Uma mulher de 53 anos sofreu golpe de um homem que conheceu por meio de um aplicativo de relacionamentos. O suspeito roubou pertences da vítima durante um encontro, na última quinta-feira (13). O caso foi registrado no 12º DP, em Fortaleza.
Segundo a vítima, os dois se conheceram pelo aplicativo na terça-feira (11), e depois passaram a trocar mensagens pelo WhatsApp. O suspeito deu um nome falso, disse que era solteiro e trabalhava como motorista de transporte de aplicativo.
A mulher e o suspeito se encontraram pela primeira vez na quinta, quando ela saía de uma festa e solicitou uma corrida com o homem. Ela estava acompanhada de um amigo, que acompanhou os dois até a casa dela.
“Ele não ficou gostando quando ele (meu amigo) entrou. A gente veio conversando, ele um pouco calado, mas pegava em mim, me tocava. Ele já estava sabendo que eu ia estar sozinha, falei que morava com um filho mais velho e que ele não tava, que ia trabalhar à noite”, comenta.
Chegando à residência, relata a vítima, o motorista não quis descer do carro e sugeriu que ele e a mulher fossem dar uma volta juntos, apenas os dois.
“Ele disse 'seu amigo vai ficar com você?'. Eu disse: 'ele vai dormir lá em casa esse final de semana'. Aí ele disse: 'a gente vai dar uma volta, vai só na farmácia e volta'. Fui com ele. Ao sair do carro, meu amigo disse 'não, peraí, deixa eu só tirar a bolsa dela', relembra a vítima.
No trajeto, a mulher conta que acabou esbarrando no porta-luvas do carro e viu que sua carteira estava lá dentro, apesar de o amigo ter ficado com seus pertences.
“Achei que eu mesmo tivesse deixado no banco e ele podia ter guardado. Porque até então eu tava usando dinheiro no clube e tava com a carteira na mão”, explica.
Ao chegar à farmácia, ela desceu do carro sozinha, deixando carteira e celular com o homem. “Ele tirou o dinheiro dele e me deu pra eu comprar o remédio na farmácia. Quando eu desci, as portas da farmácia baixaram. Aí quando eu voltei, o carro já não tava mais”.
Na carteira havia cerca de R$ 350, além do celular da vítima.
“É tudo falso. O nome que ele usava eu peguei outros perfis dele com a mesma foto, mas com nomes diferentes. Um dos nomes é o nome do filho dele. Ele já até ligou de número inibido fazendo ameaças ao meu filho. Desde então, não tenho mais sossego, tô muito abalada e com medo”, diz a vitima.
Bolsonaro demite terceiro militar em uma semana
O presidente Jair Bolsonaro anunciou ontem a demissão do terceiro general de seu governo em três dias. Após serem afastados Carlos Alberto dos Santos Cruz da Secretaria de Governo e Franklimberg Freitas da presidência da Funai, ele decidiu exonerar do comando dos Correios o general Juarez de Paula Cunha.
Segundo o presidente, Cunha "foi ao Congresso e agiu como sindicalista" ao criticar a privatização da estatal e tirar fotos com parlamentares da oposição. "Aí complica", disse Bolsonaro em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. O Estado participou da entrevista.
O general assumiu a presidência dos Correios ainda no governo de Michel Temer. Ele chegou ao posto por indicação de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD. Bolsonaro decidiu mantê-lo no cargo, mas Cunha era, na verdade, mais ligado ao vice-presidente, o general Hamilton Mourão.
O chefe dos Correios foi à Câmara na semana passada para uma audiência na Comissão de Participação Legislativa e adotou um discurso contrário à ideia do governo Bolsonaro de privatizar a estatal. Em sua fala, disse que se trata de uma empresa "estratégica" e "autossustentável" e que os economistas não têm condições de calcular o "custo social" dos serviços por ela prestados.
"Eu não queria falar de privatização, até porque não é problema meu, mas tenho de dizer: se privatizarem uma parte dos Correios, que acredito que será do lado bom (que dá lucro), o que tirar daqui vai faltar lá (nos demais municípios), vai faltar do outro lado", disse Cunha durante a audiência.
Parte do recado foi publicada pela conta oficial dos Correios no Twitter e compartilhada pelo ministro. Dois dias depois, o próprio presidente foi à rede social defender a venda da estatal.
"Serviços melhores e mais baratos só podem existir com menos Estado e mais concorrência, via iniciativa privada. Entre as estatais, a privatização dos Correios ganha força em nosso governo", publicou.
Segundo um integrante do governo, já havia descontentamento com a postura de Cunha. Causava desconforto, por exemplo, o fato de o presidente dos Correios evitar se reportar ao seu chefe, o ministro de Ciência e Tecnologia. Isso acontecia, segundo essa fonte, porque Cunha é general do Exército, enquanto o astronauta Marcos Pontes, que comanda a pasta, é tenente-coronel da Aeronáutica - que seria o equivalente a uma patente inferior a sua.
Cunha não esperava a demissão. Ela foi anunciada pelo presidente já no final do encontro com os jornalistas quando as perguntas já haviam sido encerradas. O presidente havia tirado uma foto e decidiu conversar mais um pouco. Sem ser questionado diretamente sobre o assunto, falou da decisão.
Cunha tinha, por exemplo, uma audiência marcada para a semana que vem no Senado para debater justamente a privatização dos Correios.
Sucessor
Não está definido ainda quem será o próximo chefe da estatal. Bolsonaro disse que chegou a oferecer o posto ao general Santos Cruz, mas que ainda não há definição.
Segundo o presidente, o ex-ministro da Secretaria de Governo é "excepcional" e, por isso, gostaria que ele permanecesse no governo em outro posto.
Ele disse ainda que a saída de Santos Cruz, a quem conhece desde a década de 1980 e se refere como amigo, foi uma "separação amigável". "Não adianta querer esconder, problemas acontecem. Mas ele continua no meu coração", afirmou.
O general foi avisado de sua demissão na quinta-feira, 13, em conversa com Bolsonaro no Planalto. Apesar de ter sido substituído por outro militar, o general Luiz Eduardo Ramos, seu afastamento foi resultado de pressão da chamada ala ideológica do governo. O grupo já havia conseguido demitir um civil, Gustavo Bebianno, que foi o primeiro ministro a cair. Bolsonaro destacou a experiência de Ramos como assessor parlamentar e disse que, por isso, ele vai "ajudar muito" na articulação política.
No encontro com jornalistas, o presidente foi questionado sobre a razão de aliados que o acompanharam na campanha estarem fora do governo. Foram citados os nomes do ex-senador Magno Malta, que não chegou a ser nomeado para cargos, de Bebianno e de Leticia Catelani, que ocupava cargo na Apex, agência de promoção das exportações do País e foi demitida.
O presidente disse que a todos foram dadas oportunidades. Segundo ele, sua admiração por Malta continua. Mas Bebianno é "página virada" e Letícia tinha "autoridade exagerada". "Cada um no seu quadrado", disse o presidente. "Não posso sacrificar o governo." Procurados, Correios e Cunha não comentaram. O Ministério de Ciência e Tecnologia disse que a exoneração de Cunha será feita na semana que vem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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