A escalada de violência provocada pela crise política na Bolívia assusta os brasileiros que moram no país vizinho.
Elcio Machowski, que mora na cidade de Santa Cruz de la Sierra há sete anos para fazer faculdade de medicina, afirma que ele e a mulher, a boliviana Erika Roman, não saem de casa há dias.
“O consulado brasileiro tem nos orientado a não sair e a não ir às manifestações. Bandidos estão saqueando, incendiando e instalando o terror em várias partes do país. Nós nos sentimos acuados, com medo de que uma guerra civil se instale”, diz Machowski, segundo a revista Veja.
O publicitário Guido Velasco, que vive há 15 anos com a família na capital La Paz, também espera que caos no país da América do Sul tenha um fim rápido.
“Ninguém sabe ao certo o que está acontecendo. Em alguns bairros, a TV saiu do ar, porque destruíram as antenas, e o centro está tomado por gangues, militares e pela polícia. Também há caças da Força Aérea sobrevoando a cidade. Muitas pessoas ficaram em casa para garantir que seus lares não fossem invadidos”, afirmou Velasco.
O engenheiro agrônomo Edson Pádua, que se mudou este ano para a Bolívia, também foi afetado pela falta de produtos.
“As lojas podem abrir as portas até as 13h, mas nem sempre encontramos o que realmente precisamos. E quando encontramos, os preços estão elevados”, explicou Pádua.
Zika inibe tumor de próstata e no cérebro, diz estudo
O mesmo grupo da Unicamp, liderado por Rodrigo Ramos Catharino, já havia demonstrado que o patógeno também é eficaz no combate a tumores no cérebro.
Depois de provocar uma grave epidemia que resultou no nascimento de milhares de bebês com microcefalia, o vírus da zika vem revelando um aspecto tão inesperado quanto positivo: a capacidade de destruir tumores cancerígenos. Um novo estudo publicado na Scientific Reports por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) constatou que o vírus é capaz de inibir a proliferação de células do câncer de próstata em pelo menos 50%.
Não foi o primeiro estudo a constatar essa vocação benigna do vírus. O mesmo grupo da Unicamp, liderado por Rodrigo Ramos Catharino, já havia demonstrado que o patógeno também é eficaz no combate a tumores no cérebro. O grupo de especialistas está estudando o uso do vírus contra outros tipos de tumores malignos e espera que, em cinco anos, já tenha alguma terapia disponível para o público.
No trabalho mais recente, publicado ontem, os cientistas da Unicamp usaram células de adenocarcinoma de próstata. Eles constataram que, mesmo depois de ser inativado, o vírus consegue inibir a replicação das células. Os experimentos foram feitos com uma linhagem viral obtida a partir de amostras isoladas de um paciente infectado no Ceará, em 2015. Depois de cultivado em laboratório, o vírus foi aquecido a uma temperatura de 56º C durante uma hora para que o seu potencial de causar uma infecção fosse inibido.
"Na versão 'selvagem' (sem passar por inativação), o vírus poderia trazer efeitos indesejáveis e, portanto, não poderia ser usado como terapia", explicou Catharino, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp e coordenador do Laboratório Innovare de Biomarcadores.
O passo seguinte foi colocar uma cultura de células tumorais em contato com o vírus inativado. Após períodos de 24 e 48 horas, os cientistas compararam essa solução a um outro grupo de células cancerígenas que não tinham sido expostas ao vírus. Na análise feita após dois dias, a linhagem que ficou em contato com o vírus inativado apresentou um crescimento 50% menor do que a linhagem de controle. "Há redução real na atividade das células do tumor em mais ou menos 50%, o que já é excelente", disse o especialista. "Vemos, no futuro, uma terapia promissora."
O trabalho foi feito pela estudante de doutorado Jeany Delafiori com a colaboração do doutorando Carlos Fernando Odir Rodrigues e com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A linha de pesquisa do grupo teve início há cerca de quatro anos, quando foi descoberta a relação entre a epidemia de zika e o aumento dos casos de microcefalia no País. Depois que estudos confirmaram que o vírus era capaz de infectar as células neurais dos embriões, Catharino resolveu testá-lo em linhagens de glioblastoma - o tipo mais comum e agressivo de câncer do sistema nervoso central. A redução, no caso, foi de 40%.
"O próximo passo da investigação envolve testes em animais", contou Catharino. "Caso os resultados sejam positivos, pretendemos buscar parcerias com empresas para viabilizar os ensaios clínicos."
Casos
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 60 mil novos casos de câncer de próstata são registrados todos os anos no País. Trata-se do segundo tipo mais incidente entre os homens atrás apenas do câncer de pele. O novembro azul é uma campanha internacional que visa a chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce da doença.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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