado”.
Quando foi esfaqueada, ela estava lavando a louça, de costas para o marido. Com a faca na mão, disse que hoje ele mataria um e começou a desferir os golpes nas costas, cabeça e orelha da esposa.
A mulher, que conseguiu escapar com vida, não entrou para as estatísticas cruéis das mulheres que não conseguem pôr fim a um relacionamento sem que as suas vidas cheguem também ao fim.
A ela foi dada uma nova chance de seguir em frente. Porém, é preciso entender que o agressor jamais vai mudar. A covardia está no seu DNA, e conserto, não sei, só a cadeia dirá…
O marido agressor ainda está foragido.
freelance24horas.

Bolsonaro entrega ao Senado novo pacote de reformas econômicas

Presidente foi ao Legislativo acompanhado do ministro Paulo Guedes e entregou propostas ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

O presidente Jair Bolsonaro entregou ao Senado na manhã desta terça-feira (5) um novo pacote de reformas econômicas que inclui um novo pacto federativo com estados e municípios e regras para contenção de gastos. No total, são seis projetos que englobam ainda as reformas tributária e administrativa e que começam a tramitar no Congresso nesta semana.

As medidas são consideradas um novo passo no ajuste das contas públicas iniciado com a Reforma da Previdência. A expectativa, segundo especialistas, é que as propostas possam avançar no enxugamento da máquina pública e ajudar a reativar a economia. As propostas também despertam atenção sobre possíveis alterações na carga de impostos com a reforma tributária.

Até a publicação desta reportagem, as propostas ainda não haviam sido divulgadas na íntegra. O ministro Paulo Guedes concede entrevista coletiva na tarde desta terça para detalhar as regras e números previstos nos textos. 

As propostas foram entregues ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Bolsonaro foi a pé do Palácio do Planalto até a Casa legislativa. No ato de entrega, ele afirmou que as prefeituras estão entre as principais beneficiadas. "Eles, lá embaixo, decidirão o que fazer melhor que muitos de nós, porque eles vivem os problemas do dia a dia lá na base", afirmou. 

Segundo Paulo Guedes, entre R$ 400 e R$ 500 bilhões poderão ser transferidos para estados e municípios nos próximos 15 anos em razão das mudanças propostas. Ele afirma que as propostas significam a "transformação do estado brasileiro". "É a consolidação de uma cultura de austeridade fiscal. Na verdade, nos vamos garantir finanças sólidas para a república brasileira, e ao mesmo tempo estamos descentralizando recursos para estados e municípios", afirmou. 

O pacote contém três Propostas de Emenda à Constituição (PEC) que tramitarão no Senado:

- PEC Mais Brasil, também chamada de pacto federativo, deverá mudar algumas despesas carimbadas no orçamento, unindo o gasto com saúde e educação, por exemplo

- PEC da “emergência fiscal”, que vai instituir gatilhos para conter gastos públicos em caso de crise financeira.

- PEC dos fundos, que vai rever 281 fundos públicos.

À Câmara será enviada:

- PEC da reforma administrativa, que deverá afetar principalmente futuros concursados

- Um projeto de lei que traz um novo modelo de privatizações

Por fim, o projeto de reforma tributária, que pretende unir tributos federais, e que vai tramitar em uma comissão mista.

Economistas

Para Ulisses Ruiz de Gamboa, professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o impacto da despesa com funcionalismo nas contas públicas, entre outros motivos, faz com que o ajuste em relação ao serviço público seja necessário. Apenas em 2018, funcionários da ativa custaram R$ 927,8 bilhões, considerando todos os entes federativos, cerca de 13,6% do PIB, segundo dados do Tesouro Nacional. O Banco Mundial recomenda ao Brasil uma redução. A Inglaterra, por exemplo, destina cerca de 6% da sua riqueza anual para o pagamento de servidores.

“Só a Previdência não é suficiente e você precisa fazer essa reforma administrativa para seguir o ajuste fiscal”, diz.

Gamboa opina que a reforma tributária também será um dos pontos importantes do pacote e que, nesse quesito, simplificar é um consenso. Há, porém, dúvida se as mudanças levarão também a um aumento de carga tributária.

“Se a proposta for na linha de simplificar sem efetivo aumento de carga e sem prejuízo de forte aumento de algum setor, aí a proposta vai na linha de aumentar a eficiência de economia, diminuir as desfuncionalidades. Pode ser positiva. Mas se houver impacto em determinado setor, pode acabar prejudicando o cidadão”, diz.

O economista Eduardo Bassin, da Bassin Consultoria, opina que a reforma tributária é “fundamental”, mas não pode aumentar a carga de impostos e precisa haver uma melhor divisão. “O Brasil é destaque no que tange a um sistema tributário regressivo. Os verdadeiramente ricos precisam pagar mais impostos”, diz.

Em relação à reforma administrativa, o economista defende que o servidor público precisa ser valorizado, mas a produtividade precisa aumentar. “É preciso rever carreiras e monitorar os resultados efetivos."

Segundo Bassin, dependendo das medidas efetivas a serem anunciadas no pacote e do andamento no Congresso, o impacto na economia pode começar ou não já no curto prazo. O crescimento do PIB em 2019 está dado, devendo fechar entre 0,92% e 0,95%, repetindo o desempenho verificado desde 2017 e ainda abaixo da queda de mais de 6% somando-se 2015 e 2016. “Se as medidas tiverem um impacto positivo, podemos crescer além do previsto no próximo ano”, diz.

'Eficiência'

Para Marcel Caparoz, da RC Consultores, o pacote traz medidas que podem ser importantes na questão macro e na microeconômica e que buscam aumentar a eficiência da máquina pública. Ele cita o pacto da emergência fiscal, que deverá institui gatilhos para conter gastos públicos em caso de crise financeira na União, estados e municípios.

“Os estados acabam encontrando brechas para não cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e geram déficit mesmo com as amarras determinadas pela lei. A ideia é drenar isso e diminuir a ineficiência que ainda existe no setor público”, afirma.

Caparoz destaca o pacto federativo, que dará mais responsabilidade e autonomia para os entes estaduais e municipais tomarem as decisões de acordo com a realidade local. “É mais factível um município saber onde falta verba do que o governo federal, que muitas vezes distribui de forma ineficiente”, diz. Já a reforma tributária poderá incentivar a formalização e aumentar a arrecadação, opina.

Segundo Caparoz, os efeitos mais diretos para a população de reformas não se dão de forma imediata. O crescimento da economia, que impacta emprego e renda, está diretamente ligado a itens como confiança e segurança jurídica, que o Brasil precisa aumentar com suas reformas.

“A confiança maior na economia brasileira permite uma situação de juros mais baixos e inflação controlada, um ambiente mais estável. Isso facilita a compra da casa, do veículo, já tem um primeiro efeito no bolso. Num segundo momento, o juro baixo permite aumentar a demanda de novos investimentos e consumo, o que acaba também levando a um aumento no emprego”, diz.

(R7)

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