Augusto Sampaio de Oliveira Neto foi indiciado por lesão corporal grave contra estudante em protesto
A Polícia Militar (PM) indiciou, nesta segunda-feira (12), o capitão Augusto Sampaio por lesão corporal grave contra o estudante Mateus Ferreira, de 33 anos, cometida durante um protesto em Goiânia. O policial segue afastado das ruas e exercendo funções administrativas. Ele já havia sido indiciado pela Polícia Civil por abuso de autoridade.
"De acordo com as provas testemunhais, imagens e o depoimento do próprio investigado, constata-se que ele agiu sem a intenção de produzir o resultado morte. Ele produziu incapacidade laboral por mais de 30 dias, o que configura a lesão corporal grave".
O Inquérito Policial Militar (IPM) tem 597 páginas e ouviu 26 pessoas. Porém, a PM não deu detalhes sobre os depoimentos.
Os policiais também utilizaram o laudo de lesão corporal indireto, já que Mateus recebeu alta ambulatorial, mas não médica. Assim que o estudante tiver condições, ele deverá fazer o exame complementar para que seja anexado aos autos.
Estudante Mateus Ferreira foi agredido por PM durante protesto em Goiânia
Agressão - O caso aconteceu no dia 28 de abril, durante uma manifestação contra as reformas Trabalhista e Previdenciária, no Centro de Goiânia. Após ser atingido por um cassetete, Mateus foi socorrido por outros manifestantes, que o colocaram em cima de uma placa onde recebeu atendimento do Corpo de Bombeiros.
Em seguida, o estudante foi levado para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde ficou internado por 18 dias, sendo 11 deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O estudante passou por duas cirurgias. Na primeira, os médicos retiraram pedaços do osso quebrado. O segundo procedimento foi para reconstruir a parte afetada pela pancada na testa. Para isso, foram usados pinos e cimento ortopédico.
Inquérito da Polícia Civil - A Polícia Civil também investigou o caso e indiciou o capitão da PM Augusto Sampaio por abuso de autoridade
Como o inquérito militar, a investigação da Polícia Civil também concluiu que não houve tentativa de homicídio, levando em consideração que os dois não se conheciam e que o Mateus não era o alvo do policial.
A Polícia Civil ainda investiga os casos de depredação ao patrimônio que aconteceram no dia do protesto. No entanto, ressaltou que, após a análise das imagens e de ouvir dezenas de testemunhas, a polícia concluiu que Mateus participava do ato de forma pacífica e não efetuou qualquer tipo de depredação.
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