Um simples besouro pode até parecer inofensivo, mas a comunidade acadêmica está pesquisando sobre um tipo que é venenoso e pica: o besouro-escorpião.
Capaz de picar pelos ferrões que compõem as antenas, o tipo "Onychocerus albitarsis" foi encontrado pela primeira vez no interior de São Paulo, nas cidades de Botucatu e Boituva, segundo o zoólogo Antonio Lucas Sforcin Amaral, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu (SP).
Ao G1, Antonio contou que nas duas cidades houve registro de picadas, o que até então havia ocorrido apenas no Peru. Com isso, ele passou a estudar o besouro-escorpião, já que as reações dos pacientes vítimas do besouro foram diferentes.
“Foram apenas três casos da picada do inseto que foram registrados no mundo todo, sendo que um foi no Peru e dois deles aqui no estado de São Paulo, e mesmo após a pesquisa eu tenho dificuldade para achar o besouro no ambiente natural porque não há informações sobre o comportamento dele”, afirma.
A pesquisa, que discute a questão médica em relação aos casos, começou em março de 2018 e foi encerrada em novembro. Ela apontou que provavelmente a composição da toxina do besouro age de forma diferente em cada pessoa, variando de acordo com a sensibilidade.
"É como o caso de uma picada de pernilongo, há pessoas mais suscetíveis que outras", ressaltou.
Segundo Antonio, o trabalho feito é relevante pelo viés da curiosidade quanto da multidisciplinaridade, já que contou com o auxílio de outros profissionais, como médicos.
“Foi uma pesquisa difícil porque eu possuía apenas dados sobre a descrição do animal. Minha intenção inicial não era estudar sobre o besouro, mas com sorte ele apareceu no meu caminho”, finaliza.
Características
O zoólogo afirma que o Onychocerus albitarsis está associado ao ambiente florestal, em fragmentos de vegetação, e é relativamente difícil de ser encontrado. Apesar de ser venenoso, a picada não oferece risco.
“A picada não é letal e ela oferece pouco risco ao ser humano. Mas o interessante é que os pacientes picados no interior de SP apresentaram sintomas diferentes. A mulher picada em Botucatu teve a reação alérgica que durou 24 horas, já o homem picado em Boituva apresentou apenas dor aguda e o sintoma acabou bem rápido”, explica Antonio ao G1.
Antonio conta que o besouro-escorpião tem cerca de dois centímetros, antenas longas, corpo com detalhes em preto, bege, cinza e uma faixa marrom.
“As colorações são pouco nítidas para ele poder se camuflar, então não há uma característica extremamente chamativa. Quando se sente ameaçado, ele direciona a antena com o objetivo de picar aquilo que o ameaça. Isso lembra o escorpião e por isso o nome: tanto pelo jeito que tenta inocular quanto pelo aspecto do órgão.”
'Não aceito apanhar de mulher', diz jovem que matou namorada adolescente com coleira de cachorro
O jovem de 18 anos que usou uma coleira de cachorro para matar a namorada de 17, em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, disse em depoimento nesta segunda-feira (1º) que agiu em "legítima defesa", porque a namorada o teria agredido com um cabo de vassoura.
Ao G1, a delegada que investiga o caso, Thais Duarte Miranda, afirmou que o suspeito demonstrou frieza quando questionado sobre o motivo de assassinar a jovem:
"Ele disse 'Não aceito apanhar de mulher', alegando que ela o teria agredido com um cabo de vassoura e usado uma faca para ameaçá-lo."
Segundo a polícia, primeiro, Paulo Eduardo dos Santos tentou esganar a vítima com as mãos, e depois, usou um fio de cabo de celular, que arrebentou. Em seguida, pegou a coleira do cachorro do casal e sufocou Jheniffer Cáceres de Oliveira até a morte. Eles tinham um relacionamento há 1 ano e 4 meses.
Segundo Thais, pelas circunstâncias em que a jovem foi morta, a agressividade do ataque do suspeito não caracteriza defesa:
“Ele tentou esganá-la primeiro, depois usou o fio do celular para sufocá-la e por fim, pegou um terceiro objeto para finalizar o que intencionava".
Ainda de acordo com a delegada, Paulo informou que a discussão foi motivada por ciúme. A jovem teria deixado o namorado em um bar e ido para outro estabelecimento, onde ele a encontrou conversando com um homem.
“A gente consegue ver enquanto ele narra a história, a raiva do fato dela estar conversando com esse homem. Para ele, é como se Jheniffer estivesse 'dando moral' para esse outro rapaz e isso parece ter sido o grande problema para ele”, explica.
O suspeito teria narrado os fatos sem demonstrar arrependimento e nenhum tipo de emoção, segundo a delegada. Ele contou a história com riqueza de detalhes e informou que enrolou o corpo da jovem em um cobertor e a deixou no chão.
De acordo a com delegada, na última segunda-feira (1º) , Paulo foi para aulas de auto-escola, momento em que vizinhos sentiram mau cheiro e acionaram a polícia.
Segundo Thais, vizinhos informaram que suspeitavam que a vítima já sofria agressões, pois ela sempre usava casacos para esconder supostas lesões. O Corpo de Jheniffer foi encaminhado para o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) de Campo Grande e deve ser sepultado na cidade de Dois Irmãos do Buriti (MS).
Paulo Eduardo deve passar na tarde desta terça-feira (2) por uma audiência de custódia. Ele irá responder pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver.
O caso
O corpo de Jheniffer Cáceres de Oliveira foi encontrado na manhã dessa segunda (1º), após vizinhos sentirem mau cheiro vindo da residência do casal. Ela foi encontrada dentro do quarto da casa.
Segundo o delegado Diego Dantas, o suspeito dormiu ao lado do corpo desde a madrugada do último sábado (30). Ele foi localizado e preso próximo a residência de onde aconteceu o crime.
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