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terça-feira, 2 de abril de 2019

Procuradoria-Geral da República pede que Temer volte para a prisão

O Ministério Público Federal (MPF) recorreu ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) pedindo a restauração da prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer, do ex-ministro Moreira Franco e outros seis denunciados por crimes ligados a contratos de Angra 3, usina da Eletronuclear em construção.

A Procuradoria Regional da República da 2ª Região ressaltou que "as solturas afetam a investigação de crimes, a instrução do processo, a aplicação da lei e a recuperação de valores desviados". Após a Operação Descontaminação, o MPF denunciou Temer, Moreira Franco e outros sete alvos por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.

A Procuradoria afirma que "refutou a avaliação de que faltam os requisitos para manter a prisão preventiva dos recém-denunciados. O Núcleo Criminal de Combate à Corrupção do MPFna 2ª Região (RJ/ES) concordou com a Força-tarefa Lava Jato/RJ que a prisão preventiva de Temer, Franco e outros segue amparada na legislação e na jurisprudência de tribunais, inclusive do próprio TRF2". 

"Os recursos foram protocolados nesta segunda-feira (1º) e serão julgados na 1ª Turma caso não sejam aceitos em decisão individual do desembargador relator dos habeas corpus".

A Procuradoria afirma que são "equivocadas três premissas da decisão liminar: a suposta falta de fundamentação concreta da decisão de 1ª instância ('exagero na narração'), a falta de contemporaneidade dos fatos e o distanciamento dos cargos públicos antes ocupados por alguns denunciados que foram presos". 

"A alegação de falta de contemporaneidade dos fatos, destacada na liminar, foi rebatida pelo MPF com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a análise de fatos contemporâneos deve ocorrer à luz do contexto de reiteração criminosa. Embasando os recursos, o MPF citou habeas corpus similar do ex-ministro Antônio Palocci, negado pelo STF. No esquema com a Eletronuclear, a prática criminosa se manteve em 2018, quando a prisão do então presidente da República era vedada".

"Outros argumentos que embasaram os pleitos da prisão preventiva como o entendimento pacificado no STF de que a lavagem de ativos é crime permanente enquanto valores ilícitos estiverem sendo ocultados e as evidências de que a saída da função pública não afasta riscos de novos crimes serem cometidos. 

O MPF questionou ainda a soltura decidida no dia 25de fevereiro sob alegações de que a liminar antecipou análise do mérito dos habeas corpus e violou o princípio da colegialidade (da 1ª Turma)", afirma a Procuradoria, por meio de nota.

"O julgamento monocrático de mérito em favor da parte é circunstância excepcional e rara, pois resulta na indesejável supressão das fases do contraditório prévio e do julgamento colegiado, os quais integram o devido processo legal regular", frisam os procuradores regionais Mônica de Ré, Neide Cardoso de Oliveira, Rogério Nascimento e Silvana Batini, autores dos recursos, que ressaltaram a fartura do conjunto de provas da prática de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro.

Nos recursos relativos a Temer e Moreira Franco, a Procuradoria pediu que, "caso as prisões preventivas não sejam restauradas, que eles fiquem em prisão domiciliar, com o devido monitoramento eletrônico". "Na avaliação do MPF, porém, esse instrumento seria insuficiente para impedir a reiteração de crimes de 'colarinho branco', pois eles podem ser reiterados ainda que se conheça a localização do denunciado".

Além de Temer e Moreira Franco, o TRF2 julgará recursos do MPF contra a soltura do operador financeiro João Baptista Lima Filho (coronel Lima), Maria Rita Fratezi, Carlos Alberto Costa, Carlos Alberto Costa Filho, Vanderlei de Natale e Carlos Alberto Montenegro Gallo. Com informações do Estadão Conteúdo.

Homem suspeito de atear fogo na mulher é encontrado morto dois dias depois

Dois dias após supostamente atear fogo na companheira, o comerciante Manoel Benedito Ribeiro, 65, foi encontrado morto no último domingo, 31, em residência ao lado de onde trabalhava, no bairro Riacho do Padre, em Baturité.

O homem estava sozinho no local e foi achado morto, segundo o delegado Joel Morais, titular da Delegacia Regional de Baturité, responsável pelo inquérito do caso. A principal linha de investigação apura se o homem teria tirado a própria vida.

De acordo com o delegado, na última sexta-feira, 29, Manoel havia se envolvido em uma confusão com clientes do bar que administrava. Em meio à discussão, teria tentado arremessar álcool e queimar um dos adversário, mas acertou a companheira, que separava a confusão. Ela ficou com parte do corpo queimado e está internada no Instituto Dr. José Frota (IJF).

"Não consideramos nem como feminicídio, porque precisaria envolver violência de gênero. Neste caso, me parece muito mais homicídio tentado, porque poderia ser até contra o rapaz", explicou o investigador. Ele disse ainda que conversou com a mulher por telefone e conseguiu colher informações prévias sobre o então suspeito do crime. "Segundo apurei, ele estava passando por problemas de ordem psicológica. É uma tragédia em cima de outra tragédia", considerou Morais.

O suspeito fugiu do local do crime e estava escondido da Polícia. Conforme o delegado, ele pediu abrigo a um vizinho no fim de semana. Desde então, estava morando em uma residência ao lado do bar. Contudo, no último domingo foi encontrado morto.

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